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COPs não resolvem, mas sem elas os efeitos climáticos seriam piores

Pintar um retrato fiel das tendências globais é ainda mais dificultado pela desproporção dos impactos incorporados pela China às estatísticas globais. A demanda chinesa por energia com origem em carvão, por exemplo, é maior do que a do conjunto do resto do mundo. Mas o mesmo ocorre, de outro lado da questão do aquecimento global, com a adoção de energias renováveis, área em que a China exibe uma taxa de crescimento maior do que a dos demais países combinados.

De uma maneira geral, o uso de energia no mundo continua largamente dependente de combustíveis fósseis. Medido em EJ (extra joules — 1 EJ equivale a pouco menos de 280 milhões de megawatts/hora), o consumo mundial alcançou 600 EJ, em 2024, uma alta de 2% sobre 2023.

Desse total, as fontes fósseis — petróleo, gás e carvão — responderam por mais de 85%. As fontes renováveis, por menos de 15%. Contudo, ainda que a fatia de renováveis permaneça baixa, seu avanço, ao longo do tempo, tem sido crescente.

Em 1990, energias renováveis representavam 3% do total do consumo, e desde de 2000, a taxa de crescimento anual de fontes renováveis tem sido maior do que todas as demais fontes. Entre 2006 e 2020, a taxa de expansão das energias renováveis tem superado o crescimento do consumo anual em quatro vezes. A partir de 2020, o ritmo de ampliação da oferta de fontes renováveis passou a crescer cinco vezes acima do crescimento da demanda.

A tendência, portanto, é de substituição de fontes fósseis de energia por renováveis e com baixo ou zero emissão de carbono. A geração de eletricidade de fontes com baixa emissão de carbono já passou de 40% do total em 2024.

Desse quadro pode-se tirar explicações para a redução lenta, mas firme, das emissões de carbono. Nas estatísticas do Energy Institute, as emissões aumentaram 1% em 2024, batendo o recorde de 2023. Desde 2010, porém, as energias renováveis evitaram a emissão de 110 gigatoneladas de carbono, mais do dobro do emitido no ano passado.

A China continua sendo o maior emissor de carbono, responsável por um terço das emissões e, juntamente com a Índia, emite quase dois terços do total global. Mas a China também é o país que mais avança na substituição de fontes de energia emissoras de carbono. Enquanto isso, Estados Unidos e Europa, grandes consumidores de energia, registraram quedas nas emissões de carbono, em 2024, reforçando tendências dos últimos anos.

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