Assassin's Creed: Shadows é o título mais recente da franquia da Ubisoft e tem lançamento previsto para ocorrer em 20 de março de 2025. Na trama, o jogador vive uma história ambientada no Japão feudal onde assume o papel de dois protagonistas: a shinobi Naoe e o samurai Yasuke, que oferecem dinâmicas distintas em termos de gameplay – ela, focada no stealth; ele, no combate corpo a corpo. O game tem versões previstas para PlayStation 5 (PS5), Xbox Series X/S e PC.
O game, que sofreu dois adiamentos, vem gerando expectativa nos jogadores por se tratar de um desejo antigo da comunidade da franquia: um título ambientando nessa época. Mas será que o jogo faz jus à longa espera? A convite da Ubisoft, o TechTudo testou uma versão beta do game por cerca de quatro horas e te conta, a seguir, as primeiras impressões.
Ubisoft Forward 2024 terá novidades sobre Assassin's Creed Shadows, Star Wars Outlaws e XDefiant — Foto: Divulgação/Ubisoft Assassin's Creed Shadows é ambientado no fim do período Sengoku, ocorrido entre os séculos XV e XVI. Essa é uma época da história nipônica onde há diversas batalhas – e algumas delas, inclusive, retratadas no jogo. O game mostra um período onde o Senhor da Guerra Oda Obunaga estava no ápice do poder, uma vez que havia invadido a província de Kyoto e vinha empilhando vitórias contra os rivais, sobretudo o clã Takeda. Ele também havia invadido a província de Iga, que é lar de diversos shinobis.
É nesse contexto que conhecemos os dois protagonistas do game. Naoe é uma das ninjas que sofreram retaliação em Iga e deseja cumprir seu propósito de vingança. Yasuke, por outro lado, foi resgatado e treinado pelo Senhor da Guerra para se tornar um exímio samurai. Entretanto, ele descobre um novo sentido para a vida e passa a questionar os métodos do até então mentor. Os dois se unem, então, e passam a viver em prol de uma jornada única.
Yasuke é um samurai enquanto Naoe é uma shinobi — Foto: Divulgação/Ubisoft Gameplay de Assassins Creed Shadows
Assassin's Creed Shadows é um game de mundo aberto com mecânicas de RPG, se assemelhando bastante aos títulos anteriores, como os Assassins Creed: Origins, Odyssey e Valhalla. A grande diferença do título está, entretanto, na divisão de gameplay alinhada à ideia de ter dois personagens principais. Naoe é a especialista em stealth e furtividade, sendo este o maior foco da jogatina com ela. Yasuke, como samurai, é quem o jogador deve utilizar na hora do combate. É válido deixar claro que é possível, sim, inverter esses papéis e tentar ser furtivo com o guerreiro e combater de “peito aberto” com a shinobi, mas é uma tarefa que torna a jogatina bem mais desafiadora.
Dito isso, o jogador tem um sistema de missões principais para concluir a campanha, bem como missões secundárias e tarefas adicionais. Para além da história principal, é possível invadir espaços controlados por inimigos para roubar tesouros, há uma mecânica de esconderijos semelhante à vista com o acampamento em Valhalla e, como em Ghost of Tsushima, algumas das tarefas secundárias envolvem parar o ritmo da gameplay e contemplar os ambientes para pintar uma cena, por exemplo.
Esconderijos no Assassins Creed Shadows funcionam como os acampamentos do Valhalla — Foto: Divulgação/Ubisoft Os personagens têm árvores de habilidades separadas, que podem ser upadas conforme o jogador ganha experiência. Cada um deles têm skills diretamente relacionadas ao estilo de gameplay. As de Naoe dão um foco maior ao furtivo e assassinatos, enquanto Yasuke pode aprimorar o combate corpo a corpo de forma mais aprofundada. Também é possível melhorar a habilidade com ferramentas como kunais e shurikens. Além disso, o jogador pode possível coletar materiais para fazer o craft de armaduras, armas e adaptar o personagem conforme as preferências.
A exploração do mundo aberto é feita, majoritariamente, a cavalo, mas o game recebeu upgrades interessantes para quem gosta de fazer isso a pé. A primeira delas é a utilização de um gancho para facilitar subir e descer de torres e castelos – o que faz todo o sentido, considerando o game é mais vertical do que títulos anteriores com várias torres e castelos. O parkour também é bem chamativo para quem gosta de explorar as cidades a pé, com animações que assemelham a games clássicos da franquia, como o Unity.
Árvore de habilidades de Naoe — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins Impressões de Assassin's Creed: Shadows
O TechTudo testou Assassins Creed Shadows via streaming por cerca de quatro horas. A primeira coisa que me chamou atenção foi o fato do jogo fazer um bom trabalho em mesclar as mecânicas de Assassin's Creed clássicos, como os protagonizados por Altair, com a “nova roupagem” da saga vista na trilogia RPG. Vale informar que Origins, Odyssey e Valhalla sofreram críticas por parte da comunidade do game por terem, supostamente, se afastado demais das origens da saga, que era mais voltada para o stealth. Para alguns jogadores, os games que poderiam ter sido lançados até mesmo o nome da saga. Nesse título, a Ubisoft tentou unir ambos os fatores fazendo personagens que, na prática, representavam esses dois momentos: Naoe mais alinhada ao que foi visto nos tempos de Ezio; Yasuke voraz nas batalhas feito Bayek, Kassandra e Eivor.
O trabalho da Ubi, nesse sentido, foi bastante convincente. Naoe e Yasuke se movimentam de formas completamente diferentes, têm físicas e pesos distintos na hora de jogar. Enquanto ela passa por telhados de forma quase felina, ele parece um bloco de concreto ao tentar fazer o mesmo. Por outro lado, um golpe de Yasuke é um atropelo, enquanto com Naoe, o impacto mal tira HP. Estar rodeado por inimigos com ela é um pesadelo – quase tão ruim quanto tentar escalar um muro com ele.
Naoe faz referência aos clássicos da franquia — Foto: Divulgação/Ubisoft Em suma, a abordagem dos personagens não fica apenas na teoria – os aspectos de gameplay ilustram bem essa diferença. Por isso, é importante pensar bem em quem escolher na hora de fazer cada missão – o que poderá ser solicitado, inclusive, mais de uma vez durante a jogatina. Por mais que o jogo permita trocar fora de combate, quando as brigas se desencadeiam, é preciso ir até o fim. Outra questão que me agrada em relação à dupla é que, como Kassandra e Alexios, os dois têm uma função narrativa que será exercida independente do jogador utilizá-los ou não. Eu, particularmente, prefiro esse tipo de abordagem do que simplesmente escolher o gênero do protagonista, como acontece com Eivor.
As referências aos títulos clássicos da saga também aparecem em missões de assassinatos, estruturas de missões e até mesmo no próprio parkour, que foi sendo simplificado ao longo do tempo e retornou de forma mais expressiva com Mirage. Mas é importante deixar claro que, ainda que faça referência aos jogos antigos, esses aspectos também foram aprimorados com novas mecânicas.
Naoe, por exemplo, poder apagar velhas e tochas para diminuir a visibilidade que os inimigos têm dela – o que é um elemento novo que ajuda a manter o frescor em dinâmicas que o jogo já tinha estabelecidas há tempos. Já o combate de Yasuke conta com uma roda de habilidades mais extensa, com algumas opções extras, como chamar ajuda para os combates.
Yasuke representa o comabte corpo a corpo na franquia — Foto: Divulgação/Ubisoft Em termos de ambientação, já é possível ver que a Ubisoft acertou mais uma vez. A recriação dos locais é detalhada, verossímil e muito bem-feita, como já vem sendo há alguns anos em outros títulos. A paleta de cores é bastante chamativa e cabe bem na época que representa. O mundo aberto também parece mais vivo, com folhas caindo, capim se movendo e pessoas transitando de forma natural. Se as comparações com Ghost of Tsushima já eram difíceis de evitar, nesse ponto, ficam impossíveis.
Entretanto, apesar da boa impressão, Assasssin's Creed: Shadows não conseguiu, ao menos nessas quatro horas, romper com a minha principal crítica à Ubisoft há algum tempo: o fato dos jogos ainda terem estruturas muito parecidas, sobretudo os de mundo aberto. Até mesmo as estruturas das missões seguem semelhantes. Um exemplo disso são os sempre presentes momentos de simplesmente acompanhar um alvo, que estão aqui também. As missões têm objetivos que não rompem muito a expectativa de chegar a um ponto específico, desencadear uma luta ou então descobrir alguma coisa que vá mudar o rumo da missão. Pelo menos, nas que jogamos, o padrão não fugiu muito disso.
Assassin's Creed Shadows é promissor, mas ainda muda pouco a estrutura de mundo aberto da Ubisoft — Foto: Reprodução/Epic Games Store Há alguns anos, toda vez que a Ubi anuncia algo nessa estrutura, eu já sei exatamente o que esperar. E essa é uma crítica que perpassa Assassins Creed em si – aqui, também me refiro a Far Cry, Immortals Fenyx Rising e até Watch Dogs. Eu, que escrevo essa análise, devo ter jogado pelo menos dez jogos dessas franquias e, em algum ponto, todas elas parecem ser o mesmo jogo em skins diferentes.
Da mesma forma que a Ubisoft reinventou a saga saindo o modelo extenuado presente em Syndicate e Unity, entendo que é hora de fazer o mesmo com sua estrutura de mundo aberto. Por mais que Shadows seja promissor e pareça executar bem essas questões, para quem tem mais de 150 horas só no Odyssey, a fórmula já não engaja da mesma forma. Evidentemente, quem não se sente desgastado por esse modelo ou está animado para viver uma nova história no Japão feudal, isso pode ser um mero detalhe. Mas para quem escreve com a perspectiva de quem consome esses games há mais de uma década, o game ainda não traz o frescor que a franquia necessita.
Desempenho de Assassins Creed Shadows
O teste foi feito em uma versão beta em 1080p, mas as versões finais vão rodar em 4K em consoles e PCs mais parrudos. De forma geral, o game foi estável, apesar de terem sido pontuais. Escalar paredes com Yasuke, por exemplo, era algo que os engatilhava, uma vez que a física do personagem não colabora para isso. No mais, as texturas ainda precisam de mais polimento e as animações faciais ainda podem melhorar. Também me pareceu um pouco escuro em cenas à noite, mas durante o dia, a iluminação esteve espetacular.
Shadows já tem gráficos bonitos, mas precisa de algum polimento nas texturas — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins Vale destacar, inclusive, a dublagem, que além de bem atuada, tem uma opção de Modo Imersivo onde os idiomas se alteram de acordo com o personagem que fala. Considerando que o game ainda tem dois meses pela frente até o lançamento, o desempenho já é satisfatório. Por todos esses fatores, entendo que Shadows é bastante promissor, ainda que não represente as mudanças que eu gostaria de ver nessa saga.
Trailer de Assassin’s Creed: Shadows
Veja o trailer de Assassin's Creed Shadows #trailer
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10 meses atrás
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