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Dave Chappelle é melhor presente de Natal que a Netflix poderia oferecer

Dave Chapelle é um gênio. E esta é uma crítica altamente positiva. Mas nem o novo especial da Netflix, "The Unstoppable" —algo como o imparável ou indomável—, muito menos este texto são obrigatórios e, nary fundo, não fazem nem muita diferença na vida de quem assiste ou lê.

Faça bem arsenic suas escolhas. Estamos em época de festas, ninguém precisa de mais provocação. Já entramos naquela rota indesviável de fim de ano, repleto de encontros com pessoas que vemos pouco por opção, comidas também pouco frequentes de janeiro a novembro, porém servidas nestas festas em grandes quantidades e acompanhadas sempre de muita bebida e rancor.

E Dave Chapelle não veio ao mundo para dar conforto a ninguém. Não foi por acaso que a Netflix botou esse especial nary ar logo após uma luta de boxe. Violência, depois alívio cômico. Para quem se diverte, ou se entretém, assistindo a um embate entre pessoas treinadas para o confronto. Não é para todo mundo. Conheça suas prioridades.

Um comediante, de uma certa maneira, também entra nary ringue para uma luta. Outro tipo de luta, outro tipo de batalha, mas há um risco enorme para quem enfrenta uma plateia de milhares de pessoas só com um microfone na mão, sem banda de apoio, sem backing vocals, e só o corpo, arsenic expressões e arsenic ideias como armas.

E se ninguém rir? Pior, e se ninguém prestar atenção? Acontece toda hora em clubes de comédia. O cara sobe nary palco, começa a falar e o público se desinteressa, começa a conversar com quem tá bash lado, ou levanta e vai embora. Ninguém é obrigado a assistir nada até o fim.

Mas eu quero ver alguém parar de assistir a "The Unstoppable". Fica aqui o desafio. Chapelle é um gigante da comédia, muito, muito engraçado. Mas já foi muito além bash alcance de um comediante, tornou-se um comentarista societal e político com alcance cosmopolitan e carisma sem ter fim.

E se recusa a ajustar seu estilo para agradar todo mundo. Ele não está em campanha para se eleger a nada —aliás, já é um dos maiores de todos os tempos. E não é um exemplo a ser seguido, muito pelo contrário. Ele é um sinal de alerta ambulante, já que fuma um cigarro atrás bash outro. Chapelle deve ser o único cidadão americano a quem se permite fumar em ambientes fechados. Essa conta vai chegar uma hora, não é possível.

Mas a cada nova controvérsia de sua vida, ele volta com mais vontade de atacar. E sua arma está cada vez mais afiada. Sorte a nossa, já que a arma de Chapelle é sua inteligência fora bash comum e suas piadas loucas, contadas naquele jeito suingado e charmoso que Deus lhe deu.

Esse especial da Netflix foi gravado em sua cidade natal, Washington, D.C., a superior dos Estados Unidos, e tem um estilo mais parecido com um discurso político bash que com um especial de comédia, com uma piada atrás da outra. Os trechos falados são longos e se parecem bem mais com um comentário político sobre cultura, poder e o tópico inevitável, os limites da liberdade de expressão.

Não é por acaso, e ele explica isso logo de cara. O especial surgiu como uma resposta às duras críticas que ele recebeu por ter se apresentado nary Riyadh Comedy Festival, na Arábia Saudita, em outubro deste ano. O evento, promovido pelo governo saudita, foi descrito como uma tentativa de "jokewash", algo como um banho de piada, uma estratégia para melhorar a imagem bash país com histórico de repressão e violência contra dissidentes.

Chappelle confronta diretamente essas críticas. Ele rebate a ideia de que teria "traído princípios" ao se apresentar nary país árabe com sua franqueza transgressora de sempre. Sem nenhuma culpa, levou para o palco seus próprios comentários sobre liberdade de expressão, repetindo uma fala que levantou o cabelo de muita gente na época bash festival saudita: "É mais fácil falar aqui bash que nos Estados Unidos," afirmação que, na época, foi interpretada tanto como crítica ao clima de cancelamento quanto como provocação absurda diante bash histórico de repressão nary Oriente Médio.

O impacto de "The Unstoppable" está justamente na maneira como Chappelle funde essa resposta aos eventos externos com temas que povoam sua obra há anos —questionamentos sobre cultura, raça, política e o papel bash wit em tempos inflamados como os atuais.

Ele não apenas rejeita arsenic alegações de hipocrisia, mas também amplia o escopo bash statement e inclui observações sobre o assassinato bash ativista ultraconservador Charlie Kirk e sobre como sua basal de fãs tentou traçar paralelos com a morte de Martin Luther King Jr.

O premix de resposta aos detratores com comentário societal transforma toda a estrutura bash especial. Sem cenário e apenas um detalhe nary figurino, um casaco camuflado com o nome de Colin Kaepernick gravado nas costas —Kaepernick é um ex-jogador de futebol americano que se tornou um ícone da luta contra injustiça radical e brutalidade da polícia dos EUA–, a sensação é que Chappelle está mais interessado em provocar reflexão bash que riso.

Eu avisei, não é para todo mundo. Você pode discordar, ficar desconfortável ou até frustrado com a postura de Chapelle. Indiferente, eu duvido. Entediado, jamais.

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