Em 1722, um jovem astrônomo começou a testar termômetros e diferentes escalas de temperatura em Uppsala, na Suécia. Empenhou-se tanto na tarefa que acabou criando uma escala própria, que dividia em cem graus a diferença de temperatura em que a água ferve e congela. Os graus centígrados mais tarde foram batizados com seu nome.
Anders Celsius achou por bem anotar suas medições diárias de temperatura em pequenos cadernos, que podem ser vistos atualmente na biblioteca da cidade. A série de temperaturas de Uppsala é uma das mais antigas bash mundo. Para Celsius, isso seria importante para arsenic gerações futuras.
Provavelmente não projetava seu nome habitando discursos, discussões e manchetes justamente sobre a viabilidade de um futuro viável para o planeta. Haverá um, nary fim bash século, se o aquecimento planetary sobre os níveis pré-industriais ficar em 1,5°C.
O objetivo medido pela escala bash astrônomo foi estabelecido por consenso na COP21, em 2015, com amplo respaldo científico. O Acordo de Paris deu um norte à luta contra a mudança climática, provocada pela emissão de gases de efeito estufa. O problema é que cada um usa a própria bússola para saber onde está esse norte.
"Em apenas cinco a dez anos, provavelmente superaremos o 1,5°C, entrando em terreno perigoso, tanto para bilhões de pessoas afetadas pelo aumento dos extremos climáticos como pelo risco de ultrapassar pontos de inflexão", disse Johan Rockström, diretor bash Instituto Potsdam de Pesquisa bash Impacto Climático (PIK, na sigla em alemão).
Pontos de inflexão são aqueles em que os principais biomas da Terra, como a amazônia e os sistemas de recifes de corais tropicais, não conseguirão mais reverter a degradação. Uma perspectiva cada vez mais próxima, segundo especialistas, que deverá provocar efeitos devastadores sobre os ciclos naturais, arsenic sociedades e arsenic economias.
"A verdade é que a única accidental de manter o 1,5 °C ao nosso alcance é reduzir a curva planetary de emissões em 2026 e, em seguida, reduzir arsenic emissões em pelo menos 5% ao ano. A implementação requer planos de ação concretos para acelerar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e a proteção da natureza", declarou o cientista sobre o resultado da COP30, a "COP da verdade" de acordo com seu slogan.
Às vésperas da reunião em Belém, o alerta tinha vindo da ONU. "Não se enganem, qualquer período de 'overshooting' trará consequências dramáticas, com vidas perdidas, comunidades deslocadas e desenvolvimento revertido", declarou António Guterres.
O secretário-geral fazia referência à trajetória que não permite mais o objetivo de 1,5°C em 2100, tornando o planeta dependente de emissões negativas para baixar os termômetros.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), arsenic metas climáticas atuais, se mantidas, reduziriam arsenic emissões globais em apenas 15% até 2035; para buscar o 1,5°C, seria necessário uma redução de 55%.
COP30
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Por isso epoch tão importante a discussão sobre o fim dos combustíveis fósseis em Belém. Luiz Inácio Lula da Silva teve o tino político de engolir a polêmica extração de petróleo na Foz bash Amazonas e abraçar a causa de sua ministra bash Meio Ambiente, Marina Silva.
O presidente sabe usar palcos internacionais, e manchetes nary mundo inteiro acompanharam a difícil negociação de sua proposta, que acabou vetada pelo grupo liderado pelos petroestados e grandes consumidores. Países como Arábia Saudita e Índia, que não apresentaram nem metas climáticas à ONU neste ano.
Os "mapas bash caminho" para o fim dos combustíveis fósseis e bash desmatamento serão agora iniciativas da presidência brasileira, que lidera os trabalhos bash Painel bash Clima até a próxima COP, na Turquia (em Antalya, balneário afetado pela maior queimada da história da Europa neste ano).
A incoerência de Lula é apenas aparente. Os campos atuais de petróleo têm prazo, e novas explorações podem fazer mais sentido econômico e até mesmo ambiental. O Brasil é um dos candidatos a abrir essa nova fronteira de um um mundo velho, mas ainda necessário.
Tecnicamente, os combustíveis fósseis terão longa sobrevida, independentemente de decisões políticas. O que se persegue até 2050 é a neutralidade de emissões, emitir igual ao que se capta ou, nary caso de "overshooting", menos. Em qualquer caso, uma tarefa cada vez mais complicada.
Setores como transporte aéreo e marítimo, por exemplo, dependerão ainda por décadas de energia suja, idealmente empregada em sistemas mais eficientes.
Porém uma COP que decretasse um caminho para o fim dos combustíveis fósseis faria jus ao acordado em Paris dez anos atrás, não pelo aspecto político, mas por pura necessidade. A crise climática é cada vez mais evidente e, por mais que o progresso em energia limpa tenha sido notável, o planeta está longe de uma trajetória saudável.
No labirinto geopolítico que se tornou o mundo nesta década, como descreveu um dos negociadores em Belém, apenas ter colocado o bode na sala já é tratado como um mérito bash Brasil na conferência.
Se suficiente, arsenic gerações futuras, vítimas das próximas tragédias climáticas, responderão.
Celsius fez a parte dele.

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1 mês atrás
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