1 mês atrás 4

Clima e juros altos vão frear crescimento da safra agrícola em 2026

Estudo prevê queda de 9,3% na colheita de milho em 2026
Estudo prevê queda de 9,3% na colheita de milho em 2026 Imagem: Mauro Zafalon/Folhapress

Colheitas de milho e sorgo serão as mais prejudicadas em 2026. O recuo de, respectivamente, 13,2 milhões de toneladas (-9,3%) e 604,4 mil toneladas (-11,6%) representa as principais perdas estimadas. Em menor proporção, redução também vai atingir as culturas de arroz (-6,5%), trigo (-3,7%) e feijão (-1,3%). "A safra de 2026 é muito desafiadora", avalia Wladimir Chaga, presidente da Brandt Brasil.

Principal cultura nacional, a soja ficará ilesa às perdas. A projeção inicial sinaliza para o crescimento de 1,1% na produção do grão. Apesar do aumento equivalente a 1,8 milhão de toneladas, a estimativa de avanço é menor do que as previsões anteriores. "Aquele otimismo grande que tínhamos já está em xeque", diz Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios. Ele explica que a perspectiva é acompanhada pelo temor de que os juros afetem os investimentos e ocasionem a redução da área de soja pela primeira vez em 15 anos.

O que vai motivar a queda

Juros elevados limitam acesso dos agricultores ao crédito. A manutenção da taxa de juros em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, afeta negativamente a atividade agrícola. Chaga explica que o encarecimento do crédito gera incertezas e uma postura mais cautelosa dos produtores, que "tentam sobreviver" à política monetária contracionista. "O agricultor tenta segurar o que pode, racionalizando o máximo possível dos custos e tentando economizar da melhor maneira possível", afirma ele.

Endividamento dos produtores freia desenvolvimento do setor. Com os juros elevados, empresários do agronegócio reduziram o volume de investimentos e muitos recorreram à recuperação judicial para fugirem das dívidas. "O crédito está muito caro e muito difícil, tanto que nem o Plano Safra consegue colocar dinheiro no mercado", diz Delara. "O agronegócio vai precisar discutir novos modelos para viabilizar os financiamentos", reforça Chaga, que estima o prazo de 10 anos para regularizar o setor.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro