Segundo o governo, a mudança nas alíquotas "uniformiza" as operações de câmbio e contribui para a redução da volatilidade do real diante de outras moedas. A previsão é que a alteração aumente em R$ 18,5 bilhões a arrecadação de impostos.
"Quando o governo tenta sustentar que essas mudanças ainda são mais favoráveis comparadas ao que era praticado no governo anterior, está olhando tão somente nessas alterações promovidas sobre compras internacionais no crédito. A cobrança para a compra de moeda estrangeira mais que triplicou a alíquota, que era de 1,1%", observou Alessandro Spilborghs, advogado especialista em direito tributário.
As mudanças não afetam somente quem faz transações internacionais. O professor de direito tributário da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Tacio Lacerda Gama diz que "os aumentos em imposto principalmente no crédito para empresas ajudam a aumentar os preços para o consumidor por gerarem insegurança: quando há a expectativa de que vai haver um aumento na tributação, isso passa um recado ruim e muda a forma em que as empresas se planejam."
Gama observou que o efeito da medida não é apenas prático, mas também simbólico. "O IOF é, normalmente, um tributo regulatório. Quando o governo chega ao ponto de usar o IOF para levantar recursos, para aumentar a arrecadação, passa a impressão de necessidade de caixa."
Para ele, porém, a medida também tem aspectos positivos, como a equalização entre o imposto cobrado sobre compras no crédito no exterior e a compra de moeda estrangeira. "Quando você taxa o cartão de crédito e não a compra de dinheiro, o que você está dizendo é que andar com dinheiro é mais vantajoso, premiando a pessoa que não usa o sistema bancário, onde as operações são documentadas e podem ser acessadas em eventuais investigações", apontou. "Com a mudança, a pessoa pode decidir com base na segurança e conveniência dela, não por razões tributárias, e isso é sempre positivo."
O que mudou no IOF em operações de câmbio?
- Cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais e cheques de viagem: As alíquotas sobem de 3,38% para 3,5%.
- Compra de dólar, euro e outras moedas em espécie: Taxa sobe de 1,1% para 3,5%.
- Outras operações não especificadas de câmbio: O IOF sobe de 0,38% para 3,5% na saída de recursos. Na entrada, permanece em 0,38%.
- Nada muda para compras em sites internacionais, como Shein e AliExpress. Mas, se a compra for paga com cartão de crédito internacional, incidirá IOF de 3,5% (mais que os 3,38% cobrados antes).

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7 meses atrás
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