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Negociadores veem gol político em reunião e minimizam manutenção de tarifas

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Lula conversa com Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia
Lula conversa com Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia Imagem: Ricardo Stuckert/PR

Embora uma trégua tarifária não tenha sido anunciada no primeiro encontro presencial entre Lula e Trump, ela está bem encaminhada, na visão de negociadores experientes consultados pela coluna. "A reunião foi ótima do ponto de vista político, especialmente para Lula", comenta o professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra Ronaldo Carmona. Mas ele alerta que as negociações com os americanos devem ser duras: "É preciso compreender a reunião no contexto da 'grande estratégia' que move o governo Trump. Nesse sentido, o enredo provavelmente enveredará para uma postura errática combinada com a exigência de concessões desproporcionais aos danos causados pelas sanções tarifárias e econômicas". Em outras palavras: os Estados Unidos vão cobrar caro por consequências relativamente pequenas das tarifas na economia brasileira.

Carmona chama a atenção para o modus operandi, o padrão de atitude do governo Trump, em que se criam problemas inexistentes — como a demanda absurda e inexequível de interferir no julgamento de Jair Bolsonaro — para arrancar concessões políticas, estratégicas e econômico-comerciais. "Todos os outros acordos de Trump com a União Europeia e países asiáticos são altamente assimétricos. No caso da UE, até neocolonial. Vai tentar a mesma coisa com o Brasil", pondera Carmona.

Após muitos afagos a Lula ao desembarcar no Japão, o presidente Donald Trump usou tom mais reticente em relação a possível acordo comercial com o Brasil: "Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver… Mas tivemos uma ótima reunião". Na visão de Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, é uma estratégia de negociação. "Trump é dúbio até para não enfraquecer as demandas dos americanos. O principal ponto foi a eliminação do conteúdo político da pauta de negociação", avalia. Canuto menciona os assuntos que provavelmente estarão sobre a mesa nas reuniões entre autoridades do Brasil e Estados Unidos: acesso a terras raras - o Brasil tem a segunda maior reserva do mundo, ainda pouco mapeada e explorada —, redução da tarifa cobrada sobre etanol de milho americano — hoje em 18% — e aumento de investimentos brasileiros nos Estados Unidos. Os temas foram adiantados pela coluna de Jamil Chade, no UOL.

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