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Em ano de recuperação da navegação, Portos RS investe na dragagem de canais

Entre os principais investimentos de recursos do Fundo Pacto pelo Rio Grande (Funrigs), inclusive com a antecipação dos recursos ainda no final do ano passado, a recuperação de hidrovias gaúchas, com obras de dragagem, tem perspectiva de desembolso de R$ 60 milhões até o final deste ano, do total de R$ 731,4 milhões do fundo. A estimativa é do diretor- presidente da Portos RS, Cristiano Klinger. Segundo ele, a maior parte dos recursos será investida ao longo de 2026.

"Temos feito uma operação em partes, justamente para garantirmos o avanço permanente da recuperação. A dragagem depende dos resultados de batimetria, que são liberados por etapas, permitindo o início de uma nova ação de recuperação dos canais de navegação. Nossa ideia é, no início do segundo semestre, iniciarmos a dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, por exemplo", explica Klinger.

O serviço foi dividido por canais de navegação. Cinco deles, mais o acesso ao principal porto gaúcho, iniciados neste ano. Depois, outros oito canais, divididos em duas etapas. Entre as ações já iniciadas, estão os canais Itapuã, Pedras Brancas, Feitoria, Leitão e Furadinho, considerados os mais prejudicados pela cheia do ano passado. As ações incluirão todos os canais de ligação de terminais comerciais entre a Lagoa dos Patos, o Guaíba, o Delta do Jacuí, além dos rios dos Sinos, Caí e Gravataí e, claro, o Porto de Rio Grande, que deve absorver 60% do total dos recursos liberados pelo Funrigs à reconstrução de hidrovias.

Na maior área portuária do Estado, a contratação da dragagem está em fase de licitação e, segundo Klinger, as operações devem iniciar no começo do segundo semestre. Pelo cronograma da Portos RS, a obra deve ir até novembro, parar por questões ambientais do estuário, e retomar em março para que seja terminada até o fim de 2026. Por isso, a maior parte do investimento deve ser desembolsada somente no próximo ano.

"É uma ação com objetivo de recuperar a capacidade de navegação anterior, por exemplo, com os 5,18m na Lagoa dos Patos e dos 15m no acesso ao Porto de Rio Grande, mas estamos olhando adiante, em melhorias e expansão da navegação. É necessário, e a perspectiva de investimentos como o da CMPC, que vai triplicar o fluxo pela Lagoa dos Patos, mas também da atração que temos buscado a setores como o químico, por exemplo, apontam para a necessidade de melhoria no principal canal de navegação da nossa economia", aponta Cristiano Klinger.

Paralelamente às ações de dragagem, a empresa tem feito ações em parceria com a Marinha para a melhoria na sinalização náutica da Lagoa dos Patos, que poderá retirar a atual restrição de navegação noturna. Na prática, são oito horas diárias sem fluxo hidroviário, o que representa custo aos transportadores e redução de competitividade nos portos gaúchos.

Recuperação de Porto Alegre

Para que se tenha uma ideia das consequências da inundação nas operações portuárias, enquanto o Porto de Rio Grande registrou recorde histórico de movimentação no primeiro trimestre do ano, com quase 10 milhões de toneladas movimentadas, em Porto Alegre, houve redução de 81%, com menos de 50 mil toneladas movimentadas entre fertilizantes, sal, clínquer e trigo. Se em Rio Grande foram 773 embarcações circulando no mesmo período, no porto da Capital, foram apenas 18 _ menos de 2% da movimentação total de embarcações entre os três portos gerenciados pela Portos RS.

Por isso, entre as prioridades de investimento da empresa está a recuperação da estrutura portuária de Porto Alegre, com a reserva de R$ 40 milhões, do total de R$ 731 milhões, para obras de recuperação da infraestrutura local. Segundo Klinger, a fase de projetos avança neste momento, e há ainda a expectativa de atração de novos investimentos privados para essa retomada.

A área denominada POA26, por exemplo, que fica quase em frente à Arena do Grêmio, foi incluída e retirada por falta de interessados no primeiro leilão de áreas portuárias a Antaq em abril. Agora, o lote deve entrar novamente no leilão de julho. A intenção é atrair R$ 21,1 milhões para o arrendamento de 10 anos da área para movimentação e armazenagem de granel sólido.

Nos planos da Portos RS neste ano ainda estão os arrendamentos de outras três áreas em Rio Grande _ RIG23, atual operação da Petrobras, que tem o contrato vencendo em 2026, RIG28, para destinação a um novo píer e terminal de líquidos, e RIG40, na área da antiga Amoniasul, também destinado ao setor químico. 

Modernização das operações

Os investimentos da Portos RS em 2025, porém, não se limitam aos recursos do Funrigs. De acordo com o diretor-presidente, são desembolsados R$ 16 milhões em obras e ações de melhoria estrutural e competitiva, especialmente em Rio Grande.

"Estamos investindo desde a ampliação da pavimentação e sinalização da área portuária até em descarbonização das operações e em tecnologia para a navegação", explica Cristiano Klinger.

Entre as ações está a tecnologia de VTS, para monitoramento de navios que entram e saem do porto. Com uso de inteligência artificial, é possível, por exemplo, mapear todo o perfil da embarcação antes de acessar o canal do porto, evitando, com isso, problemas ambientais na operação portuária. 

FICHA TÉCNICA

Investimento: R$ 116 milhões (total: R$ 747,4 milhões)
Estágio: Em execução
Empresa: Portos RS
Cidades: Rio Grande, Porto Alegre
Área: Infraestrutura
Investimentos em 2024: R$ 162 milhões

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