Críticas de deputados a Hugo Motta disparam nas redes após crise na Câmara, mostra pesquisa

A crise aberta pela expulsão de Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário e pelo cerceamento ao trabalho da imprensa na Câmara aprofundou o desgaste do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), entre seus próprios colegas. Um levantamento da agência de dados Datrix obtido pela coluna mostra que, entre terça (9) e esta quinta (11), 82% das manifestações nas redes de deputados sobre Motta tiveram teor negativo.

No período, parlamentares publicaram 242 menções diretas ao presidente da Câmara, a partir de 102 perfis distintos, alcançando cerca de 55 milhões de pessoas —aproximadamente um quarto de todo o impacto gerado nas redes pelos deputados nesses dias.

A onda crítica foi impulsionada pela condução da votação da chamada dosimetria, classificada por opositores como "anistia disfarçada" aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, sendo responsável por 44% das menções. A proposta foi aprovada na quarta (10) e foi enviada ao Senado.

O processo de cassação de Glauber respondeu por 33% das menções negativas, e o tumulto no plenário motivou outros 16%, segundo o monitoramento.

O PSOL foi o grupo que mais atacou Motta, com Sâmia Bomfim, Glauber Braga e Chico Alencar somando cerca de 17% das manifestações negativas. O PT também impulsionou críticas, com Rogério Correia, Maria do Rosário e Erika Kokay.

As manifestações positivas —de Nelson Barbudo, Dr. Luiz Ovando e do perfil em nome de Carla Zambelli, que está presa na Itália— tiveram menor engajamento e alcançaram menos de 3 milhões de usuários. Segundo a Datrix, o baixo alcance reforça a assimetria do debate e indica, no curto prazo, perda de autoridade de Motta na condução da Câmara.

_{com DIEGO ALEJANDRO, KARINA MATIAS e VICTÓRIA CÓCOLO}