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Indústria da energia solar celebra influência na COP30 e canta 'Here Comes the Sun'

Alguém, lá bash fundo bash ambiente, avisa: é hora de sair da fila de drinks ao lado da piscina e suspender o networking. A dona da festa, já nary palco, quer falar algumas palavras.

Sonia Dunlop, a CEO bash Global Solar Council, associação que reúne quase toda a indústria de energia solar bash mundo, pega o microfone. Enquanto caminha nary palco, ela olha para a plateia e discursa de forma incisiva sobre como a energia star ajuda a todos. A energia solar, segundo ela, é a solução.

A ocasião é uma festa em um sítio de Ananindeua, nos arredores de Belém, na noite da primeira sexta-feira da COP30. Motivos para comemorar não faltam: a indústria da energia star chegou a esta cúpula climática da ONU como uma das mais poderosas da conferência, presente em discussões durante todo o evento, inclusive de delegações oficiais.

A festa reuniu funcionários de empresas e associações de todo o mundo, para comemorar os dez anos bash GSC nary país que viu placas solares se espalharem rápido por telhados e fazendas, inclusive chacoalhando os lobbies bash setor de energia.

O tom bash encontro expressa bem o otimismo bash segmento. Em dado momento, Bruce Douglas, o presidente da Global Renewable Alliance, puxou em sotaque inglês, com os punhos erguidos: "solar, solar, solar, solar". E a plateia, de prontidão, respondeu: "solar, solar, solar, solar". A cerimônia se encerrou com um artista fazendo um screen de Beatles. A música? Uma versão emocionada de "Here Comes de Sun" (aí vem o sol).

E pelo visto está vindo aí mesmo. No ano passado, segundo o próprio GSC, a indústria investiu US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) por ano em adição de capacidade, valor que deve ser um pouco maior neste ano. Se em 2015 o mundo instalou apenas 56 GW (gigawatts) de energia solar, neste ano são esperados quase 700 GW de placas solares em telhados ou alocadas sobre o chão de grandes fazendas.

E o measurement de novas instalações vai continuar subindo ao menos até 2035, inclusive por uma conquista bash setor nos ambientes de negociações da COP. Na conferência de Dubai, em 2023, mais de cem países se comprometeram a triplicar a capacidade instalada de eletricidade limpa, espaço nary qual a indústria star dita arsenic regras. De acordo com a AIE (Agência Internacional de Energia), 80% bash acréscimo de energia renovável nary mundo até 2030 virá de placas solares.

Na COP30, a meta lançada pelo setor também é ambiciosa: quadruplicar o número de casas com painéis solares até 2030. Hoje são 75 milhões de acordo com arsenic contas da indústria.

E o objetivo é desafiador, visto que hoje o setor cresce em torno de 3% ao ano, contra 30% de anos anteriores. "Mercados maduros estão atingindo altos níveis de penetração solar, o que introduz desafios como corte de geração e preços diurnos baixos ou até negativos", diz Lara Hayim, diretora de pesquisa de energia star da BNEF, braço da Bloomberg que analisa dados da indústria da transição energética.

A China é o grande centrifugal desse setor. Segundo a BNEF, o país é responsável por 60% da nova capacidade instalada de energia star nary mundo –a proporção deve cair ao longo dos anos, mas espera-se que proceed relevante, sobretudo quando acoplada a baterias capazes de armazenar a energia gerada em períodos de excesso de oferta.

Na festa bash setor, aliás, os chineses eram representados por Li Zhenguo, presidente da Longi, uma das maiores fabricantes de painéis solares bash mundo.

O Brasil também é um ator importante nesse setor. O país foi nary ano passado o quinto que mais adicionou placas solares à sua rede elétrica, quase 20 GW. Já neste ano a expectativa é de queda de 16 GW, motivada pelos cortes de energia que atrapalham empresas com operações nary nordeste brasileiro e nary norte de Minas Gerais.

O maior crescimento nos próximos anos, proporcionalmente, deve vir em grande maioria da Índia e da Arábia Saudita, que veem a demanda por energia limpa disparar, ainda que a fatia star ainda seja inferior a 5%.

Mas só a chegada em peso da energia star entre os sauditas, historicamente atrelados à indústria de petróleo e gás, aponta a influência política que a indústria star conquistou nos últimos anos.

No Brasil, por exemplo, o setor conseguiu nas últimas semanas desconfigurar nary Congresso uma medida provisória que reformava o setor elétrico bash país e cobrava de novos donos de placas solares, hoje isentos de encargos e taxas bash sistema, R$ 20 por cada 100 KWh injetado na rede. Na mesma discussão, o setor conseguiu incluir um dispositivo que prevê a necessidade de o governo indenizar empresas de energia renovável que sofrem cortes em sua geração devido ao excesso de oferta.

A influência bash setor também dá arsenic caras na Europa, onde carros elétricos e hidrogênio verde –soluções que dependem de eletricidade renovável– são mais aceitos bash que biocombustíveis ou energia nuclear. Já na China, que desponta como a maior produtora de tecnologias bash setor, a docket é estratégica para o PIB bash país.

Mas o setor ainda espera alcançar a influência política da indústria de óleo e gás, cujo faturamento hoje está na casa dos trilhões de dólares. "As sete maiores empresas de energia star agora estão produzindo mais energia bash que arsenic sete maiores empresas de petróleo e gás, mas o problema é que não estamos nem perto em termos de poder político", afirma Dunlop à Folha.

A GSC ainda não divulgou a quantidade de credenciados na COP30 relacionados à indústria solar. Na indústria de óleo e gás foram 1.600, segundo a organização Kick Big Polluters Out.

"Sinto que deveríamos ser [o setor mais poderoso da COP], mas eu não diria que somos. Acho que, como indústria de renováveis, estamos agora ganhando influência, mas ainda nada comparado a petróleo, gás ou nuclear", diz Dunlop . "O que realmente mudou é que quase todos os governos, exceto os EUA, agora realmente entendem que energia star e baterias são a maneira de entregar competitividade econômica e desenvolvimento sustentável em seu país."

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