A Grande Inundação: entenda final explicado do filme Netflix

Quando um asteroide atinge a Antártica e provoca uma inundação catastrófica de proporções globais, a humanidade passa a correr risco de extinção. A pesquisadora e mãe solteira Gu An-na desafia todas as probabilidades ao subir um prédio de 30 andares em Seul, na Coreia do Sul, para salvar seu filho, Ja-in, e, sem saber, também o futuro da vida na Terra. Para isso, precisa enfrentar o pânico, saqueadores, dilemas morais e uma conspiração oculta por trás de seu trabalho.

O filme é estrelado por Kim Da-mi (Nosso Eterno Verão) como Gu An-na e Park Hae-soo (Round 6) como Son Hee-jo, membro da equipe de segurança do Darwin Center. Também estão no elenco Kwon Eun-seong como o jovem Shin Ja-in (Typhoon Family) e Jeon Hye-jin (Missão Cruzada) em papel coadjuvante como Im Hyeon-mo. A direção é de Kim Byung-woo, conhecido por thrillers intensos como Chamada Explosiva (2021) e The Terror Live (2013).

No desfecho, An-na atravessa cenários cada vez mais extremos até descobrir que repetiu variações do mesmo teste por décadas. Com a ajuda de Son Hee-jo, ela chega ao topo do complexo de apartamentos, onde seu filho, Ja-in, está escondido em um armário. Isso fazia parte do plano desde o início, mas An-na só consegue lembrar no último cenário do looping.

An-na é capturada por homens armados do Darwin Center, uma organização de pesquisa espacial, enquanto Ja-in pula na água. Para salvar a criança, ela “quebra” a simulação e mergulha atrás do filho. A última cena mostra mãe e filho juntos em um foguete, retornando para uma Terra inundada.

O longa planta pistas contraditórias. Sabemos que An-na esteve na simulação por 60 anos, mas não fica claro se a mulher do final é a mesma pesquisadora do início ou um clone criado nos experimentos. O roteiro deixa essa questão em aberto, convidando o espectador a decidir, mas é provável que ela seja uma humana sintética no final.

Vale lembrar que o foguete da primeira versão da pesquisadora é atingido por detritos no espaço. Além disso, quando ela acorda em outra nave, mas de volta à Terra, parece não ter envelhecido nada. Há, inclusive, a possibilidade de An-na estar presa em mais uma simulação sem saber.

A inundação existiu, mas apenas até certo ponto. As cenas iniciais mostram o dilúvio que realmente ocorreu dentro do universo do filme, consequência da queda de um asteroide na Antártida que derreteu as geleiras e elevou o nível do mar de forma irreversível. Depois, é revelado que grande parte da experiência foi uma simulação criada para desenvolver emoções em seres sintéticos.

Em resumo, a inundação é real até o momento em que An-na chega ao telhado do prédio pela primeira vez, Hee-jo é assassinado e Ja-in capturado. A partir daí, os espectadores acompanham uma sequência de realidades simuladas.

O loop temporal foi criado por An-na após escapar da Terra durante a inundação, sendo obrigada a deixar o filho para trás. Ja-in, na verdade, é uma criança artificial desenvolvida em laboratório para testar o Motor de Emoções, um equipamento capaz de inserir sentimentos humanos em clones destinados especificamente a repovoar o planeta.

O Darwin Center também precisa criar uma mãe sintética. Então An-na pede que usem suas memórias na criação de uma cobaia, testando como seriam as respostas emocionais em situações extremas. O teste seria um sucesso quando sua versão simulada conseguisse salvar Ja-in, mas reiniciado sempre que ela falhasse ou morresse;

No final, An-na finalmente encontra Ja-in no topo do prédio após milhares de ciclos. Mãe e filho aparecem dentro de uma das várias naves espaciais rumo à Terra inundada, mas com pequenos pontos de terra firme, sugerindo que o experimento para reestabelecer a humanidade foi um sucesso.

A recepção é mista. No Rotten Tomatoes, o filme tem aprovação de 50% da crítica especializada e apenas 36% do público. No IMDb, a nota média é 5,4, com reações que variam entre entusiasmo pelo aspecto técnico e críticas negativas à transição apressada entre os gêneros desastre e ficção científica, além de apontamentos sobre o final pouco desenvolvido.

O autor desta matéria gostou do filme, mas reconhece que muitos detalhes podem confundir na primeira assistida. Em resumo, é uma obra diferente que levanta discussões e pode ser vista mais de uma vez para captar nuances, sobretudo devido ao seu final aberto.

Se você gostou de A Grande Inundação, procure outros thrillers sul-coreanos e filmes de desastre com camadas de ficção científica e dilemas morais, como The Terror Live (2013), do mesmo diretor. Também disponível na Netflix, outra opção é O Impossível (2012), longa com Tom Holland baseado em eventos reais sobre o tsunami que atingiu o sudoeste da Ásia em 2004. Outras produções que giram em torno de dilúvios são Tempestade: Planeta em Fúria (2017) e A Onda (2015).

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