Um bloqueador de Bluetooth, popularmente chamado como Jammer, é um dispositivo ilegal que ganhou muita relevância nos últimos meses, após um turista argentino utilizá-lo para silenciar caixas de som em uma praia no Brasil. Isso foi possível porque o aparelho opera na mesma frequência de roteadores Wi-Fi e outros aparelhos sem fio, emitindo ruídos que "embaralham" a comunicação. O ocorrido gerou polêmica ao levantar discussões sobre legalidade, segurança e os direitos dos usuários de dispositivos eletrônicos.
Embora pareça inofensivo, o Jammer pode causar sérios problemas, como interromper comunicações críticas, tal qual chamadas de emergência, sistemas hospitalares e de segurança pública, além de violar o direito de comunicação das pessoas. A seguir, descubra como esses bloqueadores funcionam, os riscos de uso, assim como os motivos pelos quais eles são proibidos no Brasil.
Bloqueador de Bluetooth: entenda como o Jammer funciona e por que é ilegal — Foto: Reprodução/Danilo Dias Confira abaixo os tópicos a serem abordados neste guia:
- O que é Jammer?
- Como o Jammer funciona? E por que ele é usado?
- Tipos de uso do Jammer ao redor do mundo
- O bloqueador de Bluetooth Jammer é legal?
- Posso fazer um bloqueador de sinal? É legal?
- Jammer só bloqueia Bluetooth? E Wi-Fi?
- Perigos do Jammer
- Outros produtos não homologados pela Anatel
O Jammer é um dispositivo criado para bloquear ou interromper sinais de radiocomunicação. Ele pode atuar em diferentes frequências, como Wi-Fi, Bluetooth, GPS, sinais de celular (2G, 3G, 4G) e até frequências específicas usadas por drones. A função primordial é embaralhar a comunicação de um aparelho com outro, ou mesmo com uma torre de telecomunicação, ao emitir um sinal de interferência na mesma faixa de frequência.
A popularidade desses equipamentos surgiu inicialmente em ambientes militares, onde a alta segurança e a proteção contraespionagem são essenciais. Com o tempo, as versões comerciais — muitas vezes ilegais — passaram a atrair interessados em bloquear sinais de celulares em penitenciárias, além de interromper comunicações em reuniões confidenciais ou, de forma mais simples, silenciar caixas de som que utilizam Bluetooth.
Dispositivo Jammer é utilizado como bloqueador de sinal nas faixas 2,4 GHz e 2,5 GHz — Foto: Foto/Jammer4UK 2. Como o Jammer funciona? E por que ele é usado?
O funcionamento de um Jammer envolve a emissão de ruídos na mesma faixa de frequência que se deseja bloquear. No caso do Bluetooth, a faixa mais comum é entre 2,4 GHz e 2,5 GHz, a mesma utilizada por roteadores Wi-Fi e boa parte dos dispositivos sem fio. Ao emitir sinais idênticos ou mais fortes que os do aparelho-alvo, o dispositivo impede a troca de dados, deixando outros eletrônicos sem conexão ou inutilizável para sua função.
A motivação para usar um bloqueador de sinal pode variar. Em alguns locais, como salas de aula, há quem busque evitar distrações com celulares; em penitenciárias, o objetivo é impedir a comunicação de presos com o mundo externo; já em eventos esportivos ou de segurança nacional, a intenção pode ser prevenir espionagem ou acionamento remoto de dispositivos maliciosos. Embora possa parecer uma solução eficiente para determinados problemas, é importante ressaltar que o uso do Jammer tem implicações legais e riscos significativos, não sendo permitido para usos domésticos ou do cotidiano.
Imagem ilustrativa de um prisão — Foto: Engin Akyurt 3. Tipos de uso do Jammer ao redor do mundo
Em países onde a legislação permite, órgãos de defesa e segurança utilizam Jammers para impedir ataques terroristas ou sabotagem. É comum, por exemplo, encontrar bloqueadores de GPS em operações militares, que buscam dificultar a comunicação e o direcionamento de drones ou mísseis, garantindo maior sigilo das missões.
Por outro lado, em eventos de grande porte, como visitas de chefes de Estado, delegações estrangeiras e competições esportivas, também se recorre a bloqueadores de sinal para impedir que terroristas usem celulares ou drones para fins maliciosos.
Contudo, esses usos costumam ser excepcionais e estritamente regulamentados. Na maior parte dos países, incluindo o Brasil, o uso do Jammer é permitido somente para órgãos públicos específicos, mediante autorização expressa, com foco em segurança pública ou defesa nacional.
Imagem ilustrativa de uma instalação militar — Foto: Athena Sandrini 4. O bloqueador de Bluetooth Jammer é legal?
No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) restringe fortemente a utilização de qualquer equipamento que bloqueie sinais de radiocomunicação. A Resolução n.º 760 e outras regulamentações da agência estabelecem que apenas alguns órgãos governamentais têm autorização para usar bloqueadores. São eles: Presidência da República, Ministério da Defesa, Forças Armadas, Gabinete de Segurança Institucional, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Agência Brasileira de Inteligência, além de órgãos de segurança pública e de administração penitenciária.
Qualquer outro uso comercial ou pessoal de Jammers no país é considerado ilegal. Ou seja, comprar, vender, importar, fabricar ou usar esses dispositivos sem autorização, por exemplo, configura crime, sujeita a penalidades. O caso do turista argentino que silenciou caixas de som em uma praia é ilustrativo do problema: embora o usuário possa achar que resolve uma “poluição sonora”, ele viola a legislação brasileira ao utilizar um Jammer.
Representantes da Anatel e da EAF reunidos para anunciar a novidade — Foto: Divulgação/Anatel 5. Posso fazer um bloqueador de sinal? É legal?
Nas redes sociais e em fóruns na Internet, surgem tutoriais que ensinam, por exemplo, a adaptar roteadores Wi-Fi, smartphones com antenas modificadas ou até mesmo montar dispositivos simples que geram interferência. Apesar de possíveis, esses passos são tecnicamente complexos e não isentam a pessoa das implicações legais — muito pelo contrário.
Muitos desses métodos caseiros não são confiáveis e podem danificar o dispositivo. Em outras palavras, você irá inutilizar o seu aparelho que, muitas vezes, demandou um alto investimento de compra. Além disso, é possível que você cause interferência em equipamentos que não se desejava bloquear, como instrumentos médicos, redes de emergência ou comunicações importantes em áreas próximas.
Mesmo que o bloqueador seja feito de forma artesanal, seu uso segue proibido não homologado, pois afeta terceiros que não deram consentimento e pode trazer prejuízos a serviços de telecomunicações licenciados.
Jammer — Foto: Reprodução/PRF 6. Jammer só bloqueia Bluetooth? E Wi-Fi?
O Jammer pode ter diferentes configurações. Há modelos que atuam exclusivamente no espectro de 2,4 GHz, responsáveis por bloquear o Bluetooth e também o Wi-Fi comum nessa frequência. Outros modelos abrangem múltiplas faixas e podem paralisar sinais de celular ou até GPS.
Em geral, bloqueadores mais potentes, como aqueles destinados a áreas estratégicas ou instalações militares, são capazes de cobrir diversas bandas de frequência. Já os modelos portáteis, vendidos ilegalmente pela Internet, costumam ter alcance limitado, geralmente entre 2 e 6 metros, e bloqueiam apenas um ou dois tipos de sinal — Bluetooth, Wi-Fi 2,4 GHz ou transmissões de áudio e vídeo sem fio.
Celular, roteador, cabo de Internet e conexão — Foto: Divulgação/Freepik O uso não autorizado desses aparelhos pode acarretar diversos problemas. Primeiramente, há o risco de interferir em comunicações críticas, como chamadas de emergência, sistemas hospitalares ou de segurança pública. Em locais com grande circulação de pessoas, um bloqueador pode prejudicar quem depende do celular para questões importantes, como trabalho ou emergências familiares.
Além disso, há a questão de responsabilidade civil e criminal: pessoas prejudicadas podem recorrer à Justiça, alegando danos e violação de direito de comunicação. Em aeroportos, portos e outras áreas estratégicas, a interferência indevida pode comprometer a segurança de voos ou navegações, o que pode resultar em punições severas.
ligacao-celular-home — Foto: TechTudo 8. Outros produtos não homologados pela Anatel
Os Jammers se enquadram em uma categoria de produtos que, por natureza, causam interferência. Por isso, sua fabricação, importação e comercialização são restritas. Outros exemplos de itens que não contam com homologação são módulos de transmissão de dados não testados, aparelhos de rádio pirata e certos tipos de repetidores de celular vendidos sem certificação. O uso de qualquer um desses dispositivos pode trazer consequências jurídicas e, sobretudo, riscos técnicos.
De maneira geral, o Jammer levanta questões cruciais de legalidade e segurança. No Brasil, seu uso é restrito a alguns órgãos públicos que necessitam de medidas especiais para proteger informações e garantir a ordem. Para a maioria da população e empresas privadas, o bloqueador de sinal permanece fora da lei e acarretaria sérios riscos.
Por isso, você não deve, de forma alguma, adquirir ou tentar construir um Jammer. A comunicação é um serviço fundamental na sociedade, e interromper esse serviço sem anuência pode gerar responsabilidades penais e civis. Caso surjam dúvidas, a orientação é sempre buscar informações oficiais junto à Anatel ou a especialistas na área de telecomunicações.
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11 meses atrás
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