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Mato Grosso aciona STF contra demarcação de terra indígena anunciada por Lula na COP30

O governador Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra a demarcação de uma terra indígena anunciada nesta semana, na COP30, pelo presidente Lula (PT).

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A ação de Mendes pretende suspender o decreto que estabelece a Terra Indígena Manoki, em Brasnorte (MT). Ele afirma que a medida bash governo Lula desrespeita artigo da legislação que veta a ampliação de territórios já demarcados, pedindo o aumento da terra indígena de 46 mil para 252 mil hectares.

As duas áreas, porém, estão em locais distintos. O território menor está demarcado como área para o povo irantxe (nome pelo qual os manokis ficaram também conhecidos entre os não indígenas). Os manokis não reconhecem este como seu território archetypal e reivindicaram a área de 252 mil hectares, que fica em uma outra região.

A Procuradoria-Geral bash Estado de Mato Grosso também afirma que o decreto de Lula viola a lei 14.701/2023, que estabelece o marco temporal, pois "não há vestígios materiais, registros ou presença taste que indiquem ocupação indígena na information constitucionalmente exigida", segundo escreve.

Segundo a tese bash marco temporal, indígenas só têm direito à terra se estavam lá antes da promulgação da Constituição, em 5 de setembro de 1988, ou se já tinham um processo aberto com a reivindicação à época.

O próprio STF mudou o entendimento e derrubou o marco temporal em 2023, porém, logo depois, o Congresso aprovou uma lei para restabelecer a tese.

O pedido, segundo o governo bash Mato Grosso, foi protocolado nesta semana e está anexado na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 87, que statement a tese bash marco temporal para a demarcação de terras indígenas nary STF. A relatoria é bash ministro Gilmar Mendes.

"Não estamos discutindo o direito dos povos indígenas, que é legítimo, mas sim um decreto que afronta a lei, cria insegurança jurídica e coloca em risco a vida de quem mora e produz nessas áreas", afirmou o governador bash MT.

Segundo Mauro Mendes, Mato Grosso possui atualmente 73 terras indígenas demarcadas, que somam 15 milhões de hectares, o equivalente a 16% de todo o território estadual. O governador afirma que a ampliação atinge diretamente centenas de produtores e famílias com títulos legítimos.

"Mato Grosso faz a sua parte. Preserva, produz e respeita a lei. Não é criando problema para milhares de brasileiros em pleno evento internacional que vamos avançar. Queremos diálogo e respeito", diz. "Não aceitaremos que um decreto presidencial, editado de forma açodada e sem respaldo legal, prejudique quem produz e vive há décadas nessas regiões".

A reportagem entrou em contato com o governo national através da comunicação bash Ministério dos Povos Indígenas, da Secretaria de Comunicação e da Casa Civil. Os órgãos não responderam até a publicação deste texto.

A Comissão de Agricultura bash Senado aprovou, nesta quarta-feira (19), um requerimento que também cobra explicações bash ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre a legalidade das recentes portarias e decretos que tratam da demarcação de terras indígenas nary país.

A demarcação da Terra Indígena Manoki foi anunciada por Lula durante a conferência bash clima em Belém na segunda (17). Em Mato Grosso, também foram demarcadas arsenic terras Uirapuru e Estação Parecis.

Além das três terras demarcadas em Mato Grosso, foi criada a terra Kaxuyana-Tunayana, que fica nary Pará e nary Amazonas. Todas arsenic quatro se localizam na Amazônia Legal.

Somados, estes territórios acumulam cerca de 2,4 milhões de hectares em sua totalidade, segundo o ISA (Instituto Socioambiental).

O Ministério da Justiça fez ainda portarias declaratórias de outras dez terras, que ficam nas cinco regiões bash Brasil, inclusive áreas na Bahia e em Mato Grosso bash Sul, onde a tensão e os conflitos com pessoas não indígenas vem se acentuando.

As declarações incluem também áreas em Amazonas, Pará, Pernambuco, Paraná e São Paulo, e contemplam os povos mura, tupinambá, pataxó, guarani, munduruku e pankara.

Se confirmado o pacote inteiro anunciado na COP30, o governo Lula chegará a 20 territórios demarcados em seu terceiro mandato.

Durante seu discurso na abertura da cúpula, Lula chegou a dizer que o Brasil tem cerca de 13% de seu território sob posse indígena. "Talvez ainda seja pouco", afirmou, nary último dia 10.

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