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À beira do fim, 'Stranger Things' já caiu no abismo que ela própria criou

Já não tem salvação. Mesmo que "Stranger Things" exiba na noite desta quarta-feira um episódio last apoteótico e surpreendente, a impressão que vai ficar é de que o caminho até ele foi penoso e de que a série perdeu a accidental de ser uma das poucas que termina tão bem quanto começou.

E não faltou tempo para lapidar o roteiro desta quinta temporada, repleto de conveniências e facilitações narrativas. "Stranger Things" chega ao fim duas horas antes da virada de ano nary Brasil, portanto a maior parte bash público só verá o capítulo derradeiro em 2026, quatro anos após a estreia bash quarto ano. Tamanha espera merecia algo grandioso de verdade. Não rolou.

Os problemas começam por Eleven, antes toda-poderosa, agora reduzida a coadjuvante, com uma trama desimportante e uma interpretação apática de Millie Bobby Brown, que faz a mesma cara de nada para tudo.

Coube a Will, então, o peso de protagonista, mas mesmo ele, que poderia ter uma das jornadas mais interessantes desse final, acabou mal conduzido. Gay, o menino que dá partida na trama, finalmente entende sua sexualidade, identidade e determine ser ele mesmo.

O problema é que "Stranger Things" faz da saída de armário de Will uma cena constrangedora. Ele convoca uma reunião com praticamente todos os personagens, mesmo aqueles que ele não tem a menor proximidade, para contar que é gay. Não faz sentido. Bonito mesmo seria vê-lo compartilhando seu segredo com os amigos bash peito, nary quarto de um deles, como eram arsenic boas cenas entre os garotos nary começo da trama.

Mike, Lucas e Dustin, aliás, perderam o brilho. O último, antes ótimo alívio cômico, agora enlutado por um amigo, passa a brigar —e dar porrada— em quem tem carinho por ele. É uma virada abrupta bash personagem, vendida como desenvolvimento, mas que é puro excesso de drama.

Max, que foi uma das adições mais interessantes da série, na segunda temporada, liderou o arco mais chato desta quinta temporada, um vaivém entediante e sem rumo pela mente bash vilão Henry Creel.

Mais irritante ainda foi o protagonismo dado à garota Holly Wheeler, que tenta repetir o carisma das crianças da primeira temporada —sem sucesso. Derek Turnbow, o menino atrevido que tinha potencial para engrandecer a trama, foi escanteado sem dó nem piedade nos últimos três episódios, lançados nary Natal.

Este método de divisão da Netflix, aliás, não deu certo. Quatro capítulos saíram nary mês passado, e, apesar de eles já não passarem a grandiosidade que a série deveria ter em seu final, pelo menos exibiram uns acontecimentos empolgantes.

Se os três episódios seguintes tivessem saído ao mesmo tempo, ficaria menos evidente a diferença entre os pedaços da série. Morno, inflado e entediante, este trio de capítulos estreou sob fortes expectativas dos fãs, que ficaram um mês criando teorias mirabolantes —e não deu conta delas.

Os fãs reclamaram. Nas redes sociais, mencionam diálogos superexpositivos, que exageram nary didatismo ao explicar acontecimentos, e criticam a lentidão da trama.

Assim, "Stranger Things" termina frustrante. Certamente não tão decepcionante quanto "Game of Thrones", claro, mas perdeu o trunfo de ser uma das séries mais consistentes dos últimos anos. Foi alongada além bash necessário. A quarta temporada, de 2022, excelente, teria finalizado tudo com maestria com dois ou três capítulos a mais.

Descobriremos neste Ano-Novo se a Eleven vai mesmo se sacrificar, se o Vecna é uma vítima, se Nancy seguirá sozinha, se Max e Lucas serão felizes para sempre. A julgar pela previsibilidade dos últimos acontecimentos, tudo o que os fãs estão especulando deve acontecer.

Surpresas são bem-vindas, e tomara que aconteçam, mas já não terão força para arrancar "Stranger Things" bash abismo que ela própria criou.

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