A gente tem visto uma epidemia de fraudes na internet. E, inclusive, fraudes sendo disseminadas através de publicidade. Nessa ânsia de atingir mais pessoas e gerar mais lucro, os fraudadores usam publicidade digital para fazer com que elas cheguem mais longe
Nina Santos
Para a secretária-adjunta, a onda é alimentada pela lógica das plataformas digitais, que lucram ao veicular anúncios, incluindo os de links fraudulentos. Aproveitando a brecha, os fraudadores pagam por anúncios para ampliar o alcance das iscas digitais.
Os esquemas ficam ainda mais sofisticados ao envolverem deepfakes de autoridades públicas e o roubo de dados pessoais. "Muitas vezes os golpes são usados também para capturar dados de telefone, e-mail ou CPF, que depois podem servir para outros tipos de fraudes", alerta Nina.
Segundo a firma de segurança cibernética Kaspersky, link falso é a maior fonte de ataque virtual no Brasil. Segundo dados compilados pela empresa, em 12 meses foram identificados 553 milhões de links fraudulentos, o equivalente a 1,5 milhão por dia.
O governo federal aposta em campanhas de orientação para enfrentar os golpes, ações judiciais contra as plataformas e parcerias. Uma das medidas resultou em um acordo com o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) com o objetivo de denunciar as propagandas falsas e mapear quais são os programas mais afetados pelas fraudes.
A Advocacia-Geral da União também tomou providências. Entrou com uma ação civil pública contra a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp. No documento, a AGU acusa a big teh de agir de má-fé ao aceitar anúncios claramente enganosos e não aplicar no Brasil os mesmos mecanismos de detecção de fraude já usados em outros países. A crítica é direta: a checagem feita pelas plataformas é ineficiente, e a prioridade, no fim, é o lucro.
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