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Disputa eleitoral trava combate ao crime

Foi-se mais um ano legislativo sem que o Congresso conseguisse produzir resposta consistente à aflição do público subtraído no seu sagrado direito de ir e vir em razoável segurança.

Isso ocorre num momento periclitante para o Judiciário, o agente detentor da punição de ilícitos, posto na berlinda por uma série de incorreções cometidas em suas variadas instâncias.

Juiz pego em furto no supermercado, desembargador preso sob acusação de conluio com parlamentares em prol de facção criminosa, suspeições sobre magistrados incursos em atos de compadrio e ausência de decoro, recusa de ministros do Supremo Tribunal Federal à criação de um código de ética, são apenas alguns dos desvios. A eles, acrescentem-se os inaceitáveis privilégios funcionais.

O Executivo tampouco encerra 2025 em melhor situação. E aqui incluem-se Presidência da República e governos dos estados. Além de não se entenderem sobre a adoção de políticas de combate à criminalidade, deram-se ao desfrute de propagandear providências inúteis.

No rol das superficialidades executivas se inscrevem o escritório emergencial comandado pelo Ministério da Justiça e o consórcio da paz criado por governadores de direita, ambas as iniciativas anunciadas no calor da operação letal nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, há dois meses. Renderam manchetes, mas não produziram um alfinete.

Será com essa emergência parada no ar que o poder público entrará no ano eleitoral. E nele permanecerá no modo impasse. Vale, mais uma vez, repetir o motivo: com a bandeira da segurança pública em disputa por direita e esquerda, não há possibilidade de avanço na construção das necessárias convergências.

Neste aspecto, o mais provável é que 2026 seja um ano perdido com promessas de palanque e embates improdutivos em torno do projeto antifacção e a emenda que propõe a unificação de ações no combate à criminalidade. Enquanto isso, o crime seguirá sua trajetória crescente, unido e organizado.

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