A culpa da sua conta de luz alta pode ser da porta da geladeira; entenda

Sim, mas o impacto depende do tempo que a porta permanece aberta, da frequência das aberturas e das condições climáticas, já que em dias mais quentes esse consumo pode ser maior. A geladeira, um dos aparelhos mais utilizados em casa, consome energia através de um ciclo de refrigeração que mantém a temperatura interna entre 1°C e 5°C. Cada vez que a porta é aberta, o termostato detecta o aumento de calor e aciona o compressor, intensificando o consumo elétrico

A porta aberta pode ser responsável por até 10% do consumo total de energia da geladeira, e manter a porta aberta por um minuto consome menos energia do que abri-la seis vezes por dez segundos cada. Isso ocorre por conta da troca de calor toda vez que há uma abertura de porta, desregulando a temperatura e exigindo maior trabalho do motor do eletrodoméstico. No entanto, se a porta permanecer aberta por longos períodos ao longo do dia, o gasto de energia se torna mais elevado, especialmente em geladeiras antigas, que podem consumir até 150 kWh por mês.

Ações como 'pensar diante da geladeira aberta’ ou abri-la repetidamente ao longo do dia prejudicam a eficiência do aparelho. Isso ocorre porque, a cada abertura, o ar frio escapa e o compressor precisa trabalhar novamente. Entre abrir e fechar muitas vezes ou deixar aberta por curtos períodos, a segunda opção é mais eficiente em termos de consumo de energia e conservação dos alimentos.

O ideal é abrir a geladeira somente quando necessário. Outra opção é organizar os alimentos de forma que evitem bloquear as saídas de ar e facilite a retirada. Portanto, ao abrir a geladeira, tenha como hábito retirar tudo que precisa de uma só vez para evitar pequenos períodos de aberturas contínuas.

Esquecer a porta da geladeira aberta, seja por distração ou falhas com a vedação, é algo que pode acontecer com qualquer um. Caso isso aconteça, feche a porta rapidamente e evite abrir novamente por pelo menos uma hora. Desta forma, o motor da geladeira terá tempo para estabilizar a temperatura interna sem sobrecarga.

Também é essencial garantir a boa vedação da porta. Teste posicionando uma folha de papel entre a borracha e a porta; se a folha cair, a vedação está comprometida, permitindo a fuga de ar frio já que a porta está completamente fechada. Substituir a borracha é uma solução simples, barata, e eficiente para economizar energia.

A geladeira é um dos eletrodomésticos com maior impacto no valor da conta de energia. O consumo médio, levando-se em consideração aparelhos novos e usados, é de 55kWh/mês. Tendo como referência a tarifa cobrada pela Light, concessionária responsável pela distribuição de energia na cidade do Rio de Janeiro, esse consumo representa cerca de R$ 46 na conta de luz, descontando impostos, contribuições e Bandeiras Tarifárias.

Para economizar, é importante adotar algumas práticas simples que ajudam a reduzir o gasto de eletricidade, como manter a geladeira em uma temperatura adequada, evitar a abertura frequente da porta, garantir que a borracha de vedação esteja em bom estado, entre outras. Esses hábitos contribuem para melhorar a eficiência do aparelho e, consequentemente, reduzir o consumo de energia, impactando diretamente na conta de luz.

Outra alternativa, caso a geladeira seja muito antiga, é avaliar a substituição do eletrodoméstico. Uma geladeira com mais de dez anos de fabricação, pode consumir até três vezes mais energia que um aparelho novo. Por isso, se a opção for pela troca, leve em consideração adquirir equipamentos com o Selo Procel de Economia de Energia ou com as classificações A+++, A++ e A da Etiqueta Ence (Etiqueta de Conservação de Energia Elétrica do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro).

Esses produtos são os mais eficientes em termos de consumo de energia elétrica disponíveis no mercado brasileiro. Para efeito de comparação, uma geladeira com a Etiqueta Ence B, do Inmetro, apesar de ter um custo de aquisição menor, pode gastar mais que o dobro da energia de uma geladeira com a classificação A ou com o Selo Procel. Ou seja, é o barato que sai caro.