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As federações gaúchas da indústria (Fiergs), de comércio e serviços (Fecomércio-RS) e da agricultura (Farsul) apresentaram, nesta sexta-feira (27), um manifesto em favor do desassoreamento urgente e pela proteção hidráulica do Rio Grande do Sul. O documento foi enviado ao governador Eduardo Leite.
No texto, assinado pelos presidentes Claudio Bier (Fiergs), Luiz Carlos Bohn (Fecomércio-RS) e Gedeão Pereira (Farsul), as federações defendem a “adoção imediata de uma política estadual de desassoreamento sistemático e permanente de rios e canais do Estado, aliada à construção, recuperação e manutenção contínua de diques e demais obras de contenção”.
No texto, as federações reconhecem os esforços do poder público para enfrentar essa situação sem precedentes, mas apelam para que haja “maior celeridade nos processos de contratação das empresas responsáveis pelo desassoreamento”. “Não estamos falando apenas de dragar rios. Estamos falando de garantir o futuro do nosso Estado. De proteger vidas. De manter o Rio Grande do Sul navegável, produtivo e resiliente”, finalizam as entidades.
Íntegra do documento:
Manifesto pelo Desassoreamento Urgente e pela
Proteção Hidráulica do Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul enfrenta, com dor e resiliência, as consequências de eventos climáticos extremos que desafiam nossa capacidade de resposta e exigem mudanças estruturais na forma como lidamos com nossos recursos hídricos.
Neste contexto, as entidades empresariais que subscrevem este manifesto vêm a público defender a adoção imediata de uma política estadual de desassoreamento sistemático e permanente dos rios e canais do Estado, aliada à construção, recuperação e manutenção contínua de diques e demais obras de contenção.
Antes mesmo da série recente de enchentes, o assoreamento dos rios já comprometia a navegação, a logística hidroviária e a segurança hídrica de diversos municípios. As cheias agravaram esse cenário, acelerando o acúmulo de sedimentos, reduzindo a vazão e dificultando o escoamento natural das águas. Ao mesmo tempo, a ausência ou fragilidade de diques e sistemas de proteção aumentou a vulnerabilidade das cidades e do campo.
O desassoreamento, por si só, não é solução única para os desastres climáticos. Mas é parte essencial de qualquer estratégia séria e integrada de adaptação e prevenção — especialmente quando falamos da preservação de vidas, da retomada econômica e da segurança da infraestrutura urbana e rural. Assim como os diques, que cumprem papel decisivo na contenção e direcionamento das águas, e cuja eficácia depende de constante manutenção.
Reparar a capacidade dos rios de cumprir sua função mais básica — transportar água — é urgente. É também estratégico: a economia do Rio Grande do Sul precisa de rios navegáveis, rios vivos, rios desobstruídos.
Reconhecemos os esforços empreendidos pelo poder público até o momento para enfrentar essa situação sem precedentes. No entanto, apelamos, de forma respeitosa e construtiva, para que haja maior celeridade nos processos de contratação das empresas responsáveis pelo desassoreamento. Pelas projeções atuais, somente será possível iniciar os trabalhos dois anos após as enchentes de 2024 — um prazo que a realidade das comunidades atingidas não permite aceitar com serenidade.
Defendemos, portanto:
•A inclusão do desassoreamento como política pública permanente;
•A elaboração de planos técnicos regionalizados, com base científica e participação comunitária;
•A priorização da construção e manutenção de diques e demais obras de contenção;
•A mobilização de recursos estaduais e federais para viabilizar ações imediatas e de longo prazo;
•A adoção de medidas administrativas que acelerem todas as etapas burocráticas, para que as obras comecem sem mais delongas.
Não estamos falando apenas de dragar rios. Estamos falando de garantir o futuro do nosso Estado. De proteger vidas. De manter o Rio Grande do Sul navegável, produtivo e resiliente.
Assinam este manifesto:
Gedeão Silveira Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul)
Luiz Carlos Bohn, presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS)
Claudio Affonso Amoretti Bier, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs)
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