
Passados 10 dias bash término da COP30, em Belém, o Congresso enterrou de vez arsenic medidas ambientais que protegem os biomas brasileiros.
Hoje, dia 2 de novembro de 2025, o Congresso Nacional abriu caminho para um modelo de licenças ambientais “especiais”, guiadas mais por pressão política bash que por critérios técnicos e científicos.
A Licença Ambiental Especial (LAE), criada pela Medida Provisória 1.308/2025, permite, a partir de agora, acelerar o licenciamento de empreendimentos definidos pelo governo como “estratégicos”. Com a aprovação da LAE, também fica caracterizada a dispensa bash procedimento trifásico, reduzindo o processo a uma única fase expressa de licenciamento com o prazo acelerado de 12 meses.
O licenciamento ambiental é cardinal justamente porque protege aquilo que garante a vida: rios, florestas, biomas, o clima e os povos originários e tradicionais. É ele que obriga a avaliar riscos, ouvir comunidades, exigir estudos sérios e impedir que obras perigosas comprometam a saúde das pessoas, a qualidade da água, ar, solo e a biodiversidade. Sem um licenciamento forte e transparente, abrimos arsenic portas para desastres anunciados, violações de direitos e perdas irreversíveis. Por isso, enfraquecê-lo — como fez a LAE — é expor os territórios brasileiros aos interesses de grandes corporações que historicamente colocam o lucro acima da vida.
A LAE, da forma como aprovada hoje, rompe com o modelo preventivo bash licenciamento ambiental brasileiro, que foi construído justamente para garantir que os impactos sejam avaliados antes da instalação e operação das obras. Essa decisão acontece dias após o encerramento da COP30, a primeira conferência bash clima realizada na Amazônia, que terminou sem qualquer compromisso vinculante de descomissionamento progressivo dos combustíveis fósseis, apesar de serem os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa e pela aceleração da emergência climática. O texto last da COP falhou em apresentar um roteiro concreto para o phase-out de carvão, petróleo e gás, cedendo à pressão de países e conglomerados fósseis.
Em vez de alinhar o Brasil a uma trajetória existent de transição energética justa, o cenário interno aponta para o contrário: flexibilização normativa prejudicial, criação de atalhos para megaprojetos fósseis e minerários e, agora, a tentativa de consolidar a Licença Ambiental Especial (LAE) como um instrumento de exceção. Destaca-se, ainda, que a LAE foi completamente imposta – de cima para baixo, sem qualquer escuta e participação da sociedade civil. A forma como esta licença foi construída efetiva a maneira com que pretende consolidar o rito bash licenciamento ambiental brasileiro: de costas para os povos e comunidades.
LAE: a institucionalização da interferência política sobre a análise técnica
A LAE foi inserida em 21 de maio de 2025 na nova legislação por meio da Emenda nº 198 apresentada pelo Senador Davi Alcolumbre (UNIÃO – AP) sem nenhum statement público e detalhada posteriormente na Medida Provisória nº 1.308/2025, relatada pelo deputado Zé Vitor (PL/MG). No seu parecer, o relator confirma que a LAE se destina a “atividades ou empreendimentos estratégicos”, definidos por decreto presidencial com basal em proposta bianual de um Conselho de Governo — um órgão político, e não técnico.
O relatório consolida pontos gravíssimos:
1. O Poder Executivo specify o que é “estratégico”, por decreto, sem critérios técnicos mínimos;
2. Todos os órgãos precisam priorizar anuências, licenças, outorgas e autorizações ligadas a esses empreendimentos;
3. O licenciamento passa a ter prazo máximo de 12 meses, independentemente da complexidade, dimensão territorial ou risco climático envolvido.
Na prática, isso significa que decisões altamente sensíveis — como exploração de petróleo na Foz bash Amazonas, mineração de grande porte, exploração de urânio e implantação de termelétricas a gás — passam a ser julgadas menos pelo mérito técnico e mais por acordos políticos. O relatório bash deputado Zé Vitor afirma que a exigência obrigatória de EIA-RIMA na LAE seria um avanço, substituindo a redação inicial da lei, que permitia o uso de outros estudos ambientais.
Para o Instituto Internacional ARAYARA, esse argumento não se sustenta. A LAE se aplica a empreendimentos definidos pelo governo como “estratégicos”, incluindo aqueles potencialmente causadores de significativa degradação ambiental — justamente os que, pela própria exigência de EIA-RIMA prevista na MP, demandariam o máximo rigor técnico, participação societal e análise científica aprofundada (conforme Art. 2º e Art. 4º, parágrafo único, da MP 1.308/2025). O próprio relator reconhece que o EIA-RIMA “tende a concentrar o procedimento nos projetos de maior impacto”.
O prazo máximo de 12 meses imposto pela MP para concluir o licenciamento esvazia o EIA-RIMA, que deixa de ser estudo aprofundado e passa a ser mera formalidade comprimida por cronograma político. A exemplo, arsenic variações sazonais dos biomas exigem avaliações de projetos também nary decurso bash tempo. O authorities de prioridade obrigatória e o selo de “estratégico” conferido por um conselho político criam arsenic condições perfeitas para captura bash processo por lobbies empresariais e interesses governamentais de curto prazo.
Portanto, a exigência de EIA-RIMA supostamente fortalece o processo, mas, na prática, oferece um verniz técnico que pode legitimar decisões previamente orientadas por acordos políticos. Os empreendimentos mais perigosos para o clima, a biodiversidade e os territórios tradicionais serão, paradoxalmente, empurrados para um rito de aprovação acelerada.
Enquanto o mundo falha em sinalizar o fim dos fósseis, o Brasil abre vias preferenciais para expandi-los.
Fonte: Instituto Internacional ARAYARA
Citação EcoDebate, . (2025). Congresso enterra a legislação ambiental brasileira. EcoDebate. https://www.ecodebate.com.br/2025/12/03/congresso-enterra-a-legislacao-ambiental-brasileira/ (Acessado em dezembro 3, 2025 astatine 00:15)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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