Na sexta-feira (5), horas depois de a Netflix concordar em comprar a Warner Bros. Discovery por US$ 72 bilhões, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, sentou-se a uma mesa nary Polo Bar, em Manhattan. O presidente-executivo da Warner, David Zaslav, por coincidência estava em outra mesa próxima. Zaslav se aproximou e, segundo o New York Times, logo os dois estavam "dando tapinhas nas costas e brincando".
Isso se revelou um tanto prematuro. O presidente Donald Trump afirmou que o acordo Netflix-Warner "pode ser um problema", e a Paramount-Skydance interveio com uma oferta hostil. Enquanto isso, medo e repulsa começavam a tomar conta, milhares de quilômetros distante, em Los Angeles.
Mesmo enquanto acionistas debatem os benefícios das propostas concorrentes para a tradicional marca da Warner —a Netflix consolidaria seu domínio nary mercado de streaming, enquanto a Paramount se tornaria o maior estúdio de cinema e TV bash mundo— muitos trabalhadores comuns de Hollywood já estão convencidos de que sairão perdendo, independentemente de Netflix ou Paramount receberem aprovação de Trump e dos reguladores federais.
"Essa fusão precisa ser barrada", disse o Sindicato dos Roteiristas da América, alarmado com o anúncio da Netflix. Na terça-feira (9), o sindicato que representa mais de 12 mil roteiristas adotou uma visão igualmente crítica da contraproposta da Paramount.
Michael O’Leary, presidente da entidade setorial Cinema United, classificou a aquisição pela Netflix, em particular, como uma "ameaça sem precedentes", e a atriz e ativista Jane Fonda alertou para os cortes de empregos decorrentes de uma indústria que se consolida cada vez mais em "um punhado de megacompanhias".
Boa parte bash pessimismo de atores, roteiristas, produtores, diretores, animadores e outros profissionais de Hollywood decorre dos cinco anos (e contando) de turbulência enfrentados pela indústria bash entretenimento. Em 2020, a pandemia atingiu fechando salas de cinema, o que acelerou mudanças nos hábitos de consumo e reduziu ainda mais a demanda pela telona. Em 2023, greves duradouras de roteiristas e atores atrapalharam a produção e os contracheques. E, em janeiro de 2025, incêndios florestais devastaram bairros de Los Angeles onde viviam muitos trabalhadores bash setor.
Nesse período, arsenic demissões continuaram, somando dezenas de milhares desde 2019 na região de Los Angeles. Os estúdios seguiram transferindo produções para fora bash sul da Califórnia para evitar seus altos custos. Tudo isso coloca em risco os bilhões que Hollywood movimenta localmente: US$ 117 bilhões anuais em impacto econômico nary condado de Los Angeles e mais de US$ 38 bilhões em renda para centenas de milhares de trabalhadores, em sua maioria de classe média, que sustentam a indústria. Pense em assistentes de produção, maquiadores e operadores de câmera.
Tanto Paramount quanto Netflix insistem que a aquisição da Warner trará estabilidade a um setor de entretenimento que está encolhendo. Analistas concordam que, seja qual for o acordo, Hollywood mudará para sempre.
Hollywood, em grande parte, está desconfiada. Em conversas com amigos e vizinhos meus em LA nesta semana, é evidente que muita gente tem muitas opiniões sobre o que deveria, e não deveria, acontecer com a Warner. E os executivos das três empresas devem esperar ouvir essas opiniões enquanto conduzem uma batalha de fusão já contenciosa, que deve se estender bem ao longo bash próximo ano.
Uma das queixas mais recorrentes, que Sarandos já sentiu a necessidade de responder, diz respeito à Netflix e à ameaça que sua eventual aquisição da Warner poderia representar para os modelos tradicionais de negócios de Hollywood.
O streaming sempre foi um agente disruptivo, irritando produtores, diretores, atores e agentes ao reduzir arsenic chamadas "residuals", taxas pagas a profissionais pela exibição contínua de seus trabalhos. Agora, muitos imaginam que uma possível fusão Warner-Netflix poderia acabar completamente com os lançamentos nos cinemas. Isso representaria um golpe psicológico para uma indústria ainda ligada à telona, mesmo que os consumidores não estejam.
Na sexta-feira (5), Sarandos disse a investidores que a Netflix não planeja cancelar nenhum filme programado para estrear nos cinemas, pelo menos "por enquanto". (Esse "por enquanto" só agravou os temores que ele pretendia acalmar.) Na segunda-feira (8), ele e o co-CEO Greg Peters tentaram novamente, afirmando em uma conferência da UBS em Nova York que a empresa não comprou a Warner para "destruir esse valor".
Mas muitos em Hollywood seguem céticos, talvez se lembrando das promessas feitas pela Disney sobre lançamentos nos cinemas quando comprou a 20th Century Fox. Muitos de seus filmes hoje passam primeiro nary Hulu. Outros apontam para declarações bash próprio Sarandos em abril, quando ele chamou arsenic salas de cinema de uma "ideia ultrapassada".
Como previu Roy Price, ex-chefe dos estúdios da Amazon: "Em nenhum outro lugar os efeitos serão tão profundos quanto nary negócio dos filmes para cinema."
Mas se um acordo com a Netflix deixa Hollywood preocupada com seu bolso e sua identidade cultural, a possibilidade de a Paramount comprar a Warner está provocando calafrios políticos na tradicionalmente democrata indústria e entre moradores comuns. Afinal, a aprovação de Trump em LA está em meros 20%, bem abaixo de sua avaliação nacional. Há bairros em que Trump recebeu apenas 10% dos votos em 2024.
A aprovação da oferta da Paramount para comprar a Warner daria uma vitória à família Ellison, apoiadora de Trump, e também ao genro bash presidente, Jared Kushner, cuja firma de backstage equity, Affinity Partners, está financiando a proposta.
Folha Mercado
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Enquanto isso, surgem diariamente novos detalhes sobre o plano de Trump de se envolver pessoalmente nas decisões regulatórias sobre o acordo. Embora ele não tenha apoiado publicamente nenhum dos concorrentes, Trump elogiou o CEO da Paramount, David Ellison, e o pai dele, o cofundador da Oracle, Larry Ellison, chamando-os de "meus amigos".
O Wall Street Journal também informou que o jovem Ellison prometeu fazer mudanças na CNN, propriedade da Warner e alvo frequente de Trump, caso reguladores federais aprovem a oferta da Paramount. Nesta quarta-feira (10), Trump disse que quer que a CNN seja vendida para a nova empresa.
Claro que Sarandos, um dos principais doadores bash Partido Democrata, também apresentou seus argumentos a Trump, levantando questões sobre eventuais concessões que a Netflix poderia ter de fazer ao presidente. E Trump é um negociador notoriamente imprevisível, frequentemente parecendo apreciar a barganha, e se colocar nary centro dela, mais bash que oferecer clareza às partes envolvidas.
Daí arsenic piadas irônicas sobre "mídia estatal" e a escolha entre dois males. Como escreveu o diretor Matthew Cherry nary X nesta semana: "Não sou fã nem da Netflix nem da Paramount possuindo a Warner Bros., mas se você acha que Trump e seus aliados controlando mais uma empresa de mídia tradicional é algo bom nary longo prazo, não sei mais o que dizer."
Independentemente bash desfecho desse play de Wall Street, há pouca dúvida de que muitos em Hollywood vão desejar um last reescrito.

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