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Candidato do Novo em Osasco critica fundo eleitoral em sabatina Folha/UOL, mas diz que usará verba

O candidato à Prefeitura de Osasco Dr. Lindoso (Novo) afirmou em sabatina Folha/UOL que, mesmo sendo contrário à existência do fundo eleitoral, usará valores dessa verba em sua campanha.

"Vai cair um valor do fundo eleitoral. Tanto eles [partido Novo], quanto eu somos contra o uso do fundo, mas, se essa é a lei, eu não vou contra a lei. Eu vou usar de forma moderada para que a gente possa fazer nosso trabalho", disse em entrevista exibida nesta quinta-feira (5).

O Novo foi fundado na década passada com a promessa de não usar recursos públicos em campanha, mas mudou de posição no início deste ano.

O ex-vereador enfrentará, em outubro, um candidato apoiado pelo presidente Lula (PT) e outro pelo ex-presidente Bolsonaro (PL). Apesar disso, não vê a divisão política nacional como um tema relevante no pleito municipal. "No começo eu até pensei que pudesse [haver polarização], mas as pessoas estão observando de outra maneira. Acredito que a polarização não vai funcionar aqui em Osasco."

Lindoso afirma que, caso eleito, não teria problemas em trabalhar com o presidente Lula ou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Eu sou do Novo, mas Osasco é um berço do PT e eu não tenho problema com absolutamente ninguém. Nós somos adversários, não somos inimigos. Eu vencendo, a primeira coisa que vou fazer é bater na porta do Tarcísio e do presidente Lula. Osasco precisa de toda ajuda."

Ele critica a distribuição de renda na cidade, que é a segunda mais rica do estado de São Paulo. "Nós estamos vendo uma cidade pujante, mas esse desenvolvimento não está chegando na vida das pessoas. Não queremos só atrair empresas, nós queremos que as empresas contratem gente de Osasco e capacitem elas para ocupar cargos e ter salários melhores."

No transporte, Lindoso apoia a implantação da tarifa zero aos domingos e feriados, mas não avalia ampliar para todos os dias da semana. Ele também defende a chegada do metrô na cidade. "Precisamos de um metrô em Osasco. É uma cidade gigantesca, é inadmissível que a gente não tenha uma estação de metrô."

Na avaliação do candidato, a saúde do município está "um caos". Em relação à educação, ele promete atuar na valorização dos profissionais da área, com maior remuneração e capacitação. "Vamos ter que melhorar o salário dos profissionais da educação, começando pelos professores. Não dá para a gente ter uma cidade rica com um dos menores salários da região. Não adianta dar tablet, lousa digital, se não temos o professor motivado para poder ensinar."

Na segurança, ele defende reativar bases da GCM (Guarda Civil Municipal) e dobrar o efetivo da instituição, além de investir em monitoramento nos limites do município. Sobre o armamento da GCM, Lindoso se diz a favor, mas ressalta que seria necessário mais capacitação. "Nem todo mundo tem capacidade e preparo psicológico para usar uma arma. Tem muito louco e a gente tem que identificar eles através de uma capacitação", disse.

O candidato criticou o desmatamento de áreas de mata atlântica da cidade e a construção desenfreada de prédios. Ele afirmou que, se eleito, vai parar todas as construções na cidade e exigir contrapartidas ambientais das construtoras.

Além disso, também defendeu investimentos na rede de saneamento da cidade em parceria com a União e o governo estadual. "Vou precisar muito do governador e do presidente da República, porque essa obra é pesada, é cara, e vamos ter que fazer uma união tripartite para que possamos melhorar essa questão do saneamento da cidade."

Lindoso é médico oftalmologista. Ele foi eleito vereador em Osasco em 2016 pelo PSDB e foi presidente da Câmara Municipal entre 2017 e 2018. Em 2020, no Republicanos, ele concorreu à prefeitura, mas terminou na segunda colocação ainda no primeiro turno. Hoje pelo Novo, tenta o cargo pela segunda vez.

A entrevista foi conduzida por Priscila Camazano, com participação dos repórteres Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, e Carlos Petrocilo, repórter de política da Folha.

Outros dois postulantes foram convidados. Na quinta-feira (5), foi transmitida a sabatina de Emidio de Souza (PT). Gerson Pessoa (Podemos) foi convidado, mas cancelou a participação.

O ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL foi iniciado em 10 de junho com entrevistas com pré-candidatos em Belo Horizonte e está sendo, ao todo, em 18 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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