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Aparelho que bloqueia caixinha de som viraliza; veja por que não usar

O período das festas de fim de ano sempre traz celebrações, alegria e, claro, muito barulho. Foi em um desses momentos que um vizinho, irritado com a farra do outro, decidiu usar um bloqueador de sinal — conhecido como Jammer — para encerrar a festa. O aparelho funciona operando na mesma frequência de roteadores Wi-Fi e outros dispositivos sem fio, emitindo ruídos que “embaralham” a comunicação e impedem a transmissão.

Apesar de parecer tentador para resolver conflitos, a comercialização e o uso desse tipo de equipamento são proibidos no Brasil. Isso porque o dispositivo pode interferir em atividades críticas, como a comunicação em aeroportos e pedidos de socorro em emergências.

Além dos riscos à segurança, quem tenta adquirir o aparelho pela internet também pode cair em golpes financeiros ou ter prejuízo ao tentar fabricar um modelo adaptado. A seguir, entenda o caso do vídeo que viralizou e saiba mais sobre os riscos e limitações do bloqueador de sinal.

Jammer: entenda como funciona e riscos do aparelho

Vídeo viral mostra caixinha de som bloqueada por jammer
O que é um jammer? Realmente funciona?
Bloqueador de Bluetooth (jammer) é ilegal? Quais são os riscos?
Relembre o caso do argentino na praia

1. Vídeo viral mostra caixinha de som bloqueada por jammer

No vídeo, o usuário @rdjammer762 usa o aparelho para interromper o som do vizinho, que estava ouvindo música em volume alto à meia-noite. Com mais de 43 mil curtidas, a publicação acumulou comentários de pessoas dizendo que ter o dispositivo seria “um sonho de consumo”. Assista:

2. O que é um jammer? Realmente funciona?

O jammer é um dispositivo projetado para “bloquear” sinais de rádio, mas, na prática, ele não impede que o sinal exista ou se propague. O que o aparelho faz é emitir ruídos na mesma frequência da comunicação alvo, confundindo a troca de informações. Esse “caos” no canal impede que comandos ou dados cheguem corretamente do transmissor ao receptor, o que causa a interrupção.

Por operar dessa forma, o jammer pode interferir em várias conexões sem fio, incluindo Wi-Fi, Bluetooth, GPS, redes móveis, drones, controles remotos e até dispositivos que dependem de rádio para comunicação à distância. É justamente essa interferência ampla e não seletiva que torna o uso do aparelho altamente arriscado em ambientes que exigem precisão e confiabilidade de sinal, como hospitais, aeroportos e sistemas de emergência.

3. Bloqueador de Bluetooth (jammer) é ilegal? Quais são os riscos?

No Brasil, a Anatel proíbe integralmente o uso e a comercialização de bloqueadores de sinais de rádio, incluindo jammers. A posse do equipamento é restrita e só é permitida, em casos específicos, a órgãos governamentais autorizados, como forças de segurança e outras instituições públicas que atuam em contextos controlados.

Por isso, apesar de o dispositivo parecer uma solução tentadora para conflitos cotidianos, fabricar, importar ou utilizá-lo sem autorização é ilegal e pode configurar crime, sujeitando o responsável a penalidades administrativas, multas e até detenção, dependendo do enquadramento da infração. Além do risco jurídico, a interferência causada por esses aparelhos pode comprometer comunicações essenciais e colocar pessoas em perigo.

4. Relembre o caso do argentino na praia

Embora o episódio tenha repercutido de forma cômica nas redes, a ação poderia ter causado impactos bem mais sérios na região, como falhas no GPS e interferências em canais usados por equipes de resgate, além de afetar equipamentos náuticos. O ruído também poderia atingir comunicações de aeronaves em baixa altitude, como helicópteros, ultraleves e aviões de pequeno porte, que dependem de navegação estável.