O Ministério da Fazenda reconhece que a atividade econômica continua aquecida e não deve mudar sua projeção de crescimento do PIB em torno de 2,5%. Apesar do aumento da produção industrial acima do esperado e do impulso do agro no primeiro trimestre, o assessor de Haddad afirma que tanto a inflação de serviços como de alimentos está parando de subir. "Tem que tomar cuidado quando olha a inflação. Mais que o patamar (fotografia), importa a dinâmica (filme). Acho sinceramente que é de impacto marginal subir ou não subir 0,25 p.p. na próxima reunião. Terá pouco efeito na inflação e na atividade econômica", vaticina.
Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria, diz que "há sinais incipientes de redução no curto prazo, mas o fator sazonal ajuda. Não há como afirmar que a inflação entrará em fase de recuo consistente, ainda mais com o governo colocando estímulos na economia até as eleições".
Álvaro Frasson, economista do banco BTG Pactual, acha que é precipitada a leitura de que o cenário internacional é deflacionário. "As expectativas de inflação pararam de piorar pelo enfraquecimento do DXY (índice que mede força do dólar contra outras moedas fortes), porque a política comercial americana trouxe uma incerteza muito grande. Logo, o fluxo financeiro saiu dos Estados Unidos.
Quando isso ocorre, você tem relativamente a moeda de todos os países emergentes apreciando muito. E foi esse movimento que trouxe algum alívio nas expectativas de inflação. Não acho que o dólar americano vai ganhar novo ritmo de depreciação como ganhou nos primeiros quatro meses do ano. E se não tivermos mais ajuda do câmbio para desinflacionar as expectativas, quais outras variáveis serão usadas?", questiona Álvaro. O economista afirma que os serviços intensivos em trabalho — como fisioterapeuta e dentista — sobem em média 1% ao mês. E o mercado de trabalho está próximo ao pleno emprego e salários crescem em ritmo importante.
Já para outro alto assessor do Ministério da Fazenda com quem a coluna conversou, "leitura de comunicado do Copom é tipo leitura de tarô: todo mundo meio que sabe o significado das cartas, mas cada vidente interpreta o conjunto de uma forma diferente". Foi assim no mercado ontem.
Em mensagem aos investidores, o UBS aposta que o Banco Central vai interromper o ciclo de aperto monetário. "Uma parada antecipada significa juros altos por mais tempo" é o título. O informe lembra outras três ocasiões recentes em que o Copom usou a palavra "vigilante" para interromper a alta da Selic. Para o UBS, manutenção ou aumento de 0,25 p.p. na próxima reunião faz pouca diferença. "O principal ponto é quando começar a cortar. Nas nossas estimativas não há espaço para redução antes de abril do ano que vem", afirma o banco.

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7 meses atrás
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