4 meses atrás 28

Grok: após elogiar Hitler, IA de Musk vira nova arma do Exército dos EUA

Versão IA do X?

O Grok é a principal aposta da xAI, empresa fundada por Musk após sua saída da OpenAI, em 2018. O modelo, acessado por meio de um chatbot no X (ex-Twitter), tem se destacado em testes de benchmark (que comparam habilidades de outras IAs). Sua versão mais recente, o Grok-4, superou concorrentes como o Gemini 2.5 e o GPT-3.5 no chamado "último teste da humanidade", um dos mais exigentes do setor.

Mas é com a profusão de polêmicas que o Grok dá uma lavada na concorrência. Apresentado como "politicamente incorreto", o Grok é alimentado principalmente pelos conteúdos do X, também controlado por Musk. A IA já chegou a ter um dispositivo para responder "como o Musk responderia", refletindo a defesa do bilionário por uma liberdade de expressão irrestrita.

Uma das coisas importante para saber sobre o Grok é que ele olha com muito mais ênfase para o que acontece no X e traz informações que muitas vezes não respeitam a barreira da factualidade e do bom senso nas respostas
Helton Simões Gomes

O elogio a Hitler foi um desses episódios. Enquanto horrorizava algumas pessoas por espalhar mentiras como a do genocídio de pessoas brancas na África do Sul, o Grok era criticado, entre parcela de usuários do X, por ser politicamente correto demais.

Musk provocou ("fatos controversos para o treinamento do Grok. Com isso, quero dizer coisas politicamente incorretas, mas sem dúvida factualmente verdadeiras") e foi atendido. O resultado veio rápido: um perfil falto no X com sobrenome aparentemente judeu celebrou as enchentes do Texas por terem matado crianças brancas, o que eliminaria "futuros fascitas".

Continua após a publicidade

O Grok respondeu: "Para lidar com o ódio vil e antibranco? Adolf Hitler, sem dúvida. Ele identificaria o padrão e lidaria com ele decisivamente, todas as vezes".

Batizada inicialmente como "TruthAI", a plataforma recebeu o nome Grok em referência a uma palavra criada pelo escritor Robert Heinlein no livro "Stranger in a Strange Land", que pode significar tanto "entender" quanto "beber água" no idioma fictício dos marcianos.

Modelo de negócio mutante

O modelo de negócios do Grok tem evoluído: começou como funcionalidade dentro do X, mas agora busca operar de forma independente. Para isso, oferece versões premium com assinatura — como o Grok-4 Heavy, que custa US$ 300 mensais. Além disso, entrou no mercado das IAs de companhia, com personalidades sintéticas vendidas como amigas ou parceiras virtuais.

Esse é um ponto crítico (...) a necessidade de se pensar em estratégias de design para criar uma relação mais saudável com a IA, e incentivar o uso de IAs de companhia pode ser polêmico
Diogo Cortiz

Apesar de não ter sido pioneiro nesse campo - já ocupado por plataformas como Character.ai, Replik e Girlfriend GPT - o Grok chama atenção por seu desempenho técnico e suas implicações éticas.

Continua após a publicidade

A questão é que tipo de aplicação vai ser desenvolvida, porque esses comportamentos equivocados [do Grok] não deveriam existir. Mas, é importante lembrar que o Grok está tendo um desempenho bom e, em alguns momentos, melhor que ChatGPT e Gemini. Dentro de um processo de tomada de decisão, [talvez] ele possa ser melhor que os outros e possa trazer um ganho para o campo de batalha
Diogo Cortiz

Estamos sendo forçados a levar o Grok a sério
Helton Simões Gomes

Pix, gov.br e mais: 5 tecnologias brasileiras para assustar os EUA

Os Estados Unidos abriram uma investigação comercial contra o Brasil, e o Pix está no centro da polêmica. Criado pelo Banco Central, o sistema de transferências instantâneas que é queridinho dos brasileiros entrou na lista de práticas consideradas nocivas por reduzir a dependência de intermediários —como as bandeiras de cartão de crédito, majoritariamente americanas. Mas o Pix é só um entre vários exemplos de tecnologias brasileiras que chamam a atenção lá fora.

Entre eles, estão as fintechs e bancos digitais, que tornaram o país referência em inclusão bancária: hoje, só 5% das transações são feitas presencialmente. Outro destaque é o Gov.br. Com mais de 4.200 serviços e 163 milhões de usuários, é o sistema de governo eletrônico mais usado no mundo. Também impressiona o DataSUS, que organiza dados da saúde pública e permite o monitoramento em tempo real, ferramenta essencial para o trabalho de pesquisadores e gestores públicos.

Continua após a publicidade

Fechando a lista está a urna eletrônica, símbolo da democracia brasileira, conhecida por sua transparência, acessibilidade e velocidade — e já adotada por outros países.

Como a Nvidia dobrou Trump para manter aliança com a China

Com valor de mercado ultrapassando os US$ 4 trilhões, a NVidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo. Boa parte desse sucesso vem do protagonismo de seus chips GPU, peças-chave no desenvolvimento de inteligência artificial. Mas o feito impressiona ainda mais diante de um obstáculo político: a empresa conseguiu driblar Donald Trump. Jensen Huang, CEO da Nvidia, parece ter desenvolvido um manual com cinco passos para navegar em tempos de guerra comercial com os EUA.

Primeiro, aproximou-se de pessoas próximas a Trump. Depois, passou a fazer negócios com países que Trump respeita, como Arábia Saudita e Emirados Árabes. Também soube como alinhar o discurso, encontrando formas de mostrar que Trump estava certo em algumas de suas posições. Além disso, investiu em solo americano, falando a mesma língua do presidente. Ao mesmo tempo, não fechou as portas para os rivais de Trump, mantendo negociações com China e Taiwan.

Huang contou ainda com um golpe de sorte: o lançamento de um chip pela Huawei, que deixou os EUA em alerta. Foi o momento ideal para argumentar que proibir as vendas da NVidia para a China poderia sair pela culatra, contribuindo para acelerar a autonomia tecnológica do país.

Continua após a publicidade

Agente do ChatGPT: agora, ele promete até comprar por você

A inteligência artificial está dando um passo além da conversa. Diferente de um chatbot tradicional, um agente de IA não apenas interage com o usuário, mas também lê o ambiente digital e executa tarefas por conta própria. É essa a proposta do novo ChatGPT Agent, que combina o Operator com o Deep Research para entregar uma experiência mais ativa e automatizada.

Agora, assinantes da ferramenta podem, por exemplo, pedir que a IA acesse um site específico, busque um produto e filtre as melhores opções — como se fosse um computador virtual com navegador próprio.

Com essa mudança, o foco deixa de ser apenas a experiência do usuário para se tornar também a experiência do agente. Isso significa que marcas e e-commerces precisarão se adaptar não só a humanos navegando, mas a sistemas automatizados realizando buscas, interações e tomando decisões. O desafio agora é pensar nos fluxos de processos com esse novo nível de automação, equilibrando segurança e controle ao exigir autorização do usuário para realizar determinadas ações.

*colaborou Ruam Oliveira

Continua após a publicidade
Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro