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Economia Criativa compõe 3% do PIB gaúcho

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Gestores públicos demoraram algumas décadas para reconhecer criatividade, cultura e tecnologia como propulsores do desenvolvimento econômico. Criado no início dos anos 90, o conceito de Indústria Criativa foi sendo consolidado no Brasil nos últimos anos, chegando, em 2023, a uma parcela de participação de 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

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Gestores públicos demoraram algumas décadas para reconhecer criatividade, cultura e tecnologia como propulsores do desenvolvimento econômico. Criado no início dos anos 90, o conceito de Indústria Criativa foi sendo consolidado no Brasil nos últimos anos, chegando, em 2023, a uma parcela de participação de 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

A potência do PIB criativo no país fica ainda mais evidente em estados como São Paulo (5,3%) e Rio de Janeiro (5,2%), com participações acima da média nacional (3,6%). O Rio Grande do Sul aparece na sexta colocação com uma fatia no PIB de 3%. Os números fazem parte do Mapeamento da Indústria Criativa 2025, estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em sua 8ª edição. A publicação registra também o crescimento de empregos, superando a marca de 1,26 milhão de profissionais no mercado formal.

O crescimento econômico gerado pelo setor, impulsionando, sobretudo, pela geração de emprego e renda, motivou os dois primeiros estados da lista a criarem órgão específicos. São Paulo e Rio de Janeiro possuem secretarias estaduais responsáveis por programas de fomento a áreas como cultura, inovação, pesquisa, tecnologia e moda, entre outros.

No Rio Grande do Sul, a Secretaria da Cultura (Sedac), criou em 2013 o Programa RS Criativo. O trabalho, segundo a coordenadora Juliana Sehn, tem sido o de centralizar as ações de dez secretarias estaduais e dos municípios no Estado. “Precisamos reforçar o que temos feito e centralizar, dentro de um plano estratégico, as quatro grandes áreas”, observou, citando Cultura, Mídias, Tecnologia e Criações Funcionais. Juliana destaca a importância de políticas intersetoriais estruturadas, que possam articular todas as áreas em todas os órgãos administrativos.

De acordo com a coordenadora, a participação da Indústria Criativa no PIB gaúcho se assemelha à fatia da indústria automobilística local, e, ainda, teria espaço para crescer. “Temos potencial de desenvolvimento e de representatividade. O que falta é colocarmos dentro de um pacote. Nos municípios, existem muitas ações, mas que não se entendem por indústria criativa”, ressalta.

Conforme dados do Observatório Itaú Cultural, a participação no PIB de 2022 chegou a R$ 8,3 bilhões com 74 mil empregos formais. Para expandir esses números, o programa pretende consolidar a economia criativa como eixo estratégico, impulsionando talentos, fomentando inovação, gerando dados estratégicos e conectando comunidades criativas.

Fiergs cria comitê para o setor

A economia criativa é um vetor estratégico para desenvolvimento econômico, cultural e social. Para o urbanista britânico Charles Landry, referência global em cidades criativas, estas localidades permitem ao indivíduo fazer parte da criação do ambiente e, sua administração, encontrar soluções inovadoras. De olho nesse crescimento, a Federação das Indústrias dos RS (Fiergs) criou, no ano passado, o Comitê da Indústria Criativa (Comic), com o objetivo de aproximar o setor criativo das esferas institucionais.

“É um momento importante, uma grande conquista para todo o segmento ter uma cadeira na Fiergs ”, diz a coordenadora do Comic, Flávia Matzenbacher. Vinda do Sindicato das Empresas de Audiovisual do Estado, a coordenadora explica que o Comic passou a compor o Observatório da Indústria no Estado. “A Fiergs entendeu a importância da Indústria Criativa. No país, a indústria audiovisual se assemelhava à farmacêutica. No Estado, somos o 3º polo, atrás somente do eixo Rio-São Paulo”, exemplifica.

O Comic tem representantes dos setores de games, da moda, de cultura digital. Para integrar o conselho, também foram chamadas pesquisadoras da Ufrgs da área de Antropologia Visual e da Imagem, com o objetivo de trabalhar memória e patrimônio.

O Conselho já possui mais de 5 mil empresas cadastradas. “Nossa meta futura é chegarmos a ser um conselho técnico da Fiergs, semelhante aos demais”, projeta. Atualmente, o Comic está produzindo um mapeamento em todo o Estado. A ideia é, nos próximos meses, apresentar à sociedade números consolidados, não só para o entendimento da importância da Indústria Criativa, mas, também, para embasar políticas públicas. “O mapeamento vai sugerir novos modelos de negocia, e comprovar que a Indústria Criativa pode precisa se basear só em recursos públicos”, conclui.

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