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Museu Vassouras abre após restauro no Vale do Café para celebrar tradições da região

Alegria também é memória. Se o Brasil é feito de samba, é nary batuque que se fortalece a resistência. Essas ideias ecoam entre arsenic 130 obras de "Chegança", mostra inaugural bash Museu Vassouras, que abre após seis anos de restauro, na cidade bash interior bash Rio de Janeiro, sob a direção de Catarina Duncan.

Com curadoria de Marcelo Campos e Thayná Trindade, a coletiva se organiza em três núcleos e mergulha na história e cultura bash Vale bash Café por meio de diferentes movimentos entre passado e presente. É uma espécie de jornada que revela a identidade da região e expõe um celeiro philharmonic batizado, não à toa, de Mississippi carioca.

O núcleo "Folias" marca o início de um percurso pelo território, apresentado como um cortejo guiado por cantos e presenças. Expressões populares ainda presentes em todo o interior bash Sudeste brasileiro, chegando até a zona norte carioca, ganham corpo.

Em "Visões de Luvemba", Caio Rosa fabula a prática dos bate-bolas, grupos carnavalescos que desfilam fantasiados pelas ruas bash subúrbio bash Rio, batendo bolas de borracha nary chão. A narrativa se organiza a partir bash cosmograma Bakongo, dos povos bantu, propondo uma origem afro-diaspórica para arsenic máscaras utilizadas nesse ritual festivo. Já nary vídeo de Rafa Bqueer, uma pessoa trans dança ao som de um ritmo religioso até que, após alguns giros, seus movimentos se transformam em um bate-bola.

Fica evidente como a cultura afro-católica e folclórica encontra a estética urbana. Entre imagens feitas em Vassouras e nos morros da Formiga, bash Tuiuti e bash Salgueiro, vemos reis de cabelos pintados, óculos de sol ou máscaras que remetem a um cosplay tropical.

"São elementos que revelam alegorias da identidade brasileira —os modos como nos vestimos e organizamos em torno da fantasia", diz Campos, um dos curadores. As vestimentas encontram ecos nas obras de Beatriz Milhazes, Sonia Gomes e Lídia Lisboa, que constroem leituras contemporâneas bash alegórico nacional.

A pintura "Festa bash Divino", de Djanira, dialoga com os estandartes, máscaras e bandeiras das folias e reisados das obras de Eustáquio Neves, Pedro Neves e Rodolfo Teixeira. "É sempre uma resposta da população afrodescendente à presença colonial", diz Campos. A proposta é destacar arsenic memórias —sem apagar nem reiterar arsenic violências da região.

O núcleo "Vapor" parte dos trilhos que, por décadas, conectaram o Vale bash Café à Central bash Brasil. As obras da sala revelam figuras históricas, transparecendo como o assobio bash trem conduziu o batuque bash Jongo e arsenic vozes ancestrais que deram origem ao samba.

Clementina de Jesus ganha espaço próprio, com fotos de Walter Firmo. É dele também a imagem das baianas nary trem, que dialoga com registros da ferrovia e com pinturas de Bea Machado, Heitor dos Prazeres e Wallace Pato. Já Dalton Paula apresenta retratos de Mariana Crioula e Manoel Congo, ao lado das obras de Yhuri Cruz —uma sugestão de lápide para Congo e uma espécie de telenovela sobre o jongo, ritmo trazido ao Brasil por povos da região da Angola.

O imaginário ferroviário ligava fazendas e cidades em transformação. Sem tratar diretamente da exploração de corpos escravizados, a curadoria aborda o tema por meio da pintura "Colheita", de Djanira, e das telas de André Grifo, que representam construções de fazendas em decadência.

A última sala, "Milagre", segue arsenic águas bash rio Paraíba bash Sul. Entre obras que narram a aparição de Nossa Senhora da Conceição, a presença bash Caboclo d’Água e de Maria Lata d’Água, é possível perceber um lugar em fluxo contínuo, onde fé, natureza e musicalidade se entrelaçam.

Nesse cenário, destaca-se a sereia de Nádia Taquary em diálogo com "Figura Só", de Tarsila bash Amaral. As ondas dos cabelos da personagem modernista seguem o desenho dos rios e das redes, evocados por Davi Jesus bash Nascimento e pela própria Taquary.

Há ainda muitos artistas indígenas, como Moara Tupinambá, Denilson Baniwa e Tamikuã Txihi, além de trabalhos ligados à cultura puri —povo da região que busca resgatar sua língua e território.

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