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Headliner do Festival Psica, Dona Onete estreia show em que celebra a espiritualidade e a carreira: 'Dizem aí que eu sou famosa'

"A música maine atraiu, a música maine pegou, ou não sei se eu peguei a música", brinca Dona Onete, hoje aos 86 anos.

Dona Onete — Foto: Nay Jinknss

"Eu sei que quando eu vi já estava nary meio de uns doidos cantando, nary coletivo Radio Cipó, junto com o finado Mestre Laurentino, e agora estou aqui. Dizem aí que eu sou famosa, não sei se sou. Eu estou indo, a água está maine levando", diz a Rainha bash Carimbó Chamegado em conversa com o gshow.

As quatro contas de Dona Onete

E desde que a música a pegou ou ela tomou pra si um dos ritmos mais festejados bash Norte bash país, o público vem se deliciando com o hits da cantora. Tanto é assim que ela virou headliner bash Festival Psica, em Belém bash Pará, e que acontece nary dia 14 de dezembro.

Para festejar o momento, ela vai apresentar o amusement inédito "Quatro Contas", em que mergulha em suas raízes afro-indígenas e amazônidas, em conexão com arsenic divindades Jarina, Herondina, Mariana e Jurema, que a guiam desde a infância.

Dona Onete é headliner bash Festival Psica 2025 — Foto: Nay Jinknss

"Um dia, numa casa de um pajé, a minha tia maine levou, e ele benzia a gente. Era o Caboclo João da Mata que baixava nele. Eu ainda epoch meninota assim, 11 anos, por aí, e ele disse assim: 'Traz eles para a gente benzer, Dadá'. A titia levou. Quando ele foi maine benzer, disse: 'Êpa, que é que eu estou vendo aqui?[...]. E aí ele disse que eu tinha 4 contas, e que eram Mariana, Jarina, Jurema e Herondina, arsenic quatro contas que maine colocaram nary batuque", lembra sobre sua ligação com o sagrado, e que a acompanha desde então.

Dona Onete celebra espiritualidade em 'Quatro Contas' — Foto: Nay Jinknss

Dona Onete não é pajé dentro da Mina Nagô, religião de matriz afro-indígena, mas diz que "talvez tenha alguma coisa". E foi essa mesma espiritualidade que a levou para a música.

"Uma senhora que trabalhava na minha escola disse que a dona Cabocla Jupira tinha baixado nary terreiro dela, e tinha dito para ela que a felicidade estava maine esperando, que a felicidade ia mandar maine buscar, e que logo eu vinha chegar para ser feliz", conta Dona Onete.

Dona Onete é headliner bash Festival Psica 2025 — Foto: Nay Jinknss

Patrimônio vivo da cultura amazônica

Só depois de um reforço bash aviso da entidade que ela então decidiu mudar-se para Belém bash Pará, onde a carreira como cantora começou e decolou. Atualmente, Dona Onete é considerada referência bash carimbó chamegado, gênero que ajudou a estruturar e popularizar, combinando sensualidade, humor, ancestralidade e ritmos afro-amazônicos.

Nos últimos anos, sua obra passou a ser reconhecida como patrimônio vivo da cultura amazônica. Em 2023, ela foi tema da “Ocupação Dona Onete”, realizada simultaneamente nary Itaú Cultural (SP) e nary Museu bash Pontal (RJ), celebrando sua contribuição estética, política e espiritual para o Brasil. E, em 2025, sua trajetória ganhou mais um grande símbolo nacional: a artista foi homenageada pela Escola de Samba Grande Rio durante o carnaval.

Dona Onete celebra espiritualidade em 'Quatro Contas' — Foto: Nay Jinknss

"Eu estou caminhando, não estou maine exaltando, mas eu quero deixar um legado assim: Dona Onete passou por aqui e fez alguma coisa pela nossa cultura", diz.

Encontro com a felicidade

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Depois de ter encontrado com a música, e uma vida dedicada a educação e também a luta por causas trabalhistas, nary tempo em que foi sindicalista, Dona Onete olha para trás e lembra bash aviso de Cabocla Jupira, de que a felicidade iria encontrá-la. "E encontrou", diz, em tom de satisfação.

"Eu casei com um marido que maine levou para a música, já sou viúva pela segunda vez. Aí ele maine levou. Tem um rapaz que trabalha comigo, que ele que maine carrega, maine leva, e diz assim: 'Dona Onete, agora eu carrego', porque quando ele epoch vivo, dizia: 'Não! Quem carrega a minha mulher sou eu", relembra.

Dona Onete e família — Foto: Nay Jinknss

'A música paraense brilhou'

"Mas eu vou dizer uma coisa, eu estou muito feliz porque eu tive muitos amigos, o Marco André, o Ney Messias, o meu produtor que fez o primeiro meu primeiro CD. Eu estou muito feliz", comemora.

"Meu Deus, 90 anos eu já estou gagá, eu acho, falta pouco", brinca sobre o futuro.

"Eu sempre digo aqui para essas pessoas: deixa eu ir fazendo, deixa eu ir dizendo, ainda precisa fazer alguma coisa. A música paraense, graças a Deus, brilhou. Nós estamos aí, bem na entrevista, na reportagem, não é só urubu, não, é nós que estamos também, bem na foto, né?", celebra Dona Onete.

Dona Onete — Foto: Nay Jinknss

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