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Aliada da Meta planeja 1º datacenter em Porto Alegre no pós-enchente

Enquanto a entrega do cabo está marcada para 2027, o datacenter deve sair antes disso e a infraestrutura de dados é uma forma de captar o interesse de Big Tech norte-americanas e chinesas na região, afirma André Busnardo, diretor comercial da Tecto, em entrevista exclusiva ao Radar Big Tech. Mas os planos não param aí.

O que rolou?

Datacenter da Tecto em construção em Fortaleza
Datacenter da Tecto em construção em Fortaleza Imagem: Divulgação/Fortaleza

A Tecto já tinha planos de construir um datacenter na capital gaúcha, mas o terreno escolhido foi alagado nas enchentes de 2024, pois:

  • A instalação ficaria no Quarto Distrito, que concentra iniciativas do tipo de outras empresas. Agora...
  • ... A empresa finaliza a aquisição de outra propriedade também na cidade. Busnardo diz que a due diligence está na fase final para aquisição, mas prefere não revelar a localização. Ainda assim...
  • ... O executivo explica que a configuração inicial será de 4 Megawatts, uma capacidade modesta se comparada aos megaprojetos das Big Tech em andamento nos Estados Unidos -a Amazon constrói um de 2,2 Gigawatts em Indiana e a Meta outro de 2 GW na Louisiana. Mas...
  • ... A potência poderá ser ampliada em caso de necessidade, mas iniciará com densidades de 15 kVA (kilowatt-ampére) por hack. A ideia é atender provedores de serviço, empresas de telecom e ser um ponto de troca de tráfego, algo como um aeroporto de dados, onde as informações saem de uma rede e pulam para outra de forma mais ágil. Acontece que...
  • ... A Tecto vai replicar na nova planta o modelo de outro datacenter, o Mega Lobster, de 20 MW, ainda em construção em Fortaleza, onde ela já possui outras duas instalações de dados e um cabo ancorado na Praia do Futuro. Trata-se de...
  • ... Um plano de extensão, que inclui ainda a construção de um datacenter ainda maior, de 200 MW, em Santana do Parnaíba, a ser entregue em 2027. O investimento total é de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões). Só que...
  • ... No Rio Grande do Sul, o trunfo da operação será uma oferta casada com o cabo submarino Malbec. Hoje, ele liga Rio, São Paulo e Buenos Aires. Até 2027, conectará também Porto Alegre. Ter uma conexão oceânica oferece uma alternativa de redundância em caso de desastres naturais em terra, como as cheias provocadas pela chuva, diz Busnardo. Por ora...
  • ... A V.tal está construindo a CLC (estação de aterragem do cabo, na sigla em inglês), enquanto uma consultoria mapeia por onde as fibras irão passar.

Com o cabo [submarino], fica muito enriquecido o modelo de negócio. E, depois do anúncio, a gente já viu mais pedidos de proposta e o interesse dos clientes para projetos um pouco mais sofisticados
André Busnardo, diretor comercial da Tecto

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Por que é importante?

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Segundo Busnardo, a Tecto quer levar para Porto Alegre um modelo que já funciona em Fortaleza. Por lá, o foco é no ecossistema digital e em permitir proximidade de provedores de conteúdo aos clientes e intensa troca de dados entre plataformas conectadas.

Ele explica que o estado gaúcho tem atraído os olhares de empresas do porte de Amazon, Microsoft, Google, Meta e Oracle, assim como Alibaba, Huawei e Tencent. Elas estão interessadas na região como potencial hub de conexão do Cone Sul, ainda que Uruguai e Chile já possuam grandes datacenters de Big Tech.

Eles estão olhando para o globo e falando: 'pô, eu aqui tem uma manchazinha de PIB, preciso ter uma infraestrutura
André Busnardo, diretor comercial da Tecto

Não é bem assim, mas tá quase lá

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O anúncio da Tecto joga luz para o potencial gaúcho, mas há outro empreendimento que tenta capturar não só o momentum regional como também abraçar o boom da inteligência artificial.

É a "cidade dos datacenters", iniciativa anunciada pela Scala a ser implantada em Eldorado do Sul, a 17 km de Porto Alegre. Pelas dimensões, deve ser destinado a grandes provedores de nuvem, os chamados hyperscale. Com investimento de R$ 3 bilhões, terá capacidade inicial de 54 MW, mas a empresa fala na possibilidade de expandir para 4.750 MW, a um custo de R$ 500 bilhões.

O Brasil possui uma planta instalada de datacenters ainda modesta. Afinal, como necessitam de grandes quantidades de energia -não à toa sua capacidade é medida com uma unidade de medida elétrica- e consomem muita água para resfriar as máquinas, cresce a pressão ambiental sobre as empresas donas dessas instalações pelo mundo. Se o ritmo de investimento continuar por aqui, não tardará para esse movimento aportar com mais força no país.

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Um Pix incomoda muita gente

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Imagem: Reprodução
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Manda um Zap x Faz um Pix. O Pix é um dos motivos para a Casa Branca abrir investigação contra práticas comerciais brasileiras. E a ação do Banco Central contra o WhatsApp Pay em 2020 está no centro da reclamação norte-americana contra o sistema brasileiro de pagamento. Quando o serviço da Meta estava pronto para funcionar, a autarquia pisou no freio, numa tabelinha com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Big Tech viu nisso um favorecimento ao Pix, que entraria no ar meses depois. O Pix virou paixão nacional, o WhatsApp Pay nem tanto.

iPhones longe do Pix. A Meta não é a única a ter problemas com o Pix. Apesar de não estar na origem da investigação aberta contra o Brasil, a Apple não nutre simpatia pelo sistema de pagamento brasileiro. O Cade instaurou investigação contra a dona do iPhone por abuso de posição dominante, o que dificultaria carteiras digitais de fazerem, por exemplo, Pix por aproximação. A reclamação é antiga e é o que impede donos de iPhone realizarem a operação, enquanto quem têm Android já está habilitado. A Apple impõe restrições a desenvolvedores que queiram usar os sensores de NFC, responsáveis por operações financeiras sem contato nos celulares, e quer cobrar taxas das transações. O problema: o Pix é gratuito e roda na infraestrutura do BC.

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A taxação das Big Tech vem aí?

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Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil

Diante da sobretaxa de 50% anunciada pela Casa Branca e de uma investigação a práticas comerciais brasileiras aparentemente nocivas às empresas norte-americanas, o presidente Lula ressuscitou a ideia de taxar as Big Tech. A ideia se tornou pública no ano passado, submergiu, mas nunca morreu e vem evoluindo nos corredores do governo federal. Fala-se por lá da cobrança de um imposto sobre serviços digitais, que pode considerar uma Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Analistas, porém, veem pouco espaço para algo assim avançar.

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Quanto Zuckerberg pagou no acordo da Cambridge Analytica? Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e outros líderes da empresa fecharam um acordo para encerrar o processo movido por investidores da companhia devido ao escândalo da Cambridge Analytica. A consultoria usou os dados de 50 milhões de usuários do Facebook, obtidos de forma fraudulenta, para influenciar as eleições dos EUA e o Brexit, processo de rompimento do Reino Unido com a União Europeia. Para investidores, Zuckerberg e alguns conselheiros não divulgaram informações suficientes sobre os riscos enfrentados por quem teve o dado roubado. O acordo saiu no dia em que Marc Andreessen, investidor conselheiro da Meta, iria depor. Na segunda, seria a vez de Mark. Na fila, estavam ainda Sheryl Sandberg, ex-nº 2 do Facebook, e Peter Thiel, um dos maiores investidores do Vale do Silício. O processo pedia ressarcimento de US$ 8 bilhões, mas o valor final não foi revelado.

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DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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