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8 novelas mexicanas que envelheceram mal e são difíceis de reassistir

As novelas mexicanas são uma paixão para os brasileiros. O México é conhecido no Brasil não só pelo seriado Chaves, mas também pelo grande número de folhetins que, no território nacional, ganham destaque desde os anos 1980. Mesmo amadas pelos romances calientes, personagens de nome composto e atuações melodramáticas, algumas novelas mexicanas também acumulam problemas em sua narrativa que incomodam parte do público, o que faz com que nem todas sobrevivam ao teste do tempo. Mas para quem quiser reviver as tramas, elas podem ser acessadas em streamings como o Globoplay.

Quem assistiu produções como Rebelde (2004), Maria do Bairro (1995) e Mar de Amor (2009) já se deparou com temas espinhosos como sequestro, relacionamento tóxico, preconceitos de classe, gênero e racial e até abusos sexuais. Na visão de muitos espectadores, a forma como esses dilemas são abordados e resolvidos trazem mais desconforto do que entretenimento. Para relembrar os momentos mais controversos da teledramaturgia mexicana, confira a seguir uma lista com oito novelas que não envelheceram bem.

 Reprodução/IMDb Mar de Amor possui cenas de relativização do abuso — Foto: Reprodução/IMDb

Não lembra dos momentos tóxicos de suas novelas mexicanas favoritas? Então confira na lista a seguir.

  1. Rebelde (2004)
  2. O Que A Vida Me Roubou (2013)
  3. Cuidado com o Anjo (2008)
  4. Maria do Bairro (1995)
  5. Coração Selvagem (1993)
  6. A que Não Podia Amar (2011)
  7. Mar de Amor (2009)
  8. Império De Mentiras (2020)

Sucesso na TV latino-americana durante os anos 2000, Rebelde se tornou um fenômeno multimídia que não rendeu apenas uma novela teen, como também discos, turnês internacionais e um estilo irreverente de se vestir como colegial. Mas enquanto a ala musical sobreviveu ao teste do tempo (como mostrou as tours esgotadas do grupo RBD), o mesmo não pode ser dito da obra do teledramaturgo Pedro Dámian (Carrossel), disponível no Brasil pelo Globoplay.

O enredo da novela foca na convivência de um grupo de jovens em uma escola de elite do México. Mia Colucci (Anahí), Miguel Arango (Alfonso Herrera), Roberta Pardo (Dulce María), Diego Bustamante (Christopher Uckermann), Lupita Fernandez (Maite Perroni) e Giovanni Mendez (Christian Chávez) enfrentam dilemas amorosos, situações cômicas e dramas adolescentes, mas também protagonizam momentos de assédio sexual, preconceitos contra a população LGBTQA+, relacionamentos abusivos e bullying gordofóbico, além de temáticas sexuais um pouco avançadas para o público do qual o programa é destinado.

 Reprodução/Globoplay O bullying praticado contra Celina devido ao seu peso era um dos problemas que fizeram Rebelde envelhecer rapidamente — Foto: Reprodução/Globoplay

2. O Que A Vida Me Roubou (2013)

Criada por Angelli Nesma Medina (Menina Amada Minha), O Que A Vida Me Roubou é um remake das telenovelas Bodas de Ódio e Ódio (1983 ) e Amor real (2003), ambas criadas por Caridad Bravo Adams (La Mentira). A trama acompanha um triângulo amoroso entre a jovem rica Montserrat, o marinheiro José Luiz e o rico fazendeiro Alessandro Almonte, trio interpretado por Angelique Boyer (Teresa), Luis Roberto Guzmán (Cobra Kai) e Sebastián Rulli (Paixão), respectivamente.

Montserrat é apaixonada desde a infância por José Luiz. No entanto, sua mãe, que quer manter o padrão elevado da família mesmo estando em falência, arma um casamento com Alessandro, que mostra ser um homem abusivo e controlador. Como se não bastasse esse tipo de comportamento, Montserrat acaba perdoando o agressor a ponto de se apaixonar por ele, "passando um pano no estupro que sofreu em um dado momento da novela. A novela controversa pode ser vista no Amazon Prime Video.

 Reprodução/The Movie Database Novela narra um triângulo amoroso complicado devido aos momentos de abuso sexual — Foto: Reprodução/The Movie Database

3. Cuidado com o Anjo (2008)

Os fãs de telenovelas mexicanas devem ter cuidado com as cenas de abuso sexual que fazem parte do enredo de Cuidado com o Anjo. O folhetim criado por Nathalie Lartilleux (A Gata) é protagonizado por Malú, uma órfã que aos 15 anos é estuprada por um desconhecido bêbado. Anos se passam e Malú conhece o psicanalista João Miguel, que vira o seu novo amor. Porém, na noite de núpcias, a protagonista descobre que foi Miguel quem lhe causou o maior trauma de sua vida.

Para atenuar a violência sexual vinda do material original (a telenovela venezuelana Una Muchacha Llamada Milagros, de 1973), a direção de Cuidado com o Anjo deu uma "amenizada" nos conteúdos mais perturbadores. Mesmo assim, o casal interpretado por Maite Perroni e William Levy (Café com Aroma de Mulher) passa por situações que chocam devido à relativização do abuso presente na trama. No momento, a novela está indisponível no streaming nacional.

 Reprodução/The Movie Database Cuidado com o Anjo é um remake de um sucesso venezuelano dos anos 1970 — Foto: Reprodução/The Movie Database

4. Maria do Bairro (1995)

Com muita honra, Maria do Bairro foi um dos grandes sucesso da onda de novelas mexicanas no Brasil durante os anos 1990. Estrelado pela cantora e atriz Thalía (Marimar), a história narra a vida sofrida da personagem-título, uma garota pobre e órfã adotada por um magnata. Dentro da nova residência, Maria é alvo do preconceito de todos na casa, a começar por Luis Fernando de la Vega, seu irmão de criação. No entanto, não demora a surgir um romance entre os dois.

Presente no Globoplay, Maria do Bairro carrega um problema analisado há tempos na teledramaturgia mexicana: a falta de diversidade étnica no elenco. Do núcleo rico ao mais pobre, todos estão dentro do padrão de branquitude típica do país, um fato que contrasta com a realidade miscigenada e indígena presente nas camadas populares (justamente essa fatia da sociedade que a novela busca mostrar). Isso sem contar que Fernando de la Vega, personagem de Fernando Colunga (A Usurpadora), demonstra não só um preconceito de classe como também uma misoginia latente demonstrada em atos de humilhação e até tentativas de assédio; tudo perdoado "em nome do amor", conforme visto no decorrer da trama.

 Reprodução/JustWatch Maria do Bairro é uma novela que aborda diferentes classes sociais do México dentro de uma mesma etnia europeia — Foto: Reprodução/JustWatch

5. Coração Selvagem (1993)

Coração Selvagem é um dos maiores sucessos da teledramaturgia mexicana. Tanto que a obra criada pela escritora Caridad Bravo Adams rendeu ao todo quatro adaptações, sendo as outras três de 1966, 1977 e 2009. No enredo da terceira versão, protagonizada pelos saudosos Edith González (Mundo de Feras) e Eduardo Palomo (Ramona), a trama se passam no Golfo do México durante o século XIV. Para salvar a irmã de um rapto, Monica de Altamira (González), uma moça da alta sociedade de casamento marcado, aceita ser levada por João do Diabo (Palomo), um pirata rude e de ascendência rica.

O que vemos na relação entre Monica e João é algo bem similar a uma Síndrome de Estocolmo, condição psicológica onde a vítima desenvolve um vínculo emocional pelo agressor. Tal como uma Bela e a Fera dos mares, aos poucos a protagonista vai desnudando o lado perverso de João e ele se torna "bom". Coração Selvagem no momento não está disponível no streaming nacional.

 Reprodução/The Movie Database O pirata João do Diabo força uma jovem a se casar com ele — Foto: Reprodução/The Movie Database

6. A que Não Podia Amar (2011)

Ainda falando de produções que romantizam a Síndrome de Estocolmo, A que Não Podia Amar é a obra que não podia faltar nessa lista. Na novela criada por Delia Fiallo (Cristal), conhecemos Ana Paula Carmona Flores, uma mulher que sacrifica seu amor em nome de uma causa maior. Isso chama atenção de Rogério, um fazendeiro inescrupuloso que usa da fragilidade da protagonista para propor um casamento forçado. Simultaneamente, outras pessoas tentam conquistar o coração de Ana Paula.

O elenco principal é composto por Jorge Salinas (Pasion y Poder), José Ron (A Desalmada) e Ana Brenda Contreras (Coração Indomável). Assim como em Coração Selvagem, o "poder do amor" é capaz de passar por cima de obstáculos traumáticos, que além do casamento forçado inclui também violência doméstica. Exibida no SBT, a série até o momento não chegou no streaming.

 Reprodução/The Movie Database A Que Não Podia Amar retrata um triângulo amoroso onde o abuso psicológico faz parte da relação — Foto: Reprodução/The Movie Database

A já citada Nathalie Lartilleux também esteve envolvida na criação de Mar de Amor, remake do folhetim venezuelano María del Mar. O nome marítimo da obra vem da personagem principal Estrela Marinha, uma jovem sonhadora e apaixonada criada por seus padrinhos pescadores. Ela é filha de Cacilda, uma mulher que nunca mais foi a mesma desde que sofreu um estupro na juventude; ato esse que gerou o nascimento de Estrela. A protagonista se apaixona por Vítor Manuel, um homem depressivo que passa a viver no mesmo vilarejo que ela.

Mar de Amor é outra novela que relativiza a gravidade de crimes sexuais. Isso porque Cacilda, personagem de Erika Buenfil (Amor em Silêncio) não só perdoa facilmente o estuprador, o rico Guilhermo Bricenho (Juan Ferrara), como também se casa com ele. Por outro lado, os personagens Estrela e Vitor, interpretados por Zuria Vega (Um Refúgio para o Amor) e Mario Cimarro (Gata Selvagem) é bem menos conturbado.

 Reprodução/The Movie Database Cacilda é uma mulher que sofreu um abuso, mas perdoou o agressor — Foto: Reprodução/The Movie Database

8. Império De Mentiras (2020)

A versão mexicana para a novela turca Kara Para Aşk (2014) não dispensa temas espinhosos da trama original, como sequestro e assassinatos misteriosos. O enredo principal é focado em Elisa Cantú, uma mexicana bem-sucedida que vive em Nova Iorque. Quando ela volta ao seu país para comemorar um aniversário, descobre que seu pai foi encontrado morto ao lado do cadáver de uma mulher. Essa segunda vítima era a esposa do policial Leonardo Valesco. Ainda traumatizados, os dois tentam descobrir a verdade por trás desses crimes.

O problema de Império de Mentiras não está no casal interpretado por Angelique Boyer (O Amor Invencível) e Andrés Palacios (Amor Amargo), mas sim no romance secundário entre os personagens Maria "Majo" José e Darío "Cobra" Ramirez, interpretados por Alejandra Robles Gil (Contigo Sim) e Iván Arana (El Mariachi). Majo, irmã de Elisa, é sequestrada pelo vilão Cobra para pressionar a protagonista. E como não é surpresa para quem leu até aqui, novamente bate a Síndrome de Estocolmo e a vítima se apaixona por seu raptor. Império De Mentiras chegou a ser exibida no Globoplay, mas no momento está fora de catálogo.

 Reprodução/Las Estrellas Majo e Cobra é um casal que se apaixona durante um sequestro — Foto: Reprodução/Las Estrellas

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