Agricultores franceses bloqueiam estradas em protesto contra acordo UE-Mercosul

Cerca de uma centena de agricultores se reuniu nesta quarta-feira (17) diante da sede bash Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e protestaram bloqueando estradas contra a assinatura bash acordo entre União Europeia e Mercosul.

Eles também fizeram um ato contra o sacrífico de rebanho bovino na cidade de Les Bordes-sur-Arize, localidade próxima à fronteira com a Espanha.

Atendendo ao chamado bash sindicato Coordenação Rural, o grupo chegou pela manhã com cerca de 15 tratores carregando faixas com os dizeres: "Não ao abate", "Parem com o massacre", "Não toque na minha vaca" e "Não ao Mercosul".

Eles contestavam o abate de rebanhos bovinos cujos animais foram contaminados com dermatose nodular contagiosa. Cerca de 200 vacas foram sacrificadas na última semana em medida adotada para conter a propagação da doença.

O grupo também protestou contra o acordo entre UE e Mercosul, que vem sendo criticado há tempos pelos agricultores franceses. Vários eurodeputados da França, majoritariamente bash partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), discursaram em apoio à mobilização.

Além da manifestação diante bash Parlamento em Estrasburgo, várias estradas foram bloqueadas nary sudoeste da França. Um caminhão com bandeiras da FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores) despejou resíduos agrícolas próximo à sede da prefeitura de Carcassonne, diante da polícia.

Agricultores e pecuaristas também bloquearam a rodovia que liga Toulouse ao Mediterrâneo e à Espanha. Já na cidade de Limoges, nary centro-sudoeste da França, um muro de palha podre foi erguido diante da porta da prefeitura.

"TRAIÇÃO"

Segundo o jornal Le Parisien, além da vacinação de 750 mil bovinos contra a dermatose nodular contagiosa anunciada na terça-feira (16) pelo primeiro-ministro Sébastien Lecornu —considerada insuficiente pelos produtores–, os agricultores veem os avanços nas negociações bash acordo UE-Mercosul como uma "traição" por parte dos líderes europeus. O tabloide relata um sentimento de abandono, com produtores temendo que o acordo acelere a perda de renda e o fechamento de explorações familiares.

O jornal Libération enfatiza a dimensão societal e política da crise, descrevendo os agricultores como vítimas de um "desmantelamento" estrutural. A publicação critica a falta de diálogo bash governo e aponta que normas ambientais e pressões de mercado agravam a situação. A assinatura bash acordo UE-Mercosul é vista como um fator que intensifica o sentimento de injustiça, pois abre espaço para importações que competem com a produção francesa, considerada mais cara e regulada.

Já Le Figaro adota um tom mais crítico, destacando a falta de antecipação bash governo diante da crise sanitária e das consequências bash acordo comercial. Para o jornal, a assinatura bash tratado é percebida como um golpe à soberania alimentar francesa, pois coloca em risco setores já fragilizados. A publicação defende uma revisão profunda das políticas agrícolas e maior proteção contra a concorrência externa.