Alguns filmes clássicos envelhecem como um bom vinho, mas outros não conseguem ter tanta sorte. A história da sétima arte é também repleta de produções que mandaram mal em seus enredos por conta de representações racistas, piadas sexistas, depreciação contra outros povos e enredos preguiçosos. O que não falta em streamings como Amazon Prime Video, Disney+, YouTube, Max e Netflix são exemplos de filmes controversos, como ...E o Vento Levou (1939), Gigi (1958) e Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), passando até mesmo por modernidades como Oppenheimer (2023) e Terrifier 3 (2024).
Por mais que ainda sejam filmes bons e considerados referências em seus gêneros, esses filmes acabaram envelhecendo mal. Para quem quer conferir com os próprios olhos, essas e outras produções têm seus problemas esmiuçados nessa lista do TechTudo com os 12 filmes controversos. A seguir, confira sinopse, elenco e repercussão de cada obra.
Beleza Americana traz trama perturbadora e ganhou cinco prêmios no Oscar — Foto: Reprodução/IMDb Está disposto a encarar esses filmes problemáticos? Então confira a lista a seguir.
- ...E o Vento Levou (1939)
- Oppenheimer (2023)
- Beleza Americana (1999)
- Bonequinha de Luxo (1961)
- Gigi (1958)
- Dumbo (1941)
- Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994)
- Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)
- Lawrence da Arábia (1962)
- Grease - Nos Tempos de Brilhantina (1978)
- Terrifier 3 (2024)
- A Bela e a Fera (1991)
1. ...E o Vento Levou (1939)
Mais de oito décadas se passaram e nenhuma ventania ou vendaval foi capaz de levar a pesada influência de E o Vento Levou para longe da cultura popular. Na adaptação do romance de Margaret Mitchell, o diretor Victor Fleming (O Mágico de Oz) narra a jornada de Scarlett O'Hara, a filha de um latifundiário que durante a Guerra Civil Americana (1861 – 1865) enfrenta uma grave crise financeira. Ela tenta se reerguer, mas surge um outro obstáculo em sua vida: a paixão pelo galanteador Rett Butler.
O filme está disponível no Max, mas com o aviso que, no enredo, são mostrados costumes e pensamentos próprios da época que podem soar intolerantes nos dias de hoje. Por naturalizar o racismo, E o Vento Levou foi vítima de seu próprio tempo: a atriz Hattie McDaniel, primeira pessoa negra a vencer o Oscar, quase foi barrada da cerimônia. Com Vivien Leigh (Uma Rua Chamada Pecado) e Clark Gable (Os Desajustados) no elenco, o épico recebeu do público nota 8,2 no IMDb e 90% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes (com selo "fresh").
E o Vento Levou foi um dos primeiros filmes coloridos da história — Foto: Reprodução/IMDb Oppenheimer disputou em 2023 as atenções (e os Oscar) com o furacão rosa Barbie, gerando o fenômeno viral "Barbenheimer". A cinebiografia do diretor Christopher Nolan (A Origem), que pode ser vista no Amazon Prime Video, narra a vida do cientista estadunidense J. Robert Oppenheimer, considerado o pai da bomba atômica. Além de detalhar o projeto da arma de destruição em massa que deu fim à Segunda Guerra Mundial, o longa ainda mostra detalhes íntimos da vida de Oppenheimer.
Cillian Murphy (Peaky Blinders), Emily Blunt (O Diabo Veste Prada) e Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) são apenas algumas das estrelas presentes no longa. Após a estreia nas telonas, Oppenheimer foi criticado por ser mais fiel ao sentimento de culpa que o físico teve após o lançamento das bombas do que com os custos sociais que essas armas geraram no Japão, um país em constante luto pelas tragédias ocorridas em Hiroshima e Nagasaki. A obra recebeu da imprensa aprovação de 93% no Rotten Tomatoes (selo "fresh"), enquanto no IMDb a média foi de 8,3.
Oppenheimer, de Christopher Nolan, está disponível para aluguel no Amazon Prime Video — Foto: Reprodução/Universal Pictures 3. Beleza Americana (1999)
Assim como Matrix e O Sexto Sentido, Beleza Americana encerrou com grande estilo a trajetória do cinema no século 20. Estrelado por Kevin Spacey (House of Cards), Thora Birch (Abracadabra), Mena Suvari (American Pie) e Annette Bening (Nyad), o drama é centrado em Lester Burnham (Spacey), um pai de família comum que é desprezado pela esposa (Bening) e filha adolescente (Birch). A mediocridade de sua vida é rompida quando ele conhece Angela (Suvari), a colega de escola da filha.
Nenhum dos cinco Oscar que esse trabalho do diretor Sam Mendes recebeu (incluindo o de Melhor Filme) foi capaz de sanar o desconforto de alguns espectadores com o romance entre um homem de 40 anos e a amiga adolescente (e menor de idade) da filha. Os menos preocupados com essa problemática podem assistir o filme gratuitamente no Mercado Play. Além das estatuetas, Beleza Americana obteve 87% de aprovação no RT (com selo "fresh") e nota 8,3 no IMDb.
Beleza Americana é um clássico disponível gratuitamente no streaming no Mercado Livre — Foto: Reprodução/IMDB 4. Bonequinha de Luxo (1961)
Nesse clássico da comédia romântica dos anos 1960, a atriz Audrey Hepburn (Minha Bela Dama) dá vida à Holly Golightly, uma acompanhante de luxo que ambiciona um casamento com um milionário e se tornar uma atriz de sucesso. Até isso acontecer de fato, ela tem que decidir se engata ou não um relacionamento com Paul "Fred" Varjak (George Peppard), um vizinho escritor bancado pela amante. Disponível no Oldflix, o longa do diretor Blake Edwards (A Pantera Cor-de-Rosa) ainda é estrelado por George Peppard (Esquadrão Classe A) e Mickey Rooney (Uma Noite no Museu).
Quando se trata de preconceito contra asiáticos em Hollywood, Bonequinha de Luxo se destaca negativamente. O maior problema do filme está centrado em Sr. Yunioshi, senhorio do prédio de Holly interpretado por Mickey Rooney. O personagem é demasiado caricato e racista, algo bem diferente do que é mostrado no livro de Truman Capote, de onde a comédia foi baseada. Por outro lado, as médias de Bonequinha de Luxo são de 88% no RT (selo "fresh") e 7,6 no IMDb.
Sr. Yunioshi ficou marcado pela forma grosseira como Hollywood tratava pessoas asiáticas — Foto: Reprodução/IMDb O cineasta Vincente Minnelli é considerado por muitos estudiosos da sétima arte como o "pai" dos musicais modernos de Hollywood, graças a trabalhos como Sinfonia de Paris (1951) e A Roda da Fortuna (1953). Porém, em 1958 ele lançou Gigi, que divide a opinião do público e crítica até hoje. Estrelado por Leslie Caron (Lili) e Louis Jourdan (007 Contra Octopussy), o filme acompanha o intricado romance entre Gaston (Jourdan), um playboy mulherengo, e Gigi (Caron), uma jovem que se recusa a ser um mero caso passageiro na vida de Gaston.
Baseado no romance da autora Colette, Gigi esbarra hoje em alguns problemas. Em termos conceituais, críticos consideram o longa uma peça menor e até "boba" na filmografia de Vincente Minnelli. Por outro lado, o musical já não encontra lugar nos dias atuais, pois o público provavelmente ficaria desconcertado em meio a uma paixão entre uma adolescente e um homem adulto embalada pela canção "Thank Heaven for Little Girls" ("Obrigado, Paraíso, Pelas Garotinhas", em tradução livre). Com 89% de aprovação no Rotten , nota 6,6 no IMDb e nove Oscar conquistados (incluindo Melhor Filme), Gigi está no Prime Video e Apple TV+ para aluguel.
O romance entre um playboy galanteador e uma moça jovem da alta sociedade é o tema central de Gigi — Foto: Reprodução/The Movie Database Animação clássica presente no Disney+, Dumbo até hoje surpreende as gerações mais novas com sua história circense cativante, mas também cheia de drama familiar. Dumbo é um elefante bebê de circo que mora com sua mãe. O filhote desde o nascimento é desrespeitado tanto pelos visitantes como pelos demais animais devido ao tamanho de suas orelhas. Com a ajuda de um rato, Dumbo encontra nelas um potencial que irá mudar a forma como os outros o veem.
Parte da história de Dumbo é de fato apaixonante, algo necessário de se admitir tendo em vista que a animação rendeu 95% de aprovação no RT, média 7,2 no IMDb e o Oscar de Melhor Trilha Sonora. Entretanto, o filme ainda reserva algumas passagens nebulosas para o público atual. É o caso dos corvos cantores, uma notória representação racista e estereotipada de pessoas afro-americanas.
Em uma das cenas de Dumbo, um grupo de corvos representa os estereótipos da comunidade negra estadunidense — Foto: Reprodução/IMDb 7. Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994)
Tom Hanks (Elvis) dá vida ao personagem-título, um rapaz ingênuo vindo do Alabama que aguarda o ônibus para reencontrar Jenny, seu grande amor da infância. Direta ou indiretamente, Gump esteve ativo em diversos acontecimentos emblemáticos da história dos Estados Unidos, desde "ensinar" o Elvis Presley a dançar indo até mesmo à Guerra do Vietnã. Diferente do amigo, Jenny passou por uma vida cheia de traumas e decepções e agora precisa de sua ajuda.
Esta produção de Robert Zemeckis (Náufrago) ainda conta com Robin Wright (Donzela), Gary Sinise (C.S.I. Nova Iorque), Mykelti Williamson (Um Limite Entre Nós) e Sally Field (Uma Babá Quase Perfeita) no elenco principal. Quem for ver o filme no Mercado Play e Telecine pode se deparar com um protagonista ingênuo demais a ponto de soar infantil e caricato, algo que polariza a crítica especializada mais de 30 anos após o lançamento do filme. Independente dos haters, Forrest Gump rendeu 75% de aprovação no RT (selo "fresh"), média 8,8 no IMDb e seis Oscar (incluindo Melhor Filme).
O ingênuo contador de histórias Forrest Gump tem como maior inspiração sua mãe — Foto: Reprodução/IMDb 8. Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)
Fãs de aventuras não resistem ao charme pulp das aventuras arqueológicas de Indiana Jones, personagem de Harrison Forde amado há décadas dentro da cultura pop. Em O Templo da Perdição, o arqueólogo precisa encontrar na Índia um conjunto de pedras valiosas que foram roubadas por um feiticeiro. Mas ao invés disso, Indy dá de cara com uma mina onde crianças são escravizadas. Ke Huy Quan (Loki), Dan Aykroyd (Os Caça-Fantasmas) e Kate Capshaw (No Rastro da Violência) estão no elenco.
Presente no Disney+, O Templo da Perdição faz parte uma época onde era comum retratar países do "terceiro mundo" (termo em desuso após o fim da Guerra Fria) com um verniz racista, estereotipado e colonialista. Sem contar que, desde o lançamento de Os Caçadores da Arca Perdida (1981), é sabido que Indiana na verdade saqueia relíquias de outros países para expor nos EUA; uma prática controversa dentro da arqueologia mundial.
O Templo da Perdição gerou críticas negativas pela forma como o filme retrata países da Ásia — Foto: Reprodução/The Movie Database 9. Lawrence da Arábia (1962)
Lawrence da Arábia é uma adaptação da autobiografia Os Sete Pilares da Sabedoria, escrita pelo oficial britânico T. E. Lawrence (1888 – 1935), dirigida por David Lean (Doutor Jivago). Estrelado por Peter O'Toole (O Leão no Inverno), vemos como Lawrence, um inglês branco, conseguiu liderar diversas tribos árabes numa batalha contra tropas turcas durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Além de liderar os grupos, o protagonista se vê cada vez mais envolvido com sua cultura.
Disponível no Telecine, Lawrence da Arábia se tornou o precursor de uma abordagem controversa dentro do cinema chamada de "salvador branco". Essa tática consiste em oferecer protagonismo a um personagem branco que se torna o libertador de um ou mais personagens não brancos em situação de infortúnio. Com Alec Guinness (Star Wars: Uma Nova Esperança), Anthony Quinn (Hércules), Jack Hawkins (Ben-Hur) no restante do elenco, a produção rendeu médias de 8,3 no IMDb e 93% no RT.
T.E. Lawrence foi levado às telas pelo ator Peter O'Toole. Filme é considerado hoje um exemplar do "salvador branco" no cinema — Foto: Reprodução/The Movie Database 10. Grease — Nos Tempos da Brilhantina (1978)
John Travolta (Pulp Fiction) e Olivia Newton-John (Embalos a Dois) ainda fazem muita gente dançar ao som das canções de Grease — Nos Tempos da Brilhantina, musical dirigido por Randal Kleiser (A Lagoa Azul). A trama se passa no fim da década de 1958. A estudante australiana Sandy Olsson (Newton-John), em estadia nos Estados Unidos, se apaixona pelo rebelde Danny Zuko (Travolta) durante uma noite de verão. Tempos depois, os dois se reencontram na escola onde estudam, mas em mundos e mentalidades completamente diferentes.
Presente na Netflix, Oldflix e Telecine, Grease oferece um olhar bastante romantizado e nostálgico sobre os anos 1950, chegando bem perto de soar satírico ou até mesmo caricato. Entretanto, para a audiência atual, ver uma protagonista mudando radicalmente seu comportamento e vestuário apenas para agradar um homem é algo desconfortável que deveria ficar somente no passado. Grease possui nota 7,2 no IMDb e aprovação de 66% no Rotten Tomatoes.
O musical Grease retrata de forma nostálgica a estética e a música dos anos 1950 — Foto: Reprodução/JustWatch Décadas após o nascimento de assassinos implacáveis como Jason, Freddy Kruegger e Michael Myers, o cinema slasher viu nascer um novo vilão carismático: Art, o Palhaço, antagonista da franquia Terrifier (ou Aterrorizante, no Brasil). No terceiro capítulo da saga, o vilão sanguinário transforma o natal de Sienna, sobrevivente de um dos seus massacres, em um verdadeiro inferno onde o vermelho representa mais o sangue do que os festejos natalinos.
O longa de Damien Leone estrelado por Lauren LaVera (The Fetus), Alexa Blair Robertson (The Sexpert) e David Howard Thornton (Stream) está no Prime Video, Apple TV+, Claro TV+ e YouTube. Um alerta necessário para quem for assistir o longa pela primeira vez é lembrar que o filme usa e abusa de cenas com muito sangue, tortura e desmembramentos. São características que fizeram da franquia Terrifier um "pornô gore" que se preocupa mais com o impacto do que com o próprio enredo, na visão de parte da crítica. O longa recebeu da imprensa aprovação de 78% (selo "fresh") no RT e 6,3 dos usuários no IMDb.
Terrifier 3 é o mais recente longa da franquia de terror e se passa durante o Natal — Foto: Reprodução/IMDb 12. A Bela e a Fera (1991)
A retomada das animações da Disney nos anos 1990 começou com A Bela e a Fera, produção dirigida por Gary Trousdale e Kirk Wise (O Corcunda de Nortre Dame). Aqui vemos a história de amor entre Bela, uma garota jovem e amante dos livros, com a "Fera", uma criatura humanoide. Vivendo em isolamento desde que foi enfeitiçado, a Fera aos poucos descobre a vontade de viver e de amar quando conhece Bela pela primeira vez. Paige O'Hara (Encantada) e Robby Benson (A Ponte do Desejo) dublam os personagens principais.
Quem ainda viu esse filme no Disney+ deve saber que o romance entre os dois personagens não acontece de forma tão idealizada assim. Usando os termos devidos, o que acontece entre a Bela e a Fera mais parece um exemplo de Síndrome de Estocolmo, onde uma pessoa raptada nutre afeição pelo seu sequestrador (nesse caso, a Fera). Entre o público e crítica, o longa rendeu nota 8 no IMDb e aprovação de 95% no RT (selo "fresh").
A Bela e a Fera (Disney+) faz parte do chamado período de "renascimento da Disney", em que o estúdio voltou a fazer filmes de grande sucesso — Foto: Reprodução/IMDb 🎥6 filmes de terror, suspense e drama PESADOS para assistir SÓ UMA VEZ
6 filmes de terror, suspense e drama PESADOS para assistir SÓ UMA VEZ

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
9 meses atrás
36
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/n/a/fKIlvARnAiDTdtmYTSvA/stranger-things-5-1024x594.webp)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/H/E/KTyI9aSkW7RTLFGxKJ5Q/aaaabqgsxz96-p6nxy3zsbpdti7uyle5vzwfwqi6fhr4lwum071tc6jlbgmqizzxuri61ykhvyeszuhv-o557s23qmo-u0i8r0yiqoby.jpg)

/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2025/j/i/LQnZA8ScWmrD1IjVmXwA/1981-plastificante-igor-alisson-inova-unicamp-1536x716.png)

:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro