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Homem controla braço robótico com a mente; veja vídeo e como funciona

Um homem tetraplégico conseguiu controlar um braço robótico para mover um copo usando a sua imaginação. Por trás do feito está o trabalho de pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCSF), localizada em São Francisco, nos Estados Unidos. Eles desenvolveram implantes cerebrais, além de modelos de aprendizados baseados em Inteligência Artificial (IA) para captar e transformar os pensamentos do paciente paralisado em dados a serem interpretados pelos braços robóticos.

A tecnologia que permite o controle de dispositivos através dos pensamentos não é necessariamente uma novidade. Inclusive, a Neurolink, empresa de Elon Musk, já tem testado seus próprios chips cerebrais em seres humanos há algum tempo. Os resultados obtidos pelos cientistas da UCSF, no entanto, são notavelmente animadores devido ao fator regularidade. Enquanto eles foram capazes de manter a funcionalidade do sistema por sete meses sem precisar de ajustes, as outras incursões só haviam conseguido manterem-se funcionais por um ou dois dias até agora.

 Divulgação/New York Post Braço mecânico pode facilitar a vida de deficientes motores — Foto: Divulgação/New York Post

Como foi possível controlar o braço mecânico com a mente?

Controlar o braço mecânico foi possível por conta da Interface Cérebro-Computador, que funciona captando primeiramente os sinais cerebrais através de sensores implantados diretamente do cérebro do paciente. Com as informações coletadas, fica a cargo do software baseado em IA interpretá-las e transformá-las em dados que sejam compatíveis com os comandos programados no braço mecânico. Ao receber os dados, o braço mecânico executa os movimentos baseados nos pensamentos do paciente.

A longevidade recorde do funcionamento do dispositivo desenvolvido pela Universidade de São Francisco só foi possível após os cientistas perceberem que os impulsos cerebrais enviados pelo paciente eram mutáveis, o que dificultava a comunicação precisa entre homem e máquina. Para resolver isso, a equipe de pesquisadores instruiu um paciente a imaginar mover um determinado objeto com diferentes partes do corpo, como mãos, pés ou cabeça. Ainda que ele não pudesse movimentar o objeto, o paciente conseguiu produzir os sinais cerebrais como se estivesse, treinando a IA para lidar com diferentes impulsos e obter o mesmo resultado.

O braço mecânico e sua capacidade

O braço mecânico utilizado no experimento é multi-articulado, sendo capaz de mover-se em diversas direções e realizar uma grande variedade de movimentos. A parte parecida com a mão humana é composta por três peças semelhantes a dedos, construídas para realizar movimentos de pinça (pegar e mover objetos de um lugar para outro). Em um vídeo divulgado pela Universidade de São Francisco, o paciente paralisado aparece controlando o braço mecânico para abrir a porta de um armário, pegar um copo e levá-lo até o bebedouro. Veja abaixo.

O braço mecânico pode ser alternativa para pessoas com deficiência?

Boa parte da comunidade científica e das empresas envolvidas em pesquisas de Interface Cérebro-Computador destina seus esforços iniciais para que pessoas com deficiências motoras severas possam recuperar uma autonomia no dia-a-dia, como beber água e se alimentar sozinhos. A ideia dos cientistas da UFSC está alinhada com esse pensamento. Karunesh Ganguly, professora de neurologia, membro do UCSF Weill Institute for Neurosciences que encabeça o projeto do braço mecânico, acredita que com os avanços no experimento a equipe conseguirá fazer o dispositivo se movimentar mais rápido e de maneira mais precisa.

Por quanto a tecnologia permite controlar o braço mecânico?

Os cientistas da UCSF alcançaram a marca do funcionamento contínuo sem a necessidade de ajuste por sete meses. Para chegar nesse resultado recorde, além de contar com o aprendizado de máquina, foi preciso passar por uma etapa utilizando um braço virtual. Dessa forma, a equipe conseguiu notar as pequenas diferenças da localização dos movimentos em um ambiente digital, antes de retornar para os testes com braço mecânico real.

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