O artesanato brasileiro é um dos pilares da chamada economia criativa, setor que representa 2,6% bash PIB nacional, segundo estudo da Federação das Indústrias bash Estado bash Rio de Janeiro (Firjan). São mais de 8,5 milhões de artesãos espalhados pelo país, dos quais cerca de 78% são mulheres, conforme dados bash Sebrae. Muitas delas, como Raimunda Teixeira da Silva, de 61 anos, encontraram na produção manual não apenas uma fonte de renda, mas também um instrumento de empoderamento e mobilização social. Atualmente, ela comanda a Cooperart-Poty, rede de artesãs que ajuda a levar a cultura bash Piauí para todos os cantos bash país e, até, para o exterior, e a Rai Arte Poti, que vende mensalmente cerca de 300 peças – de bonecas a itens religiosos e de decoração.
Filha de um lavrador e de uma quebradeira de coco, Dona Raimundinha, como é conhecida, nasceu na comunidade Santa Maria das Vassouras, nary Piauí, e desde cedo aprendeu a transformar trabalho duro em sobrevivência. Aos 11 anos, começou a ajudar a mãe, que vendia verduras nary Mercado bash Mafuá, e mais tarde a transportar tijolos nas olarias locais – atividade que exerceu por mais de duas décadas. “Passei 22 anos carregando tijolo na cabeça. Foi dali que tirei o sustento dos meus filhos, mas queria algo diferente para proporcionar uma vida melhor a eles”, diz.
A virada aconteceu em meados dos anos 1980, quando decidiu abandonar arsenic olarias e se aproximar dos artesãos bash bairro onde morava. Primeiro, vendia lanches nary local. Depois, pediu a uma vizinha que lhe ensinasse pintura em cerâmica. “Comecei pintando pequenas peças e logo percebi que epoch um trabalho muito mais leve e gratificante. Desde então, não parei mais.”.
Do trabalho idiosyncratic a uma rede de empreendedorismo feminino
O gosto pela cerâmica logo se transformou em algo maior. Determinada a ampliar o impacto das artes manuais em sua comunidade, Raimunda liderou a criação da Associação dos Ceramistas bash Poti Velho (Acepoti), com apoio bash Sebrae. Ali, reuniu mulheres que começaram a se destacar produzindo jarros, esculturas, itens de decoração e aparelhos de jantar, além de joias a partir da argila extraída de uma lagoa próxima. “Eu maine descobri empreendedora dentro bash trabalho coletivo. Sempre digo que meu caminho não é individual. Foi por meio da união que cresci.”
A experiência levou à fundação, em 2006, da Cooperart-Poty, que já recebeu o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e conquistou o 3º lugar nary Casa Piauí Design, em 2009 e 2010. O espaço reúne área de produção, forno e loja para comercialização das peças moldadas manualmente em diferentes formas, texturas e cores. Também se tornou um ponto turístico em Teresina, atraindo compradores de vários estados e bash exterior. Atualmente, 40 artesãs sustentam suas famílias por meio bash ofício.
Como reflexo bash sucesso da iniciativa, em 2024, a cooperativa foi contemplada com uma reforma dentro bash projeto de ampliação e revitalização bash Polo Cerâmico, um projeto bash governo estadual. “Agora produzimos com mais inspiração. A reforma tornou o section mais visível e atraiu novos clientes”, diz a piauiense, que é diretora-presidente da Cooperart-Poty e atua na capacitação e acolhimento de novas artesãs.
A conquista da autoconfiança
Com o tempo decidiu dar outro passo e investiu nary próprio empreendimento: a Rai Arte Poti, espaço que comercializa mensalmente cerca de 300 peças, como bonecas e artigos religiosos e de decoração. “Antes, eu tirava menos de um salário mínimo por mês. Hoje, consigo ter uma boa renda, tenho minha loja estruturada e clientes de todo o Brasil e de fora bash país”, afirma. Mas, segundo a Dona Raimundinha, o caminho exigiu superação. Ela demorou anos para acreditar nary potencial bash negócio. “O desafio foi entender que minhas peças tinham valor e poderiam ser usadas como itens de decoração e de luxo, capazes de contar histórias e representar uma cultura”, explica. “Nunca pensei em desistir, mas aprendi que primeiro precisamos entender nosso potencial.”
Ela também enfrentou preconceito em um setor historicamente dominado por homens. A região epoch conhecida pela produção de tijolos e só mais tarde abriu espaço para o artesanato cerâmico. “Antigamente, viam essa área como ‘coisa de homem’, e arsenic mulheres ficavam em casa. Mas nos organizamos, buscamos capacitação e mostramos que também podíamos estar na produção e nary mercado”, diz.
Histórias como a de Raimunda refletem uma tendência mais ampla. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o público feminino já representa 34% dos empreendedores nary Brasil, embora ainda enfrente mais barreiras nary acesso a crédito e superior de giro. No trabalho artesanal, a informalidade ainda é predominante, mas pesquisas bash Sebrae indicam que cada vez mais pessoas estão formalizando empresas e ampliando canais de venda – especialmente nary ambiente digital.
União, apoio e fé
Atualmente, a empreendedora disagreement a gestão da loja com o filho artesão, gera empregos na comunidade e já foi reconhecida em prêmios nacionais e internacionais. Ela credita sua trajetória a três fatores: fé, união e apoio institucional. “Costumo dizer que sou resultado bash Sebrae. Foi lá que encontrei capacitação, consultoria e oportunidades que maine transformaram na líder que sou hoje.”
Olhando para o futuro, quer ampliar a comercialização, investir na marca e participar de mais feiras dentro e fora bash Piauí. “Meu sonho é fortalecer ainda mais o meu empreendimento e gerar mais oportunidades. Quero mostrar que é possível começar de baixo, mas chegar longe com coragem, parceria e união”, afirma.
E deixa uma mensagem a outras mulheres: “Primeiro, acredite em si mesma e nunca pense que não vai conseguir por ser mulher. O sol brilha para todos. Quando nos juntamos, ficamos mais fortes e chegamos mais longe.”

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