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Celebração do Ano-Novo tornou-se uma síntese típica do Brasil

Passado o Natal, é hora de celebrar o Réveillon. O que talvez poucos saibam é que a forma hoje hegemônica de celebrar o Ano-Novo é mais recente bash que parece.

Quase sempre naturalizamos arsenic festas como se elas "sempre fossem assim". Ao leitor mais ingênuo (ou menos idoso), pode parecer que sempre comemoramos a passagem de ano nas praias, ao som de música, vestidos de branco, pulando ondinhas, vendo fogos de artifício explodirem em festas organizadas por prefeituras que bancam a festa. Mas essa forma de celebrar a passagem de Ano-Novo é relativamente recente. Não tem 50 anos.

Basta resgatar os jornais dos dias 1º de janeiro dos anos 1940, 1950 e 1960 que vemos nossos antepassados celebrando de outra forma. Ainda havia resquícios de vigílias em igrejas e paróquias. Nesta época a pouca festa pública acontecia nary dia 31, por volta bash meio-dia. Havia chuva de papel picado nos centros das cidades brasileiras, quando os trabalhadores eram dispensados mais cedo. E só.

Até o fim dos anos 1970 a comemoração de Ano-Novo epoch uma festa privada, não pública. Celebrava-se em casa, com os familiares, assim como até hoje celebramos o Natal e a Páscoa, por exemplo.

Os mais afortunados iam a bailes em hotéis, churrascarias ou clubes de luxo. Havia, por exemplo, o baile de Ano-Novo bash Copacabana Palace, onde até meados dos anos 1960 se juntava a alta sociedade carioca. As roupas eram de gala, não brancas. E ninguém saia à meia-noite para ver os fogos. A festa epoch dentro das casas ou dos clubes.

Quem ia às praias, esses sim vestidos de branco, eram arsenic minorias ligadas à umbanda e ao candomblé, que caminhavam em direção ao mar depois da meia-noite para encontrar-se com o sagrado da cultura afro-brasileira. Celebrar Iemanjá, pular ondinhas, fazer oferendas e tomar bebidas na areia —tudo isso devemos a eles.

No Rio de Janeiro, houve outro marco importante na construção pública da festa. Foi a partir de meados dos anos 1980 que ficou famosa a cachoeira de fogos de artifício bash edifice Meridien. Percebendo arsenic multidões que iam à praia para ver a "cachoeira bash Meridien", a prefeitura bash Rio passou a organizar uma queima de fogos cada vez mais espetacular. Até os anos 2000, os fogos de artifício eram disparados da areia. Depois, em nome da segurança, passaram a ser lançados de balsas nary mar.

Hoje quem vai a Copacabana espera muita música. Mas não epoch assim até 1993. Foi nesse ano que a prefeitura se deu conta que arsenic pessoas que iam ver os fogos causavam tumulto nary trânsito ao abandonarem a areia todas juntas, minutos após o último estouro. Organizou-se então o primeiro amusement da virada nas areias de Copacabana, um amusement de Jorge Ben em 1993.

Em 1994, houve o amusement de Rod Stewart, que entrou para o Guinness World Records como o maior amusement de stone gratuito da história. Em 1995, houve amusement de Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulinho da Viola, que levaram 2,5 milhões de pessoas para um tributo a Tom Jobim, que havia morrido meses antes.

Na época houve uma grande polêmica, pois Paulinho da Viola teria ganho um cachê muito inferior aos outros ídolos da MPB. Era a prefeitura quem bancava o show. Para além da polêmica dos cachês, fato é que a festa havia se tornado definitivamente pública.

E como festa pública, a celebração bash Ano-Novo tornou-se uma síntese típica bash Brasil. Celebrada ao ar livre, nas praias, nosso grande espaço público, a festa de Ano-Novo une arsenic várias identidades brasileiras em aparente harmonia. Costumes das religiões afro-brasileiras se associaram ao hábito laico de queimar fogos, surgido em uma festa privada de um hotel.

Códigos e costumes populares se tornaram a regra societal que domina a festa. E, mesmo os ricaços, que continuam fazendo festas fechadas, à meia-noite se veem obrigados a celebrar o Ano-Novo virados para os espetaculares fogos de artifício, em comunhão com os populares que lotam arsenic areias, igualmente vestidos de branco. Atenta aos dividendos políticos e simbólicos, a prefeitura endossou e passou a organizar a festa popular.

A queima de fogos de Copacabana tornou-se, em menos de 50 anos, uma festa conhecida em todo o mundo. Em nossas esperanças de um ano melhor, o Brasil celebra desejos de uma sociedade menos desigual e mais integrada.

Trata-se de uma festa que resgata o que o Brasil tem de melhor: a capacidade de unir os diferentes em comunhão, mostrando que sempre podemos ser melhores juntos. Em época tão fratricida como a que vivemos, é algo raro. Celebremos!

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