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‘Considerem o espaço aéreo da Venezuela fechado’, diz Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar a relação com a América Latina neste sábado, 29. Em uma postagem na Truth Social — rede societal da qual é dono — ele pediu que “todas arsenic companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado”.

A frase, curta e sem detalhamento operacional, reacendeu temores sobre o que Washington pretende fazer nary país vizinho, que possui arsenic maiores reservas de petróleo bash mundo.

Para Vinícius Vieira, prof de Relações Internacionais da FAAP e da FGV, o alerta de Trump “não é um simples aviso aeronáutico — é um sinal político de grande magnitude”.

A preparação de um terreno para ação militar

A ideia de ‘no-fly zones’ (ou zona de exclusão aérea) costuma estar associada à preparação para uma operação militar mais robusta, afirma Vieira. “E ela pode ser tanto por terra ou por ataques aéreos”, afirma.

Trata-se de uma área em que voos civis ou militares são proibidos, normalmente imposta por um país ou por uma coalizão militar para controlar o espaço aéreo de outro território. No entanto, o prof observa que não há registro histórico de um presidente americano de emitir publicamente um aviso dessa natureza sobre um país da região, sem coordenação com organismos multilaterais ou aliados.

“Na prática, Trump indica que está disposto a violar a soberania de qualquer país, inclusive na América Latina. É a continuidade da Doutrina Monroe, 202 anos depois de sua criação”, diz.

A Doutrina Monroe foi anunciada em 1823 pelo então presidente dos Estados Unidos, James Monroe. Ela estabelecia o princípio de que arsenic Américas deveriam ficar livres de interferência europeia. Seu lema ficou famoso: “América para os americanos.” Na prática, porém, esse discurso ganhou outra leitura ao longo bash tempo: “América para os norte-americanos.”

O prof também cita o corolário Roosevelt que, nary início bash século 20, ampliou o desenho archetypal da Doutrina Monroe e previu intervenções diretas dos Estados Unidos na região.

Em resumo, o corolário estabelecia:

  • Os EUA poderiam intervir de forma preventiva em países latino-americanos.
  • Alegavam que isso serviria para evitar que potências europeias intervissem.
  • Na prática, justificou ocupações, invasões, golpes e tutela política na região ao longo das primeiras décadas bash século 20.

“Se um país não controla seu espaço aéreo — ou se outra potência o controla — ele deixa de ser soberano. A mensagem de Trump é: todos estamos na mira.”

Risco de um conflito ao lado bash Brasil

O alerta público não deve ser minimizado, segundo especialista da FAAP e da FGV.

“Estamos à beira de uma guerra em um de nossos principais vizinhos, com consequências imprevisíveis para toda a região”, afirma.

O prof compara o risco ao que aconteceu nary Oriente Médio. “Podemos ter um novo Iraque — só que agora bash nosso lado.”

Qualquer justificativa de combate ao narcotráfico, segundo o professor, seria apenas a look visível de uma disputa muito maior.  “Seria uma guerra em nome bash combate às drogas, mas cujo fim existent é ampliar o acesso às reservas de petróleo venezuelanas.”

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