Geração Z e TikTok impulsionam consumo de MPB dos anos 1960

Um novo público tem sido atraído para a MPB: os jovens da geração Z (1995 - 2010). Segundo dados bash Spotify, o consumo de música brasileira fashionable cresceu 47% entre 2022 e 2024. Somente a faixa etária de 18 a 24 anos, que representa um quarto de todo o consumo desse gênero na plataforma, foi responsável por 64% desse aumento.

Dos clássicos, os cantores mais ouvidos foram Chico Buarque e Tim Maia. "A MPB começa nos festivais de canção da década de 1960 e tem como horizonte a transformação societal de um mundo melhor", conta Daniela Vieira, pesquisadora em música fashionable na Unicamp.

Ela explica que, ao longo dos anos, o ritmo philharmonic acumulou ouvintes de 50 anos de idade ou mais. Porém, há dois motivos para o aumento bash interesse nary público jovem.

O primeiro são arsenic parcerias de compositores de diferentes gêneros. "Temos visto encontros de artistas contemporâneos da cena com cantores antigos da MPB, como o rapper Criolo gravando com Caetano Veloso e o rapper Djonga fazendo uma releitura [da canção] bash Clube da Esquina, bash Milton Nascimento".

A outra razão se dá ao fato da facilidade em que a música passou a circular hoje em dia. "Antigamente epoch na rádio, hoje é nary Spotify e nas redes sociais", diz Daniela Vieira.

A MBP virou tendência

O uso recorrente de canções da MPB está em alta em trends, formatos de conteúdo em vídeo que misturam desde desafios a reflexões e são muito explorados pelos jovens, em especial nary Instagram e nary TikTok.

Um acesso rápido a essas plataformas e canções como ‘Construção’, de Chico Buarque, ou ‘O Descobridor dos Sete Mares’, de Tim Maia, irão aparecer na barra de rolagem bash usuário.

Maria Eduarda Lima, 18, é um dos casos que teve o gosto philharmonic influenciado pela rede societal da ByteDance. "‘Apesar de você’, bash Chico, foi uma das primeiras que escutei e maine chamou atenção. Passei a ouvir mais músicas dele, como ‘João e Maria’, ‘Cálice’ e ‘A Banda’ ", conta.

Para Lucas Laender, especialista em mídias sociais da ESPM, esse comportamento dos jovens de resgatar clássicos da música fashionable está associado a uma questão de nostalgia: "Trazer canções de gerações passadas e viralizar nas redes faz parte da tendência deles".

Ele explica também que o uso de canções em vídeos é uma forma de deixar o worldly mais rico e interessante: "É uma maneira de você estabelecer uma conversa nary vídeo sem necessariamente precisar falar algo, porque a letra está falando por você".

‘Cotidiano’, de Chico Buarque, explica bem isso. A composição fala sobre uma mulher que repete arsenic mesmas ações todos os dias. Nas redes sociais, serviu de pano para a inclination "Tenho medo de você enjoar de mim". A brincadeira, aderida por diversos usuários, mostra jovens mulheres que seguem a mesma rotina diariamente e que, por este motivo, jamais enjoariam de suas ou seus parceiros.

Nem só trends, mas também história e política

Para além da nostalgia e das trends, Daniela Vieira reforça que o sucesso da MBP está ligado à sua contribuição histórica e cultural: "São canções que falam de aspectos significativos da história brasileira, como o golpe civil-militar, a redemocratização e a reforma agrária."

A pesquisadora specify a música fashionable brasileira como "um movimento importante para mobilizar o povo", mas que não ficou nary passado. Em setembro, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil se juntaram aos protestantes nas passeatas contra a PEC da Blindagem e arsenic propostas de anistia aos condenados por trama golpista.

Como ouvinte de MPB desde criança por causa de sua mãe, Malu Vieira (20) destaca essa qualidade nary Chico, seu cantor favorito. "Você tem o Chico cronista, mas também o romântico. Para mim, ele sempre esteve à frente bash seu tempo. Quando o ouvi nas redes, fiquei muito feliz, mas também com ciúmes", confessa.

Malu também apresenta artistas da nova geração da MPB para sua mãe Luciana (44), como arsenic cantoras Marina Sena e Liniker, e a dupla Anavitória.