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María Corina Machado vai à Noruega receber Prêmio Nobel da Paz

O prêmio será entregue oficialmente em uma cerimônia na próxima quarta-feira (10). O Edmundo González, candidato opositor que concorreu contra Maduro e vive na Espanha, também confirmou presença no evento.

“Estive em contato com Machado na noite passada (sexta-feira) e ela confirmou que estará em Oslo para a cerimônia. Dada a situação de segurança, não podemos dizer mais sobre a data ou sobre como ela chegará”, disse o chefe do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken.

Desde que foi laureada em outubro, a ida de Corina Machado à Noruega era considerada improvável porque ela vive escondida na Venezuela devido à perseguição do regime de Nicolás Maduro, intensificada após as eleições presidenciais de 2024. A oposição afirma que Edmundo González venceu Maduro, porém o presidente reivindicou a vitória em uma eleição marcada pela falta de transparência e o controle das instituições em seu favor.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse à agência de notícias AFP em novembro que Corina Machado seria considerada uma "foragida" caso viajasse à Noruega para aceitar o prêmio da paz.

Corina Machado não se pronunciou de forma oficial sobre a ida a Oslo para a cerimônia do Nobel até a última atualização desta reportagem.

A viagem da opositora é considerada de alto risco por conta da perseguição institucional do governo venezuelano. Detalhes sobre a viagem de Corina Machado ainda são desconhecidos, como a logística para ela deixar a Venezuela ou se ela conseguirá retornar ao país, por exemplo.

Corina Machado foi laureada em outubro "por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos em meio à crise política" na Venezuela, segundo o Comitê do Nobel. O prêmio é contestado, no entanto, por envolver uma figura ligada ao governo dos Estados Unidos e em meio a uma escalada militar sem precedentes do governo Trump contra o regime Maduro. O presidente venezuelano acusa os EUA de buscar uma mudança de regime, algo que a Casa Branca não negou, mas também não confirmou.

Nobel da Paz 2025 para Corina Machado

María Corina Machado convocou seus apoiadores a não comparecer às urnas nas eleições venezuelanas de domingo (25/05). — Foto: Alfredo Lasry R/Getty Images via BBC

Líder da oposição na Venezuela, Corina Machado venceu o Prêmio Nobel da Paz 2025 em 10 de outubro de 2025.

A líder opositora venezuelana, de 58 anos, foi reconhecida “por seus esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”.(leia mais abaixo).

Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo

Corina Machado é a 20ª mulher a vencer o Nobel da Paz, entre mais de 90 homens que já levaram o prêmio. Ela vive escondida na Venezuela desde que contestou amplamente o resultado das eleições presidenciais ocorridas em julho de 2024, marcadas pela falta de transparência e que deram, sem provas, a reeleição ao presidente Nicolás Maduro. O resultado não é reconhecido internacionalmente.

A líder opositora foi impedida de concorrer. Desde a eleição, o regime Maduro aumentou a repressão sobre ela e outros nomes da oposição, como o candidato Edmundo González. Corina Machado vive escondida na Venezuela e foi presa brevemente no ano passado. Veja mais sobre a trajetória dela aqui.

"O Prêmio Nobel da Paz de 2025 vai para uma campeã corajosa e comprometida da paz, para uma mulher que mantém viva a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente. (...) Ela recebe o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", afirmou o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Joergen Watne Frydnes.

Frydnes disse que Corina Machado "sempre falou pelos direitos humanos e pelo povo venezuelano. Ela é o equilíbrio contra os tiros (do regime Maduro)".

‘Uma das vozes mais corajosas da América Latina’

Maduro fecha embaixada na capital da Noruega após Nobel de opositora

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Segundo o Comitê Norueguês, María Corina Machado foi laureada por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”.

O comitê descreveu a opositora como uma figura unificadora em um cenário político antes fragmentado, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e da restauração do Estado de Direito.

“A democracia é uma condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que se erguem e resistem”, destacou o comunicado.

Machado é fundadora do movimento Súmate, criado há mais de 20 anos para fiscalizar eleições e promover o voto livre no país. Ela se tornou símbolo da resistência ao regime de Nicolás Maduro, enfrentando perseguições, bloqueio de candidatura e ameaças à própria vida — mas, mesmo assim, decidiu permanecer na Venezuela.

“Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”, diz o comitê.

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