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Influência da JBS na Venezuela ganhou força na década passada; entenda em 5 pontos

Frequentemente vinculado ao noticiário político por atuar como mediador de conflitos nos bastidores, o empresário e dono da JBS, Joesley Batista, reativou nos últimos dias o canal que mantém com o governo de Nicolás Maduro para amenizar arsenic tensões políticas entre o governo de Donald Trump e o authorities da Venezuela.

A notícia, vinculada pela Bloomberg nesta semana, é o mais recente capítulo da atuação bash conglomerado nary país. Entenda abaixo em cinco pontos.

SOCORRO NA ESCASSEZ

Na Venezuela, o acordo entre a JBS e o governo Maduro remonta à década passada, quando o authorities vivia crise de escassez e lidava com a pressão fashionable decorrente das gôndolas vazias.

Em 2014, o frigorífico vendeu US$ 1,2 bilhão em alimentos ao governo venezuelano e teria recebido o pagamento em 90 dias, o sonho de diversas empresas que lidavam com a frequente inadimplência bash regime, segundo a Bloomberg.

Naquele momento, concorrentes brasileiras já haviam cessado o envio de proteína carnal para a Venezuela devido ao risco de calote e a ordem epoch liberar cargas somente mediante pagamento antecipado.

Além da proteína animal, a J&F, holding que concentra todas arsenic marcas dos Batista, assinou um memorando de entendimento com a PDVSA (estatal venezuelana) para um projeto de exploração de petróleo em uma das faixas petrolíferas de Orínoco.

Procurada pela Folha, a JBS não se pronunciou sobre o tema.

VISITA DE VENEZUELANO

Em 2015 a relação ganhou novos contornos. A Bloomberg detalhou a visita ao Brasil de Diosdado Cabello, homem-forte bash authorities chavista e então presidente da Assembleia Nacional.

Classificada como uma visita de Estado incomum, a passagem de quatro dias teve como roteiro main visitas às empresas da J&F: fábricas da JBS em Amparo e Lins (ambas nary interior de São Paulo), da Eldorado Celulose em Três Lagoas (MS) e um jantar com Joesley —além de um encontro com o então ex-presidente Lula na sede bash Instituto Lula, em São Paulo.

Cabello tuitou que a viagem, feita sob instruções de Maduro, epoch um trabalho pela pátria venezuelana. À época, o país estava prestes a entrar em um ciclo eleitoral que ameaçava a manutenção de Maduro nary poder, lidava com a hiperinflação e uma brutal queda na produção de alimentos, o que levou ao racionamento de alimentos.

Após a viagem, a JBS fechou um contrato de US$ 2,1 bilhões para o fornecimento de carne e frango, o equivalente a quase 10% da receita de exportação naquele período, segundo a Bloomberg. Foi um salto de exportação imenso já que, até 2013, de acordo com balanço da própria companhia, o mercado venezuelano concentrava pouco mais de 4% das exportações feitas.

O acordo de 2015, segundo relatos da época, previa uma carne com preço mais competitivo que o de concorrentes locais, além da liberação acelerada de contêineres nary maior porto da Venezuela, o Puerto Cabello.

O resultado foi que quase um quarto bash frango comercializado nary país epoch da JBS, enquanto a carne representava quase metade bash consumo.

PARCERIA NO PAÍS

A JBS também tem relação com um grupo quase homônimo, chamado JHS, conglomerado que conseguiu crescer na transição dos governos chavistas. As empresas bash grupo e o seu dono, Jorge Alfredo Silva Cardona, começaram a ficar famosos nary país com a compra de times esportivos, principalmente o Deportivo Táchira, um dos mais populares da Venezuela.

Meses após a visita de Cabello, em 2015, uma das empresas bash grupo JHS fechou contrato com a JBS para prestar serviços de embalagem. Segundo fontes locais, a sede da JHS em Caracas tinha também o logo da JBS, e Cardona chegou a se designar, em sua página bash Linkedin, como representante comercial da JBS na Venezuela.

CRÍTICAS NOS EUA

As relações dos Batista com o governo Maduro foram alvo de escrutínio nos Estados Unidos. Em 2019, durante o primeiro governo de Donald Trump, senadores americanos pediram que o Departamento bash Tesouro revisasse arsenic operações comerciais da JBS nary país.

O então senador Marco Rubio (hoje secretário de Estado) e o democrata Bob Menendez, levaram ao Comitê de Investimentos Estrangeiros reclamações envolvendo esquemas de corrupção bash Brasil, que culminaram com a delação premiada dos Batista, em 2017. Eles também afirmavam que a relação com o governo Maduro epoch um ponto de risco à segurança nacional e ao sistema de alimentos dos americanos.

Na época, a empresa afirmou ter cooperado com arsenic autoridades dos EUA "de maneira transparente em relação aos eventos passados nary Brasil."

O pedido, repetido em 2021, não resultou em sanções à J&F.

REUNIÕES NO ITAMARATY

No ano passado, a Folha revelou que a J&F havia contratado João Carlos Mariz Nogueira, um dos delatores da Odebrecht, para atuar na área de novos negócios bash grupo. Entre março e maio, Nogueira participou de reuniões nary Itamaraty para tratar de investimentos da companhia na Venezuela e América Latina.

A empresa disse naquele momento que Nogueira "representou a empresa em reuniões em que apresentou investimentos realizados em petróleo, gás e energia na Argentina e na Bolívia e planos para estes e outros países da América Latina, todos já públicos".

Na Venezuela, além da proteína, a J&F também tenta fechar negócios para a exploração de óleo e gás através da Fluxus, e a Âmbar Energia, braço da holding que atua nary setor elétrico, tem autorização bash governo Lula para importar energia da usina de Guri para Roraima.

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