Embraer sai na frente na América Latina, mas Airbus vai pra cima

Francisco Raddatz, vice-presidente de compras estratégicas e de frota do grupo, afirma que o estão sendo avaliados jatos regionais como resposta a rotas transcontinentais com menor densidade e trechos curtos em que um avião de corredor único (mais tradicionais, como o A320 e o Boeing 737) pode ser grande demais para a economia do voo.

"Estamos explorando a categoria de aeronaves regionais. [...]Há rotas curtas em que um A320 é grande demais para a demanda ou não cabe da forma mais econômica na operação. A família E2 da Embraer e o A220 são excelentes aviões nessa faixa, com desempenho superior em pistas mais curtas, melhor consumo de combustível por assento e possibilidade de mais frequências por dia. Ainda não existe decisão final sobre compra, mas faz sentido olhar para essa classe", disse Raddatz.

Damien Sternchuss, vice-presidente e chefe de marketing de companhias aéreas da Airbus para a América Latina e o Caribe, define que a questão principal no momento não se o A220 estará em operação na região, mas onde e quando.

"Por que o A220 é um produto excepcional e por que ainda não está voando na região? Eu diria, em primeiro lugar, o mercado doméstico é extremamente forte em nossa região, e as companhias aéreas têm se consolidado em torno da família A320. Assim, conquistamos uma grande fatia de mercado com a família A320 para a venda de voos domésticos", diz o executivo inicialmente.

Avião Airbus A220, antigo Bombardier CSeries Imagem: Airbus

Sternchuss também destaca que o A220 é capaz de operar em mercados secundários com o mesmo alcance de um A320neo. "A aeronave é capaz não apenas de desenvolver mercados regionais adicionais ou mercados secundários nos mercados que observamos hoje, como também pode impulsionar a conectividade intrarregional. [Ela] tem capacidade para voar sete ou oito horas sem escalas, permitindo conectar facilmente o Brasil ao Caribe, por exemplo, o que é algo muito singular nessa categoria de aeronave", conclui.