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- Author, Luiz Antônio Araujo
- Role, De Porto Alegre para a BBC News Brasil
Há 20 minutos
Tempo de leitura: 15 min
Finalmente, pode permanecer no cargo até o final do mandato, frustrando o projeto de seu vice, Gabriel Souza (MDB), de ser candidato a governador no exercício do cargo.
Primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul em quase cem anos, Leite é também o primeiro a mudar de partido durante o mandato. Em maio, ele deixou o PSDB, no qual havia ingressado aos 16 anos, e filiou-se ao PSD.
Garantindo não se sentir representado por Bolsonaro e Lula, ele declarou voto no primeiro em 2018 e vê com naturalidade a presença de três ministros de seu partido no governo do segundo.
Como o PSD não teve candidato em 2022, é "natural e legítimo" que seus integrantes que votaram em Lula integrem o governo.
Leite recebeu a BBC News Brasil em seu gabinete no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na tarde de segunda-feira (22/12), entre uma cerimônia de entrega de equipamentos à Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural e o embarque em um voo para São Paulo.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

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BBC News Brasil - Governador, o senhor vai ser candidato a que em 2026?
Eduardo Leite - Bom, antes de mais nada, todo o meu foco está voltado ao governo [do Rio Grande do Sul]. Estou caminhando para o último ano de um ciclo de governo, de oito anos, que transformou profundamente a realidade do nosso Estado. Então, estou focado em garantir todas essas entregas, e entendo que, nos primeiros meses de 2026, com o quadro pré-eleitoral tomando melhor forma, a gente vai ter um entendimento de onde melhor eu possa contribuir.
Sempre vivi a minha vida política pensando não a que cargo posso concorrer para ser alguma coisa. O que mais me motiva é o projeto nacional. Não me sinto representado nem por Lula, nem por Bolsonaro. São dois campos que estão muito mais focados em destruir o outro do que em construir algo diferente para o país. É a minha leitura.
Quero ajudar o país a ter um caminho alternativo. Dentro do PSD, eu me coloco à disposição para isso. Mas isso não depende apenas da minha vontade, depende da circunstância político-eleitoral nacional, depende do meu partido.
Localmente, uma candidatura ao Senado seria o natural, mas isso também vai ser decidido no momento apropriado, porque, não havendo um projeto nacional que eu possa liderar, voltaria minhas atenções para o Estado para ter a melhor colaboração que eu possa ter para ajudar a eleger meu sucessor, o que não necessariamente envolve ser candidato. Eventualmente, meu papel possa ser outro, de conduzir o governo e poder ajudar a construir as alianças que deem sustentação à manutenção desse projeto que tem transformado o Rio Grande.
BBC News Brasil - Kassab diz que o partido tem dois possíveis candidatos à Presidência: o senhor e o governador do Paraná, Ratinho Júnior. Como vai se resolver essa situação no PSD?
Leite - Tenho confiança de que por uma boa conversa, uma boa análise das circunstâncias, da disposição de cada um. O governador Ratinho faz um governo também de grandes transformações no Paraná, é um bom governador, um bom quadro político. Eu não tenho outra expectativa que não seja a de que a boa política, o bom diálogo, a boa conversa internamente no partido é que vai se encarregar de resolver isso.
Não se precisará fazer prévias, enfrentamento, debates ou qualquer outro tipo de disputa porque estamos unidos no mesmo interesse, que é proporcionar ao país um caminho diferente desses que a gente tem observado. Tenho convicção de que, nos primeiros meses do ano que vem, vamos ter conversas que vão encaminhar o posicionamento que o PSD deverá ter no processo eleitoral.

Crédito, Mauricio Tonetto/Governo do RS
BBC News Brasil - Se essa conversa interna não redundar em um acordo, o senhor descarta a possibilidade de prévias ou primárias?
Leite - Não visualizo qualquer ambiente que demande isso dentro do PSD. Se o governador Ratinho tiver a disposição de ser candidato, se desejar ser o candidato, e é natural que possa ter essa aspiração, terá todo o meu apoio. Não há nenhum problema com isso.
Eu insisto: não estou na política para ser candidato, para ser isso ou aquilo. Quero fazer algo transformador na política. Se quisesse ser candidato de qualquer jeito, tinha ficado no meu partido, que, de alguma maneira, o PSDB me assegurava ser candidato. Se eu quisesse ser candidato a qualquer custo, lá em 2022, na eleição passada, teria me movimentado, saído do PSDB e ido para o PSD, onde o presidente Kassab me assegurava também uma possível candidatura. Mas eu não estou, realmente, buscando ser candidato a qualquer custo, de qualquer jeito.
Quero poder liderar um projeto dentro de uma circunstância, de um contexto, em que a gente consiga mobilizar pessoas para isso. Então, tenho certeza absoluta de que teremos um ambiente político dentro do partido para poder tomar a decisão sobre a candidatura com bom diálogo, com boas reuniões, que vão conduzir esse processo. Não tenho nenhuma expectativa de necessidade de enfrentamentos e disputas.
BBC News Brasil - Em 2018, no segundo turno, o senhor apoiou Jair Bolsonaro. Em 2022, também no segundo turno, o senhor se declarou neutro. Seu partido tem três ministros no governo Lula. Qual desses elementos e desses perfis vai ser determinante na sua posição em 2026?
Leite - Para colocar as coisas em seu devido lugar, acho que é importante esclarecer: em 2018, eu não apoiei Bolsonaro, eu declarei voto. Acho que tem bastante diferença entre as duas coisas. Meu adversário aqui no Rio Grande do Sul [o ex-governador José Ivo Sartori, do MDB], ele, sim, apoiou, fez campanha conjunta, cunhou um nome – assim como houve o "Bolsodoria" em São Paulo [referência ao apoio do ex-governador João Dória a Bolsonaro], aqui havia o "Sartonaro", que era a junção do meu adversário com Bolsonaro.
Não fiz isso. Não fiz material de campanha pesada, não pedi votos para Bolsonaro, simplesmente declarei meu voto naquele contexto. E ainda marquei as minhas diferenças em um vídeo que publiquei à época, dizendo: olha, divirjo [de Bolsonaro] nisso, nisso e naquilo, mas, tendo em vista que do outro lado está o Partido dos Trabalhadores, que recém tinha passado pela prisão do presidente Lula, que estava preso naquele momento, por escândalos de corrupção, os maiores do país, eu entendia que não deveriam voltar ao poder. Por isso, mesmo que tivesse tantas divergências com o presidente Bolsonaro, declarei que votaria nele. Mas não fiz campanha casada, porque não me sentia confortável.
Os dois candidatos que estavam no segundo turno tinham muitas diferenças com o que penso. No segundo turno de 2022, optei por não divulgar meu voto. Dei o meu voto como cidadão a um dos candidatos, me reservo sempre o direito de não falar sobre o voto que dei, é um sigilo que o voto me confere, e não pedi votos para nenhum deles porque nenhum deles representa como penso a política.
Torço e trabalharei para que, em 2026, a gente possa criar as condições para uma alternativa ao que está aí. Como o PSD não teve candidato a presidente em 2022, determinadas lideranças do partido apoiaram Bolsonaro, outros apoiaram Lula. Como não teve candidato e houve esses apoios ao Lula, é natural e legítimo que possam alguns deles integrar o governo. Mas o presidente Kassab tem deixado muito claro que, em 2026, não estaremos nem com Lula nem com Bolsonaro. Buscaremos um caminho diferente.
O PSD, pelo tamanho que adquiriu no país, com o número de prefeituras, com a bancada específica que tem no Congresso, com os governadores que tem, acho que tem um papel bastante relevante na construção de um caminho alternativo para o Brasil.

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BBC News Brasil - O PSD, ainda assim, segue no governo e participa nacionalmente, por meio do Kassab, de negociações, inclusive no Nordeste, com o próprio Lula, no sentido de apoiar candidatos em consonância com a política nacional do presidente. O senhor não acredita que essa imagem possa ser entendida como fisiologismo do partido?
Leite - Não me agrada que tenha de fazê-lo, mas compreendo que, em um sistema político-eleitoral como o brasileiro, você tenha essas situações que geram essas ambiguidades ou aparentes incoerências.
Temos governos que foram eleitos, os mandatos vão até o ano que vem e esses governos precisam ter sustentação para funcionar. Se você não der um mínimo de sustentação aos governos e se exercer uma maioria de oposição que busque inviabilizar governos, trancam-se as pautas mais urgentes, e quem paga o preço no final do dia é a população, não é o governante de plantão. É o povo.
Essa participação que se dê aqui e ali se dá também ajudando a puxar a agenda do governo mais para o centro. Ou seja, não é simplesmente uma adesão para sustentar aquilo que Lula e o PT defendam. Então, é da lógica do complexo arranjo político brasileiro. Inclusive, sou defensor de uma reforma política que possa encaminhar o país para um futuro de menos partidos.
Já tem algumas medidas que foram adotadas, como a cláusula de barreira, o fim das coligações nas eleições proporcionais. Possivelmente, venhamos a avançar futuramente para vedar coligações nas eleições majoritárias também. Acho até que o país deveria avançar na discussão de um voto distrital e também de um futuro parlamentarismo. Mas, enquanto isso vai se processando e se aprimorando, a gente vai vivendo essas incoerências e ambiguidades que um sistema pluripartidário como o nosso acaba impondo.
BBC News Brasil - Bolsonaro já indicou seu candidato, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em caso de um segundo turno entre Lula e Flávio, quem o senhor apoiaria?
Eduardo Leite - Não vou trabalhar com cenário de especulação. Todo meu trabalho será no sentido de evitar esse segundo turno. O país já viveu um segundo turno dessa natureza, entre Bolsonaro e Lula, em 2022. Entendo que foi extremamente negativo para o país, porque as pessoas vão votar nas urnas muito mais contra um dos candidatos do que a favor daquilo em que elas acreditam.
Acho que o Brasil precisa construir um caminho nessa eleição em que as pessoas possam ir para as urnas votando com esperança, com confiança, em um caminho, e não simplesmente porque elas rejeitam mais, têm rancor, mágoa, ódio ou qualquer outro sentimento negativo que elas nutram por algum dos candidatos em especial.

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BBC News Brasil - Esse caminho proposto pelo senhor tem sido definido por muitos como uma terceira via. Mas uma terceira via teria votos suficientes? Seria viável no Brasil depois de tantos anos?
Eduardo Leite - Temos que construir isso. O cenário político-eleitoral se alterou. Isso é inegável. Atrair as audiências, conseguir mobilizar grupos é diferente hoje do que era 15, 20 anos atrás. Então, este centro que eu defendo, que não é um centro sem posição, é um centro que respeita as posições alheias e que sabe polarizar também com esses dois pontos. Polarizar na bola, não na canela. Ou seja, polarizar nos argumentos, na divergência de ideias, mas não simplesmente tentando ser um detrator dos dois campos que hoje polarizam. Isso eles já são um do outro.
Querem convencer de que o outro é do mal, que o outro é safado, é desonesto, que o outro não presta. É muito mais centrado o debate nisso. Não desejo que tenhamos um caminho alternativo que seja igual aos outros também, de simplesmente ser detrator, de atacar, de impor uma visão negativa sobre os outros, se não no campo das ideias. Mostrar que as ideias deles e que a energia que eles gastam em se atacar acaba gerando enormes prejuízos ao país.
O centro não é ficar no meio do caminho, querendo contemporizar, agradando todo mundo. É ter posição sobre os assuntos, que hoje muitas vezes são rotuladas como sendo de um campo ou de outro, e apropriar essas ideias e defendê-las. Vou dar um exemplo. Entendo que está no senso comum das pessoas de que nós temos que ser duros contra o crime, enfrentando o crime organizado com penas rigorosas, dando consequência firme para quem desafia a lei e o Estado. De outro lado, nós temos que ser sensíveis socialmente e entender que há uma parcela da população marginalizada, que está mais vulnerável, que tem que ser atendida, sob pena de a gente ficar enxugando gelo. As coisas não são opostas, mas vamos lá. A agenda dura contra o crime é verbalizada pela direita, e a agenda social é verbalizada pela esquerda, como se fossem coisas antagônicas e opostas, e não são. Acho que é importante a gente promover esta conciliação.
Defendo um Estado menor, mais enxuto, que privatiza, que entrega boa parte do que hoje é executado pelo poder público para o setor privado, porque o Estado não deve ser empresário. O Estado deve cuidar de saúde, educação, segurança e tudo aquilo que possa ser feito pelo setor privado deve ser operado pelo privado, com mais liberdade econômica.
De outro lado, defendo que em um país de abismo social como o nosso, tenhamos programas de transferência de renda, amparo à população que já, infelizmente, ficou para trás e não teve acesso a serviços básicos. E qual é a oposição entre uma coisa e outra? Não há nenhuma. Você tem um Estado menor, do ponto de vista de estrutura, de máquina pública, mas mais presente com programas sociais de transferência de renda para as famílias que mais precisam.
Mas toda essa polarização que a gente está vivendo parece fazer disso uma dicotomia. Ou é uma coisa, ou é outra. Ou seja, são alternativas, uma coisa ou outra. E não são. Então, o centro que defendo deve polarizar nas ideias, no enfrentamento, claro, das narrativas, sem precisar ofender ninguém, sem precisar xingar ninguém. E entendo que, trilhando esse caminho, é possível, sim, viabilizar uma alternativa, chame-se de terceira via ou do que quiserem chamar, algo novo para o país.
Até porque Lula, indo para a sua reeleição, terá concorrido em sete eleições. Teriam sido oito, se ele não estivesse preso naquela de 2018. As outras duas que restam são as duas eleições da Dilma, em que pelo menos na primeira ele o grande cabo eleitoral. Então, praticamente dá para dizer que a gente não conhece eleição sem Lula. É muito ruim para a democracia que um campo político fique completamente capturado por uma figura e não saiba sequer reciclar nas suas lideranças.
A alternância de poder é importante na democracia. O líder precisa saber entrar, fazer sua parte, formar novas lideranças e dar espaço para que outros assumam esse protagonismo sob pena de você incentivar essa política do messianismo, do salvador da pátria, de que só alguém presta.
Aliás, isso está sempre muito presente na fala do presidente Lula. Talvez Jesus Cristo tenha sido tão bom quanto ele, mas que mais não foi. É quase que isso que chega a ser dito. É muito ruim que seja nutrido esse tipo de pensamento, de percepção sobre as figuras políticas.
BBC News Brasil - O senhor tocou no tema da segurança. Nos seus sete anos de governo, houve redução de índices de criminalidade no Estado, mas também houve aumento de mortes no interior do sistema prisional. Por que presos no Rio Grande do Sul continuam tendo acesso à internet, a celulares e até a armas trazidas por drones de fora dos presídios?
Leite - O Rio Grande do Sul está diferente, para melhor. Não tenho nenhum medo em assegurar isso. Os dados confirmam. Mas nunca disse que está perfeito, que está tudo resolvido, às mil maravilhas.
É óbvio que o Estado é outro quando você consegue demonstrar, por exemplo, que a gente teve uma redução de mais de 60% do número de homicídios. Quando o Estado reduz 90% dos roubos de veículos. Ou reduz 80% dos roubos de pedestres. É o Estado mais seguro do Brasil, segundo o Fórum Brasileiro da Segurança Pública, para se andar com o celular nas ruas. O menor número de roubos de celulares per capita no Brasil está aqui no Rio Grande do Sul.
Nós nos tornamos um dos Estados mais seguros do Brasil, porque melhoramos efetivos, a primeira retomada de capacidade de aumentar efetivo, maior renovação da frota de armamento, de tecnologia. Absolutamente todos são os maiores investimentos já feitos na segurança pública na história recente do Estado.
Inclusive no sistema prisional, estamos também fazendo investimentos históricos. A Cadeia Pública de Porto Alegre era uma vergonha. Tinham 5 mil presos lá dentro para 1,7 mil vagas. É claro que não era o Estado quem estava controlando. O crime operava lá de dentro. A gente demoliu e construiu uma nova. Estamos agora construindo um presídio em Caxias do Sul com 1,6 mil vagas, em Rio Grande com 1,2 mil vagas, construindo presídio em Alegrete, em Passo Fundo, em São Borja e uma parceria público-privada para presídio em Erechim.
Estamos reduzindo fortemente o déficit de vagas e modernizando o sistema existente, buscando implementar os bloqueadores de celulares. Além disso, nos novos presídios, as celas não têm tomada, o que, inclusive, gera protestos, muitas vezes, das famílias de presos, como se isso trouxesse indignidade. Mesmo entre membros da Defensoria [Pública do Estado] existem ataques sobre isso. E nós compramos essa briga porque é garantido a eles [os presos] toda a ventilação, todo o conforto térmico, que dispensa o uso das tomadas para ventiladores, por exemplo.
Uma das alternativas que a gente está fazendo também são equipamentos para abater os drones que tentam adentrar com drogas e celulares dentro dos presídios. É uma luta contínua. O crime está sempre procurando alguma brecha nova para tentar desafiar o Estado. Mas a gente segue investindo, aprimorando, chamando novos policiais penais e reforçando nossa estrutura prisional para não dar trégua para criminosos.

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BBC News Brasil - O ranking dos governadores de 2025 do Instituto Atlas Intel o senhor aparece em 21º lugar entre os 27 governadores na avaliação dos eleitores. Como vê o resultado desse levantamento?
Leite - Há pesquisas para todos os gostos. A pesquisa Genial Quest, a pesquisa Real Time Big Data e as nossas próprias pesquisas indicam aprovação do nosso mandato.
Passamos por várias dificuldades e desafios no Estado, que estava em crise fiscal, depois que passou pela pandemia, por estiagens e enchentes. Infelizmente, foram quatro estiagens em seis anos, muito severas, que acabaram gerando perda de produtividade no campo e que afeta a nossa economia. Mesmo nesse cenário, temos um ambiente de aprovação.
Aliás, fui o primeiro governador reeleito aqui na história do Estado. Então, respeito as pesquisas, não acho que elas sejam tendenciosas para um lado ou para o outro, mas existem várias metodologias e, no fim das contas, elas apontam aprovação ao nosso governo. Tenho certeza que os gaúchos saberão reconhecer isso.
BBC News Brasil - O senhor foi o primeiro governador a se declarar gay no país. O que o senhor acredita que mudou para a população LGBT no Estado e o que precisa mudar no país?
Leite - Em termos de políticas públicas para a população LGBT, nunca esperei falar publicamente sobre isso para ter atitudes. Somos um Estado que criou delegacias da diversidade, por exemplo, para combate à intolerância, em todas as suas dimensões, mas também muito em relação à intolerância relacionada à orientação sexual. Inclusive, criamos políticas de vagas no serviço público para a população transexual.
Entendo que a diversidade existente na população tenha que estar presente dentro do serviço público, não apenas para a inclusão dessas pessoas, mas para a convivência com a diversidade presente na população dentro do próprio serviço público. Temos uma série de apoios a eventos relacionados à população LGBT, e todos os nossos serviços de apoio social, existencial e de qualificação profissional também. Sempre olho muito para essa população e para como podemos promover essa inserção econômica.
Agora, é claro, existe uma questão de dimensão cultural que precisa ser trabalhada, e quando falo abertamente sobre a minha orientação sexual, é também no sentido de buscar dar alguma contribuição para que as pessoas possam perceber, em qualquer lugar, em qualquer área da vida pública ou também no setor privado. Vejo empresários que se assumem gays ou que assumem a sua sexualidade publicamente, ajudando a colaborar na quebra dos estigmas e um melhor entendimento sobre esse tema. Todos temos de dar a nossa colaboração nesse sentido.

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