3 semanas atrás 1

Entidade ambientalista busca se aproximar da direita e diz que não vai à COP30

ANUNCIE AQUI!

Uma organização ambientalista tem usado valores tradicionais para aproximar o tema da sustentabilidade a grupos historicamente ligados à direita, como ruralistas, evangélicos, militares e até "tradwives", movimento de "esposas tradicionais".

A entidade Morada Comum, que rejeita o termo ONG por ser mal visto por seus parceiros, diz ter decidido não ir à COP30, que reunirá líderes mundiais em novembro em Belém, porque a conferência da ONU não dialoga com seus públicos.

"Infelizmente, a pauta climática acabou sendo associada só à esquerda", afirma a fundadora e diretora-executiva do grupo, a jornalista Nathalia Rocha. "A nossa proposta é promover um ambientalismo que represente todos os brasileiros, e não só um campo político."

Ela diz que a organização vai apenas à chamada "COP do Agro", que deve juntar políticos e ruralistas um mês antes em Marabá (PA). "Mas vamos apenas como ouvintes, para mapear as narrativas desse agro mais à direita."

Rocha iniciou sua trajetória em entidades do campo progressista, mas hoje se considera de centro. "Justamente por isso percebi que a esquerda não dialogava com pessoas como os meus avós, mais conservadores, e meu pai, mais liberal na economia", afirma.

Segundo ela, uma pesquisa de comportamento encomendada pela entidade à Quaest em 2023, com 4.072 pessoas, mostrou que apenas 18% dos brasileiros estão nos extremos ("engajados progressistas" ou "defensores da pátria e família"), e que só o primeiro grupo se sente representado pela pauta ambiental.

Por isso, a Morada Comum decidiu focar em pontos de consenso como orgulho nacional, participação cívica e otimismo —79% dos entrevistados disseram sentir orgulho de ser brasileiros, e 45% deles apontaram a natureza como principal motivo para isso.

Seis em cada dez também acreditam que o agronegócio é positivo, que a preocupação com o meio ambiente impede o desenvolvimento e que o país deveria ser guiado por princípios cristãos. Uma das linguagens usadas pela entidade, por exemplo, é que a natureza faz parte da criação divina.

Hoje a Morada Comum tem dois projetos principais: o Pecuária Tropical pelo Clima, uma rede de pecuaristas de diferentes estados comprometidos com a produção de baixo carbono, e outro que inclui a capacitação de lideranças evangélicas, junto à Aliança Nacional Evangélica.

Agora, Rocha diz que também está tentando levar o assunto a militares, com palestras e eventos que enfatizem a relação entre segurança e clima, e a "tradwives". A ideia, ainda em fase inicial, é criar uma rede de influenciadoras que falem sobre mudanças climáticas a partir de uma perspectiva conservadora.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro