
Sabrine Matos trabalhava no marketing de uma empresa de tecnologia e sempre foi muito interessada por inteligência artificial. Mas a notícia de um feminicídio a fez repensar sua carreira. Assim nasceu a Plinq, uma plataforma que permite que mulheres chequem antecedentes criminais dos homens com os quais se relacionam.
Com menos de R$ 1.000 de investimento inicial, Matos passou a pesquisar estatísticas da violência. Em seus estudos, encontrou um denominador comum: na maioria das vezes, a mulher é pega de surpresa pelo comportamento violento do date, namorado ou marido, sem imaginar que, em várias situações, ele já tinha antecedentes criminais de violência.
"Comecei a me questionar se esse tipo de dado era público e se havia como disponibilizá-lo de forma mais simples. Essa foi a fagulha para a construção da Plinq", conta a empresária.
Antecedentes em um clique
A Plinq funciona com o uso de inteligência artificial e permite uma busca em processos criminais públicos da Justiça brasileira. A usuária pode realizar buscas na plataforma de duas maneiras: por nome, telefone e data de nascimento ou pelo número do CPF. Em poucos segundos, o site entrega um relatório completo dizendo se há ou não algo com que se preocupar.
O resultado é indicado por cores: verde, quando não há nada; amarelo, quando há algo em segredo de justiça e não é possível descobrir com a busca; e vermelho, quando há crimes registrados no nome do homem consultado.
"Nesse momento, a procura é feita exclusivamente em processos criminais, mas já estamos desenvolvendo uma maneira de acrescentar mandados de prisão", conta Matos. Lançado em 2 de junho, em seis meses, o aplicativo já chegou a quase 35 mil pesquisas.
Impacto
Não é só a cor vermelha que indica atenção. É bem importante ficar atenta se o relatório for classificado como amarelo.
Conversei com mais de 25 advogadas durante o desenvolvimento da Plinq e todas foram taxativas. Se está em segredo de justiça, é porque envolve pensão, violência contra mulheres e crianças, processos da vara da família? É algo sério, só não sabemos o que é Sabrine Matos
Funciona mesmo. Usuárias que fazem uso da plataforma já relataram que mudaram seus planos após a busca. "Em nossos feedbacks, pelo menos 100 usuárias disseram que mudaram de opinião após ver a ficha na Plinq."
É difícil conseguir esses depoimentos, porque muitas sentem vergonha. Uma menina nos contou que descobriu que o ficante tinha condenação por homicídio Sabrine Matos
Outra usuária contou que usava um aplicativo de carona e resolveu jogar os dados do motorista na plataforma. Dito e feito: condenação por homicídio. Ela desistiu da corrida e encontrou outra maneira de ir para casa.
Lucro desde sempre
O serviço não é gratuito, mas é lucrativo desde o primeiro dia, segundo sua criadora. "Testamos diversos preços até acharmos um que se encaixasse. Começamos cobrando R$ 9,90 por pesquisa única. Hoje, esse valor é de R$ 27. Já cobramos R$ 20 ao mês; atualmente, o valor é de R$ 97 ao ano para buscas ilimitadas. Startup é assim."
No dia do lançamento, a plataforma viralizou no LinkedIn, conseguindo 1.500 usuários pagos em 48 horas. Hoje, a Plinq conta com 20 mil usuários —87% deles são mulheres.
A fundadora afirma que, desde sua criação, a Plinq não teve um dia de prejuízo. "Estamos captando investimento no mercado de venture capital porque queremos lançar uma versão em aplicativo entre os dois primeiros meses de 2026. Nele, além das buscas, haverá um ciclo completo de segurança para a mulher, permitindo até mesmo o rastreamento da localização da usuária."

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1 hora atrás
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