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Brasil avança em plano para conectar seu sistema elétrico ao da Bolívia

Investimentos

O estudo elaborado pela EPE divide os investimentos necessários para a interligação entre Brasil e Bolívia em duas partes. Uma parcela, da ordem de R$ 4,27 bilhões, refere-se a ampliações na rede no Mato Grosso do Sul. Esses reforços significam, na prática, novas linhas de transmissão e transformadores mais potentes, capazes de levar a energia gerada no estado (principalmente usinas solares e de biomassa) para outras regiões do país. Hoje a rede no Mato Grosso do Sul já está no limite: sem essas obras, não há como conectar novos projetos de geração.

Como essas obras não dependem do tratado internacional, o MME já autorizou sua inclusão na fila de investimentos que serão viabilizados por meio de futuros leilões de transmissão, organizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A segunda parcela, de R$ 2,79 bilhões, corresponde diretamente à conexão internacional. Aqui, o destaque é a instalação de uma estação conversora de energia em Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia. Essa estação funciona como um "adaptador" entre dois sistemas elétricos: converte a eletricidade de corrente alternada (como usamos no Brasil) em corrente contínua e também de volta para alternada, permitindo que a rede boliviana seja ligada com segurança ao SIN. A potência prevista dessa conversora é de 420 megawatts, o suficiente para atender uma cidade do porte de Curitiba, por exemplo.

Além da conversora, o plano inclui novas linhas de transmissão de alta tensão até a fronteira (500 mil volts) e reforços em linhas menores dentro do Mato Grosso do Sul (230 mil volts). Essas obras são necessárias para garantir que a energia circule sem sobrecarga e que a conexão internacional não traga instabilidade ao restante do sistema elétrico.

Quando serão feitos os investimentos?

O cronograma de referência do projeto indica 2029 como ano de entrada em operação da estação conversora e das principais linhas, com reforços adicionais previstos até 2039, mas esses são prazos estimados considerando apenas os critérios técnicos. Como a negociação diplomática pode levar mais tempo, ainda não é possível estabelecer uma data precisa. Sem esse acordo entre os governos, os investimentos não podem ser incluídos oficialmente no plano de outorgas de transmissão e, portanto, não chegam a leilão.

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