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Chuveiro elétrico, a gás ou solar? Veja qual gasta menos e esquenta mais

O chuveiro elétrico é o queridinho dos brasileiros quando o assunto é tomar banho quente, mas faturas de energia em alta tem levado muitos consumidores a buscar alternativas, já que o aparelho é um dos grandes vilões da conta de luz. Nesse cenário, o aquecimento a gás e a energia solar surgem como opções interessantes, já que prometem reduzir gastos sem comprometer o conforto.

A escolha, porém, exige planejamento. Mais do que comparar o preço do equipamento, é preciso considerar o custo de instalação, a manutenção e o consumo mensal de cada fonte. Para ajudar nessa decisão, o TechTudo consultou Márcio Maia Vilela, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em energias renováveis, que detalha o que realmente pesa no bolso e qual modelo faz mais sentido para cada perfil de usuário. Confira!

 Arte/TechTudo Chuveiro elétrico, aquecedor a gás e aquecedor solar de água: descubra as vantagens e desvantagens de cada sistema de aquecimento de água — Foto: Arte/TechTudo

Chuveiro elétrico, a gás ou solar: qual compensa mais?

  1. Chuveiro elétrico
  2. Chuveiro a gás
  3. Aquecedor solar
  4. Como é o consumo de energia de cada um?
  5. Qual é o equipamento indicado para cada caso?
  6. Dicas para economia de água e energia

O chuveiro elétrico é o modelo mais usado no Brasil por oferecer uma enorme conveniência: aquecimento instantâneo, baixo custo inicial e instalação extremamente simples. Afinal, ele não exige tubulação especial nem reformas complexas, podendo ser instalado em praticamente qualquer imóvel que tenha um ponto elétrico apropriado. Outro benefício é a segurança, pois, ao contrário dos sistemas a gás, ele funciona sem combustão, eliminando o risco de vazamentos perigosos de GLP ou gás carbônico (CO²)..

Por outro lado, o chuveiro elétrico é um dos aparelhos de maior potência da casa (geralmente entre 4.400 e 7.500 Watts), sendo, assim, um dos principais responsáveis por encarecer a conta de luz, especialmente nas regiões mais frias. Além desse alto consumo, outro problema comum é a queda de vazão (menor pressão de água), o que acaba comprometendo a experiência do banho em residências que já possuem um fluxo baixo na rede hidráulica.

“A grande vantagem do chuveiro elétrico é que ele custa bem barato. Dependendo do modelo, existem opções por menos de R$ 30. Se optar por um eletricista para fazer a instalação, o custo total pode ficar abaixo de R$ 100. Então, é um valor bem baixo para ter um sistema de aquecimento em casa. Mas o problema vem depois, na conta de luz. Em uma família de quatro pessoas, o chuveiro elétrico sozinho pode representar mais de 30% da conta. Assim, considerando o uso diário, ele acaba saindo muito caro”, afirma o professor Marcio Maia Vilela.
 Divulgação Barato e popular, chuveiro elétrico pode ser um dos vilões da conta de luz — Foto: Divulgação

Esse modelo costuma ser mais adequado para imóveis pequenos, residências com baixo volume de banhos, para quem não tem infraestrutura de gás instalada ou dispõe de pouco orçamento. Ou seja, é uma boa solução para quem busca um sistema simples e de baixo custo inicial.

O aquecedor a gás funciona a partir da queima de Gás Natural (GN) encanado ou Gás Liquefeito de Petróleo (GLP, o gás de botijão). O aparelho aquece a água que percorre uma serpentina, entregando um alto volume de água quente em diversos pontos ao mesmo tempo, como chuveiros e torneiras. Outra vantagem é a vazão mais estável, que oferece mais conforto ao permitir uma temperatura de banho mais quente e constante. Para mais, o custo de aquecimento migra da conta de luz para a conta do gás, que geralmente tem um valor mais baixo por kwh (ou equivalente), tornando o consumo mais previsível e vantajoso a longo prazo.

Já entre os pontos negativos do chuveiro a gás estão o custo mais alto e a necessidade de uma infraestrutura mais completa. O sistema exige tubulação de água quente, um ponto de gás bem dimensionado e dutos de exaustão para liberar os gases da combustão. Por isso, o investimento inicial costuma ser maior, envolvendo a compra do aquecedor, os encanamentos e a mão de obra especializada. Além disso, ele demanda manutenção periódica feita por profissionais credenciados.

 Intelbras/Divulgação Chuveiro a gás — Foto: Intelbras/Divulgação

Também é preciso considerar que chuveiro a gás exige atenção constante à segurança, já que a queima do gás produz monóxido de carbono, uma substância tóxica e inodora que pode se acumular em ambientes mal ventilados. Segundo o pesquisador da USP, “há pouco mais de um mês, no Rio, uma família de turistas de Santa Catarina morreu após usar um chuveiro a gás cuja saída de gases havia sido desviada para a sala e para um dos quartos durante uma reforma. Esse caso mostra como instalações inadequadas representam um risco sério. Equipamentos a gás precisam obedecer a critérios técnicos rigorosos para garantir a segurança”.

Por isso, o modelo é recomendado para apartamentos e casas com boa ventilação e infraestrutura de gás. É a solução ideal para famílias grandes que usam vários chuveiros ou pontos de água quente ao mesmo tempo.

Para quem busca economia e sustentabilidade, o aquecedor solar de água é a solução ideal. O sistema utiliza a radiação solar para aquecer a água do banho, proporcionando uma economia de até 90% na energia elétrica e podendo reduzir em cerca de R$ 600 a conta de luz anual de uma família média. Ainda, possui a maior vida útil das opções, com duração superior a 25 anos, e baixo custo de manutenção.

No entanto, o aquecedor exige o maior investimento inicial, entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, demandando coletores e boiler. Por isso, é viável principalmente para casas próprias ou prédios novos, com espaço suficiente no telhado e estrutura reforçada para suportar o boiler cheio, o que dificulta adaptações em edifícios já construídos. Apesar do custo, o investimento se paga em dois a quatro anos, tornando o sistema o método mais eficiente, embora exija planejamento.

“Dependendo do tamanho da família, o retorno do investimento pode ocorrer apenas com a economia obtida ao não usar o chuveiro elétrico”, ressalta o especialista.
 Divulgação Aquecedor solar de água pode zerar os gastos com energia elétrica na utilização do chuveiro — Foto: Divulgação

4. Como é o consumo de energia de cada um?

O chuveiro elétrico pode representar 30% ou mais da fatura mensal em residências com vários moradores. Já o sistema a gás reduz esse impacto, embora aumente os gastos com GLP ou GN. O aquecimento solar, por sua vez, tende a diminuir substancialmente a parcela elétrica destinada ao banho, restando apenas o consumo da resistência auxiliar em períodos frios ou nublados.

“Fazendo uma conta rápida: em uma família cuja conta de luz é de R$ 200, cerca de R$ 60 correspondem ao chuveiro. Ao migrar para o gás, esses R$ 60 deixam de aparecer na conta de luz, mas metade desse valor passa a ser incluído na conta de gás. No aquecedor solar, esse custo praticamente desaparece, mas há o investimento inicial na compra do equipamento, que geralmente se paga em até quatro anos. Muitos financiamentos de aquecedor solar têm parcelas de cerca de R$ 39 a R$ 49; ou seja, a redução na conta de luz já cobre o valor do sistema. Depois desse período, é economia pura”, destaca Márcio Vilela.

Comparativo de custo na conta de luz e gás

Tipo de chuveiro Investimento inicial Custo mensal (família 4 pessoas, 4 banhos/dia) Potencial de economia no longo prazo
Elétrico R$ 50 a R$ 500 R$ 150 a R$ 350 (Depende da tarifa e tempo de banho) Baixo
A gás R$ 1.000 a R$ 5.000 (Aparelho + Instalação) R$ 70 a R$ 200 (Custo da conta de gás) Médio (o valor do gás costuma ser mais estável que a tarifa elétrica)
Solar R$ 2.000 a R$ 10.000 (Placas + boiler + instalação) Próximo de zero (Apoio elétrico usado apenas em dias frios/nublados/chuvosos) Alto (retorno do investimento em 2 a 5 anos)

5. Qual é o equipamento indicado para cada caso

  • O chuveiro elétrico é o melhor para quem busca menor custo inicial, sendo ideal para estudantes, pessoas que moram sozinhas, uso esporádico em imóveis alugados e residências pequenas;
  • O chuveiro a gás é o melhor para quem busca conforto e múltiplos pontos de água, indicado para famílias maiores, apartamentos com infraestrutura adequada e para quem deseja água quente em mais de um ambiente, como banheiro, cozinha e lavanderia.
  • O aquecimento solar é o melhor para quem busca economia a longo prazo, recomendado para casas próprias e projetos planejados, especialmente em regiões de clima quente ou ensolarado. É interessante para quem prioriza a redução máxima da conta de energia e tem preocupação ambiental.
 FreePik Dependendo dos hábitos de uso, o chuveiro pode ter impacto significativo nas contas de gás e de luz — Foto: FreePik

6. Dicas para economia de água e energia

Independentemente do sistema que você utilize, otimizar o consumo de água e energia é muito importante para a economia da casa. Para reduzir os custos, adote práticas como reduzir o tempo do banho, pois cinco minutos já fazem uma diferença significativa. No chuveiro elétrico, prefira a posição "Verão" sempre que o clima permitir, pois ela consome cerca de 35% menos energia que a posição "Inverno".

Manter a manutenção em dia também faz toda a diferença. Nos aquecedores a gás, é importante fazer uma revisão anual para garantir que a queima funcione corretamente. Já nos sistemas solares, vale a pena manter as placas limpas, porque sujeira e poeira reduzem a capacidade de aquecimento. No caso do gás, cuidado para não abrir demais o registro de água fria ao ligar o aquecedor: o ideal é ajustar a temperatura diretamente no aparelho, seja pelo termostato digital ou manual, para não desperdiçar energia.

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