Brasileiro ajudou a acabar com a escravidão na Prússia nos anos 1800; conheça

O nome dele era Friedrich-Wilhelm-Marcellino. Não existem retratos dele, mas o que não falta é documento em alemão falando desse brasileiro.

Marcellino nasceu escravizado no Rio de Janeiro, por volta de 1830 e, em 1854, chegou à Prússia – o Estado alemão que depois impulsionou a unificação da Alemanha.

Ele chegou ao país com um médico prussiano que o trouxe como escravizado do Brasil.

A escravidão já era proibida na Prússia, mas uma brecha na lei permitia exceções, no caso de estrangeiros, por exemplo. Só que Marcellino percebeu que podia lutar e conseguiu entrar na justiça.

A história repercutiu tanto que os prussianos ficaram com vergonha da brecha pró-escravidão e, em 1857, mudaram a lei. A partir dali, todo escravizado que pisasse na Prússia estaria livre.

Marcellino continuou vivendo na Prússia, trabalhou em várias áreas e se casou. Aliás, foi por precisar de um nome completo para se casar que ele pediu autorização para adotar o nome do rei Friedrich Wilhelm e manter Marcellino como sobrenome.

O brasileiro também ajudou outros escravizados a saírem dessa situação e historiadores ouvidos pela DW dizem que histórias como a do Marcellino mostram que pessoas negras e escravizadas sempre foram agentes políticos que se mobilizaram e reivindicaram seus direitos no Brasil e no mundo.