A Queda de P. Diddy: 6 dúvidas que surgiram após o documentário

Entenda em seis pontos o que precisa ser esclarecido em A Queda de P. Diddy.

O rapper, produtor e empresário Sean John Combs (também conhecido como P. Diddy) foi preso no dia 16 setembro de 2024 após acusações envolvendo tráfico sexual, estupro, extorsão e agressão movidas contra ele. O Sua defesa alega que o músico é inocente em todas as acusações. Ainda assim, ele aguarda pelo julgamento no Centro de Detenção Metropolitano em Nova Iorque.

Conhecido pelas alcunhas de Puff Diddy, P. Diddy e Brother Love, Sean John Combs nasceu no dia 4 de novembro de 1969. Começou ainda jovem no mundo da música, estagiando na gravadora Uptown Records, onde aprendeu rápido a empresariar artistas e produzir seus álbuns. Sua aliança musical mais famosa foi com o rapper The Notorious B.I.G., morto aos 24 anos no dia 9 de março de 1997. Diddy ainda fez alianças de sucesso com o rapper Jay Z, a cantora Jennifer Lopez (sua ex-namorada) e Justin Bieber.

Além de seis álbuns de estúdio gravados, Diddy também participou de filmes e séries, como o longa O Sol Tornará a Brilhar (2008) e o seriado Hawaii Five-0 (2011). Ele também acumula premiações em cerimônias importantes da música como Grammy, MTV Movie & TV Awards e BET Hip Hop Awards. Diddy chegou a figurar no Guinness como o produtor de rap mais bem-sucedido da história, tomando como base os singles de sucesso que ele produziu no ano de 1997.

Se autointitulando um "Grande Gatsby" moderno (uma referência ao romance de F. Scott Fitzgerald), P. Diddy realizava festas suntuosas que contava com a presença de famosos. Essas cerimônias conhecidas como "white party" (festa do branco, em português) surgiram em 1998 e eram realizadas na mansão do cantor nos Hamptons, as vilas de luxo localizadas em Nova Iorque. O nome vem do hábito dos convidados se vestirem completamente de branco. De acordo com Combs, em uma entrevista no programa da apresentadora Oprah Winfrey, em 2006, o intuito era integrar empresários e celebridades brancas com artistas negros do hip hop no mesmo ambiente de celebração.

Devido ao grande número de personalidades envolvidas, estar numa "white party" era um dos ápices da fama no mundo do entretenimento. O portal Daily Mail publicou com exclusividade uma série de fotos onde é possível ter uma amostra do que acontecia nas festas. Mulheres nuas, dançarinas exóticas, celebridades com garrafas de champagne e se jogando na piscina são algumas das cenas registradas.

Entretanto, com as revelações sobre as festas sendo publicadas na imprensa, os encontros ficaram marcados por supostos casos de uso de drogas, maratonas sexuais, prostituição e estupros. Segundo relatos de Tom Swoope, que participou de duas festas, Diddy fazia uma divisão de ambientes para visitantes convencionais e convidados abastados. O rapper fazia jogos humilhantes com o primeiro grupo, prometendo dinheiro e contratos caso se sujeitassem a participar de atos sexuais. Swoope também presenciou uso de cocaína e ecstasy por celebridades; em muitas das vezes, a droga era inalada no corpo de outra pessoa.

Já Adria English, ex-atriz de filmes adultos, acusou Sean Combs de usá-la como "escrava sexual" em suas festas. Ela inicialmente teria sido contratada para atuar como dançarina, mas depois foi forçada a se prostituir para convidados milionários entre os anos de 2006 e 2009. A denúncia de 114 páginas apresentada no Tribunal Distrital dos EUA ainda afirma que Adria tinha que usar um vestido preto para passar a mensagem de que estava disponível sexualmente para os convidados.

O sexo não consensual seria uma constante dentro das festas de Diddy. Ele não só teria conduzido esses atos como também teria os filmado. Os “freak offs”, como eram chamados os registros pornográficos feitos nas festas, chegou a contar com mulheres vindas de outros estados apenas para servir sexualmente os convidados. O registro também serviria para chantagear posteriormente as pessoas mostradas no vídeo. A última "white party" foi realizada em 2009.

Leonardo DiCaprio, Mariah Carey, Ashton Kutcher, Justin Bieber, Jay Z, Aaliyah, David Blaine, Kelly Osbourne, Paris Hilton, Tommy Lee, Pamela Anderson, Howard Stern, Aretha Franklin, Martha Stewart, Beyoncé, Regis Philbin, Vera Wang, Donna Karan, Denzel Washington e até o príncipe Harry (herdeiro da família real britânica) são algumas das centenas de celebridades que estiveram nas festas de Diddy.

O astro da música também reunia em sua mansão empresários magnatas e socialites, a exemplo de Paris Hilton, as irmãs Kim e Khloe Kardashian, Ivanka Trump (filha do atual presidente Donald Trump), entre outros. Rodney 'Lil Rod' Jones, produtor musical que entrou com um processo contra Diddy, afirma que a presença dessas pessoas estaria envolvido com o tráfico sexual protagonizado pelo rapper.

Em um vídeo obtido com exclusividade pelo portal britânico Daily Mail, gravado nos anos 1990, é possível ver Combs alertando às "crianças presentes" que eles teriam uma hora para irem embora, pois "nós estamos prestes a entrar no clima". Não é possível confirmar se, de fato, crianças participaram das festas de Puff Diddy. Sabe-se que entre as acusações movidas contra o artista há também um caso de estupro contra menores de idade, incluindo uma criança de 9 anos.

Em novembro de 2009, Diddy apareceu com o astro Justin Bieber, quando este ainda tinha 15 anos, em um vídeo onde ele afirma ter conseguido a "custódia" do astro para passar 48 horas com ele em atividades que "são o sonho de qualquer garoto". No vídeo, Diddy ainda menciona Usher, cantor de R&B que também foi seu protegido nos anos 1990, quando o autor de "Yeah!" ainda era adolescente. Segundo relatos de Gene Deal, um ex-segurança de Diddy, ao canal The Art of Dialogue, Usher teria sido estuprado pelo produtor depois de ter ido morar com ele, aos 14 anos.

Após a prisão do ex-amigo, Justin Bieber foi orientado a se manter afastado das polêmicas e não comentou publicamente sobre o caso. Usher também não respondeu às acusações de Deal ou se manifestou sobre a prisão do ex-mentor.

O julgamento de Sean Combs está marcado para o dia 5 de maio de 2025. No dia seguinte à sua prisão, ele se declarou inocente perante ao juiz no Tribunal Federal de Manhattan. Uma sentença de 14 páginas foi apresentada na audiência preliminar, com acusações de tráfico sexual, extorsão, conspiração e transporte para se envolver em prostituição.

Dentre os casos mais conhecidos, está a agressão contra ex-namorada Cassie Ventura, agredida pelo rapper em 2016. Um vídeo que mostra em detalhes o ato de violência foi divulgado em 2023. Contra Diddy há cerca de 100 acusações que podem virar processos civis e criminais durante o julgamento. Caso ele seja culpado das acusações, Sean Combs pode pegar prisão perpétua.

A Queda de Diddy, do Max, não será a única produção focada em Sean Combs. A Netflix está em produção de uma nova série documental feita em parceria com o rapper 50 Cent. Ainda sem nome e data de estreia confirmados, o show percorrerá as diversas denúncias que fizeram parte da vida pessoal e da carreira de Diddy, não focando apenas nos casos recentes.

"Continuamos firmes em nosso compromisso de dar voz aos que não têm voz e de apresentar perspectivas autênticas e diferenciadas. Embora as alegações sejam perturbadoras, pedimos a todos que se lembrem de que a história de Sean Combs não é a história completa do hip-hop e de sua cultura", afirmou 50 Cent ao portal Variety em setembro do ano passado.

Em sua carreira como ator, Diddy fez participação especial na série CSI Miami em dois episódios, intitulados "Presumed Guilty" e "Sink or Swim", 15º e 16º episódios da sétima temporada. Sean Combs, como o produtor assinou seu nome no seriado, interpreta Derek Powell, um advogado que tem a noiva assassinada durante uma invasão de ladrões na iate onde os dois estavam. Porém, Derek pode não ser tão inocente nessa história. CSI Miami está disponível no catálogo do Paramount+ e na Pluto.TV.

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