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Eduardo Bolsonaro reage a pedido de investigação, fala em achaque e desafia Lula

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O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu ao pedido de abertura de investigação por sua atuação nos Estados Unidos e disse que processos no Brasil viraram "meio de achaque".

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu à solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e abriu um inquérito contra o deputado. O magistrado é relator do caso porque centraliza as investigações sobre atos antidemocráticos no Brasil.

Para Eduardo, o pedido de apuração deve reforçar a tendência de sanção a Moraes, pela qual tem trabalhado nos EUA. "Eles estão confirmando tudo aquilo que a gente sempre falou, de que o Brasil é um estado de exceção, que depende do cliente, dos fatos políticos, e não baseadas em lei", disse à Folha.

"O processo no Brasil virou um meio de achaque. Um gângster faria igual, um mafioso faria igual. Eles estão deixando isso aí para todo mundo ver, e a cereja do bolo é que eles estão empurrando, pressionando o Trump para estabelecer as sanções", afirmou o deputado licenciado.

Eduardo está nos EUA desde março, quando decidiu se licenciar do mandato alegando temer a apreensão do seu passaporte por Moraes. Ele afirma que só vai considerar voltar ao Brasil depois que conseguir sanções ao ministro.

"Eu acho que após as ações contra o Moraes vai ocorrer uma rearrumação do tabuleiro político brasileiro. Se eu não puder retornar ao Brasil, é um sinal de que o Brasil entrou no mesmo nível da Venezuela, mas eu acho que isso daí não vai se verificar", disse, tentando comparar a democracia do Brasil a um regime autoritário, numa narrativa que ressoa entre apoiadores.

"Acredito que essas sanções vão sair e vão criar o ambiente propício para que eu possa voltar em segurança para o meu país sem que seja violentado por esses tiranos", afirmou.

Como mostrou a Folha, Eduardo atua nos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em janeiro, para que o governo americano puna Moraes pelo que ele vê como ataques contra a liberdade de expressão de empresas, como X e Rumble, e pessoas em solo americano, como Allan dos Santos.

Na semana passada, essa possibilidade passou a ser tratada com mais seriedade pelos aliados do presidente Lula (PT) depois que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou em uma audiência no Congresso que é "grande a possibilidade" de sanção ao ministro do STF.

O governo brasileiro tem tratado essa hipótese como um ataque à soberania do Brasil. Questionado se isso não poderia ser um problema para o próprio país, Eduardo diz que cabe a Lula decidir se ampliará o embate com o governo dos EUA caso as sanções a Moraes se confirmem, como é tendência hoje.

"Se o governo Lula quiser comprar a briga do Moraes e mergulhar o Brasil numa disputa contra os Estados Unidos, onde notoriamente os Estados Unidos é o lado mais forte, isso vai ser uma decisão que a gente tem que deixar claro que é uma decisão do presidente Lula", disse.

"E nós aí vamos ter que trabalhar o quê? Para trocar de presidente, porque esse presidente não está servindo ao interesse dos brasileiros. O interesse dos brasileiros não se confunde com o interesse do Alexandre de Moraes", afirmou.

A aposta dos bolsonaristas é que uma sanção ao ministro do STF pode fortalecer o campo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para 2026 e levar os magistrados a recuarem em investigações. O Judiciário, porém, tem se mantido unido na defesa de Moraes, indicando que eventual sanção ao ministro não trará impactos à ação penal contra Bolsonaro e sua inelegibilidade.

Com o impedimento de Bolsonaro em se candidatar, o próprio Eduardo tem sido citado por setores da direita como eventual candidato a suceder o pai na corrida pelo Palácio do Planalto em 2026.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) conversou com o deputado sobre a possibilidade de Eduardo ser candidato ao Senado ou à Presidência no ano que vem. Uma eventual candidatura do filho de Bolsonaro, porém, enfrenta muitas resistências entre o centrão e a classe política, que preferem um nome como o do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

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