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Mesmo sem alimentos e energia, como quer Alckmin, inflação estouraria teto

No Brasil, até o ano passado, a meta era definida para a inflação medida pela variação do IPCA cheio, sem expurgos, no período de um ano civil. A partir de 2025, o sistema passou a ser de meta contínua — ou seja, o cálculo considera o acumulado em 12 meses, a cada mês, observado o período de seis meses. A meta — atualmente de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% a 4,5% — é fixada pelo governo, em decisões do CMN (Conselho Monetário Nacional), devendo ser perseguida pelo Banco Central.

A adoção do sistema de metas veio no vácuo deixado pela fórmula de controle da inflação com base no controle da base monetária — em resumo, da quantidade de moeda em circulação —, que se revelou pouco eficaz depois das duas crises dos petrodólares, a partir dos anos 80 do século passado.

Com tempo, e mais recentemente, o sistema de metas também passou a apresentar ineficiências, sobretudo depois das grandes injeções de recursos para contornar a grande crise financeira global que eclodiu em 2008. O avanço dos déficits e das dívidas públicas tem exigido a aplicação de taxas básicas de juros cada vez mais elevadas, o que acaba contribuindo para frear a atividade econômica, afetando o bem-estar geral da população, e provocando estresses políticos. Não há ainda, porém, consenso sobre formas de substituir o sistema de metas para o controle da inflação.

Tanto economistas de linha de pensamento econômico mais ortodoxas quanto os de filiação mais heterodoxas convergem hoje para a discussão sobre o nível mais adequado para o centro da meta e da amplitude do intervalo de tolerância.

Há crescente número de estudos sobre a necessidade de fixar metas menos ambiciosas, nos casos de economias com fragilidades fiscais. Em outubro do ano passado, um grupo de economistas heterodoxos, entre quais Luiz Gonzaga Belluzzo e Leda Paulani, publicou artigo defendendo um aumento da meta de 3% para 4%.

Do lado mais ortodoxo, o economista Sergio Werlang, professor da FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro) e introdutor do sistema de metas de inflação no Brasil, em 1999, quando era diretor do Banco Central, é um dos defensores de metas menos duras.

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