Stranger Things voltou a ser bastante comentada com o lançamento da quinta e última temporada em novembro de 2025, mas nada se compara ao seu auge, que foi em 2016 - ano em que o seriado foi lançado na Netflix. Naquela época, enquanto milhares de brasileiros maratonavam a série sobre Hawkins e o Mundo Invertido, o país estava em um estágio da evolução digital bem diferente de agora - e você pode se surpreender.
A paisagem tecnológica de 2016 parece distante hoje: o TikTok ainda não existia, o Instagram Stories acabava de nascer e apps como Musical.ly e Dubsmash dominavam a produção de conteúdo entre jovens. Era também o ano em que a realidade aumentada invadiu as ruas com Pokémon GO e a Apple ousou remover a entrada de fone do iPhone. A seguir, relembre 10 trends que dominaram 2016 e fizeram parte da vida de quem viveu aquele ano conectado.
Stranger Things lançou em 2016, quase 10 anos atrás — Foto: Reprodução/IMDb 1. WhatsApp se tornou indispensável (e foi bloqueado)
WhatsApp se consolidou definitivamente no mercado de apps em 2016 — Foto: Mariana Saguias/TechTudo Em 2016, o WhatsApp consolidou definitivamente sua posição como o aplicativo mais importante do Brasil. Grupos de família, trabalho, faculdade e amigos dominavam a rotina digital dos brasileiros, com o mensageiro se tornando praticamente uma extensão das relações sociais no país.
O app também protagonizou um dos episódios mais marcantes do ano. Em maio, a Justiça determinou o bloqueio do WhatsApp em todo o território nacional por 72 horas, após a empresa se recusar a fornecer dados de usuários para investigações criminais. O bloqueio durou apenas algumas horas, mas gerou pânico generalizado e mostrou a dependência dos brasileiros do aplicativo.
Segundo dados da época, o Brasil já era o segundo maior mercado do WhatsApp no mundo, atrás apenas da Índia. As correntes de "bom dia" com flores, mensagens motivacionais e fake news já eram marca registrada da plataforma - um fenômeno tipicamente brasileiro que persiste até hoje.
2. Dubsmash e Musical.ly reinavam antes do TikTok
Dubsmash era um aplicativo popular na época que Stranger Things foi lançado — Foto: Elson de Souza/TechTudo Antes do TikTok existir, Dubsmash e Musical.ly reinavam absolutos entre adolescentes brasileiros. Os aplicativos permitiam gravar vídeos curtos dublando músicas, falas de novelas, memes e áudios virais - um formato que prenunciava o futuro das redes sociais.
Lançado em 2014, Dubsmash chegou ao auge em 2016 com milhões de downloads globalmente. Já o Musical.ly, criado em 2014 por uma empresa chinesa, explodia entre o público jovem com sua interface intuitiva e recursos de edição. Usuários podiam adicionar efeitos, filtros e ajustar a velocidade dos vídeos, criando conteúdo criativo em segundos.
O Musical.ly foi comprado pela empresa chinesa ByteDance em 2017 por US$ 1 bilhão e fundido com o TikTok em 2018, dando origem ao fenômeno que conhecemos hoje. Muitos dos primeiros influenciadores do TikTok começaram suas carreiras no Musical.ly, provando que o formato de vídeos curtos já mostrava seu enorme potencial anos antes da explosão global.
3. Mannequin Challenge congelou a internet
O Mannequin Challenge foi uma tendência de criação de vídeo popular em 2016 — Foto: Reprodução/AdAge A trend que literalmente parou a internet no final de 2016. O Mannequin Challenge consistia em pessoas ficando completamente congeladas em poses elaboradas enquanto a câmera passeava pelo ambiente, tudo ao som de "Black Beatles" do duo de rap Rae Sremmurd.
O desafio surgiu em outubro de 2016 com estudantes de uma escola na Flórida, nos Estados Unidos, e rapidamente se espalhou pelo mundo. No Brasil, escolas, empresas, equipes esportivas e até políticos embarcaram na trend. O Mannequin Challenge se tornou tão popular que até times da NBA, jogadores da NFL e celebridades como Michelle Obama participaram.
A trend representava a evolução dos desafios virais: diferente de challenges individuais, este exigia coordenação de grupo e criatividade na elaboração de cenas. Era comum ver vídeos com dezenas de pessoas em situações cotidianas ou inusitadas, todos perfeitamente imóveis. O fenômeno durou cerca de dois meses antes de naturalmente perder força, mas deixou milhões de vídeos como registro de uma era.
4. iPhone 7 eliminou entrada de fone e gerou polêmica
iPhone 7 lançou em setembro de 2016 e se tornou um celular popular — Foto: Reprodução/Danilo Dias Em setembro de 2016, a Apple lançou o iPhone 7 com uma mudança que dividiu opiniões: a ausência da entrada para fone de ouvido de 3,5mm. Durante a apresentação, o vice-presidente de marketing da Apple, Phil Schiller, justificou a decisão como um ato de "courage" (coragem), argumentando que era necessário para avançar a tecnologia.
A internet brasileira respondeu com enxurradas de memes. Montagens mostrando iPhones com múltiplas entradas de fone, piadas sobre precisar de "coragem" para tarefas simples e sátiras sobre adaptadores viralizaram nas redes sociais. O adaptador de Lightning para P2 que acompanhava o aparelho também virou alvo de críticas e piadas.
Mesmo assim, o aparelho se tornou objeto de desejo. Custando a partir de R$ 3.499 no Brasil (modelo de 32GB), o iPhone 7 era o smartphone mais cobiçado do ano. Trazia melhorias significativas como resistência à água (certificação IP67), novo botão home com feedback tátil, câmera aprimorada e o potente chip A10 Fusion.
Os AirPods, vendidos separadamente por R$ 1.299, começavam a desenhar o futuro dos fones sem fio. Inicialmente ridicularizados por seu design e pelo risco de perda, acabaram se tornando um dos produtos mais bem-sucedidos da Apple e um símbolo de status nos anos seguintes.
5. Instagram Stories "copiou" Snapchat (e deu certo)
Stories no Instagram se popularizou neste ano, copiando Snapchat — Foto: Reprodução Em agosto de 2016, o Instagram lançou o Stories, copiando descaradamente o formato criado pelo Snapchat. Kevin Systrom, então CEO do Instagram, não escondeu a inspiração: "Eles [Snapchat] merecem todo o crédito", declarou na época.
A estratégia funcionou perfeitamente, especialmente no Brasil - país que já era o segundo maior mercado do Instagram no mundo. Brasileiros adotaram imediatamente a novidade para mostrar o cafezinho da manhã, o trânsito, o pôr do sol e os "perrengues" do dia a dia, criando uma nova forma de se comunicar nas redes sociais.
O Stories oferecia vantagens sobre o Snapchat: estava integrado a uma rede social que os brasileiros já usavam massivamente, tinha interface mais intuitiva e permitia alcançar todos os seguidores de uma vez. Em apenas dois meses após o lançamento, o Stories ultrapassou 100 milhões de usuários ativos diários.
A funcionalidade rapidamente se tornou mais popular que o feed tradicional do Instagram, mudando completamente a dinâmica da plataforma. Era o início de uma migração massiva do Snapchat para o Instagram, especialmente no Brasil, onde o Stories se consolidaria como a principal forma de compartilhar momentos cotidianos.
6. Snapchat dominava com filtros de realidade aumentada
Snapchat estava no auge em 2016 — Foto: Reprodução/Pexels (Thought Catalog) Antes de ser "copiado" pelo Instagram, o Snapchat vivia seu auge. Os filtros de realidade aumentada eram a febre absoluta: cachorrinho com língua de fora, coroa de flores, arco-íris saindo da boca, efeito de envelhecimento e troca de gênero estavam em absolutamente todo perfil brasileiro nas redes sociais.
Fundada em 2011, a rede social apostava em conteúdo efêmero (que desaparecia em 24 horas) e em tecnologia de AR para se diferenciar. Os filtros eram atualizados constantemente, incluindo opções temáticas para datas comemorativas, eventos esportivos e até geolocalização - os famosos "geofilters" que mostravam a cidade onde você estava.
Em 2016, o Snapchat tinha mais de 150 milhões de usuários ativos diários globalmente e era avaliado em cerca de US$ 20 bilhões. No Brasil, era praticamente impossível rolar qualquer rede social sem encontrar alguém com orelhas de cachorro e língua de fora. O app também popularizou o conceito de "stories" que seria copiado não apenas pelo Instagram, mas também pelo Facebook, WhatsApp e YouTube nos anos seguintes.
A empresa tentou expandir além do software: em novembro de 2016, lançou o Spectacles, óculos que gravavam vídeos de 10 segundos direto para o Snapchat. Vendidos em máquinas automáticas espalhadas pelos EUA, geravam filas enormes mas nunca emplacaram comercialmente.
7. Pokémon GO causou histeria coletiva nas ruas
Pokemon GO fazia os fãs saírem nas ruas buscando Pokemon — Foto: Camila Peres/TechTudo Quando Pokémon GO finalmente chegou ao Brasil em agosto de 2016, foi histeria total. O jogo de realidade aumentada da Niantic fez parques, praças e até cemitérios lotarem de jogadores caçando Pokémon com seus smartphones. O Parque Ibirapuera, em São Paulo, virou ponto de encontro obrigatório, com milhares de pessoas circulando em busca de criaturas raras.
O aplicativo quebrou todos os recordes: em apenas uma semana após o lançamento global (julho de 2016), alcançou 75 milhões de downloads. Tornou-se o jogo mobile mais baixado em sua primeira semana e o mais rapidamente lucrativo da história, gerando mais de US$ 200 milhões em receita no primeiro mês.
No Brasil, o fenômeno ganhou contornos únicos. O jogo virou notícia constantemente por situações inusitadas: pessoas parando no meio de ruas movimentadas, jogadores invadindo delegacias e quartéis (que abrigavam Pokéstops e ginásios), acidentes de trânsito causados por motoristas jogando e até casos de assaltos a jogadores distraídos.
O Pokémon GO também impactou o comércio: estabelecimentos próximos a Pokéstops viram aumento de movimento, alguns colocavam "iscas" virtuais para atrair jogadores e clientes. O jogo mostrou o potencial da realidade aumentada e geolocalização de forma massiva, pavimentando o caminho para jogos mobile baseados em localização que viriam depois.
8. Spotify decolou no Brasil
Spotify se consolidou no Brasil a partir de 2016 — Foto: Reprodução O Spotify já estava no Brasil desde 2014, mas foi em 2016 que a plataforma sueca realmente decolou no país. A versão gratuita com anúncios permitiu que milhões de brasileiros acessassem um catálogo gigantesco de músicas de forma legal e prática, contribuindo para a redução da pirataria.
Em 2016, o Spotify ultrapassou 100 milhões de usuários globalmente, sendo 40 milhões pagantes. No Brasil, tornava-se rapidamente o principal serviço de streaming de música, superando concorrentes como Deezer e Apple Music. O país já figurava entre os cinco maiores mercados da plataforma.
As playlists personalizadas eram a grande novidade: o Discover Weekly (lançado em 2015) usava algoritmos para sugerir músicas novas toda segunda-feira baseadas no gosto do usuário. As playlists colaborativas permitiam que amigos criassem coleções musicais juntos, e as playlists temáticas da própria plataforma (como "Top 50 Brasil") mostravam o que estava em alta.
Compartilhar música nunca foi tão fácil: era possível enviar faixas por WhatsApp, postar nos Stories e integrar com outras redes sociais. A era dos CDs piratas e dos arquivos MP3 baixados ilegalmente começava definitivamente a ficar para trás, substituída pelo streaming legal e acessível.
9. Uber se consolidou após batalhas judiciais
Uber popularizou-se no Brasil após resistência de taxistas — Foto: Luã Souza/TechTudo Depois de intensas batalhas judiciais e confrontos físicos com taxistas, o Uber finalmente se consolidou nas principais cidades brasileiras em 2016. O aplicativo de transporte, que chegou ao Brasil em 2014, enfrentou forte resistência de taxistas e regulamentações municipais que tentavam barrar sua operação.
Em 2016, várias cidades brasileiras começaram a regulamentar os aplicativos de transporte. São Paulo aprovou lei municipal em maio, Rio de Janeiro em julho, e outras capitais seguiram o exemplo. A regulamentação trouxe segurança jurídica tanto para a empresa quanto para os motoristas parceiros, permitindo a expansão acelerada do serviço.
O Uber mudou radicalmente a forma como brasileiros se locomovem nas cidades. Já que antes não existia, com tanta facilidade, a praticidade de chamar um carro pelo celular, acompanhar o trajeto em tempo real, ter previsão de valor antes da corrida e pagar sem dinheiro vivo conquistou milhões de usuários.
A concorrência com o 99 (ex-99Taxis) começava a esquentar. A empresa brasileira, que inicialmente conectava apenas taxistas, lançou em 2016 o serviço 99Pop, com carros particulares, para competir diretamente com o Uber. A disputa levou a uma guerra de preços e promoções que beneficiou os usuários, com corridas muito baratas ou até gratuitas em determinados períodos.
10. Bottle Flip Challenge
Bottle Flip consiste em jogar uma garrafa de água e soltar em pé — Foto: Reprodução / Freepik O desafio mais simples e surpreendentemente viciante do ano: jogar uma garrafa de água parcialmente cheia no ar e tentar fazê-la cair perfeitamente em pé. O Bottle Flip Challenge viralizou globalmente em maio de 2016, quando o estudante americano Mike Senatore fez um bottle flip perfeito durante um talent show em sua escola, arrancando gritos histéricos da plateia.
O vídeo do momento, compartilhado no YouTube, acumulou milhões de visualizações em poucos dias. A simplicidade do desafio - que exigia apenas uma garrafa plástica com um terço de água - fez com que pessoas de todas as idades tentassem reproduzir o feito.
No Brasil, o Bottle Flip Challenge invadiu salas de aula, causando frustração em professores que viam seus alunos tentando acertar o flip obsessivamente durante as aulas. Escolas chegaram a proibir a prática, o que naturalmente apenas aumentou sua popularidade entre estudantes.
O fenômeno rendeu milhões de vídeos no YouTube, tutoriais ensinando a técnica perfeita (ângulo do arremesso, quantidade ideal de água, tipo de garrafa), compilações de acertos impossíveis e até versões profissionais com atletas e malabaristas. Celebridades e influenciadores embarcaram na trend, mas o pico de popularidade durou cerca de três meses antes do desafio naturalmente perder força.
Veja também: Qual é o MAIOR filme de terror de TODOS OS TEMPOS? — Tierlist do TechTudo!
Qual é o MAIOR filme de terror de TODOS OS TEMPOS? — Tierlist do TechTudo!

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
2 semanas atrás
14
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/M/U/zkADRTQ4iy4mSDlddF4g/img-8811.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/C/y/awLkMLQ06xtboBdHqbDw/captura-de-tela-2025-12-18-111207.png)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/b/8/AogaiCRLqoMMDkJqTPrg/imagem-2025-12-18-122915968.png)

:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro