Nova norma da Aneel reduz ruído político e expõe distribuidoras

Na semana passada, o advogado da Enel, Henrique Ávila, afirmou que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, joga para a distribuidora o ônus de não aparar as árvores, que, com a chuva de ventos, caíram, rompendo os fios.

Até abril, as distribuidoras terão de registrar em um sistema da agência suas interações com o poder municipal, quando houver risco de obstrução da rede.

A partir de lá, passará a valer um sistema de autuação automática da distribuidora. Caso não haja o religamento de cada domicílio em até 24 horas, a Aneel calculará o valor de encargo a ser descontado automaticamente das contas de luz —o que reduzirá, segundo técnicos da agência, o resultado financeiro da empresa.

Os incidentes na rede passarão a ser públicos e ficarão disponíveis em um sistema batizado de Radar. Todas as distribuidoras terão seus dados abertos a partir de janeiro. Devido à dimensão da área de cobertura da Enel, seus dados já estão publicados.

Para ter certeza de que os problemas serão causados por fatores climáticos extremos, a Aneel instalou dois radares meteorológicos em São Paulo. O primeiro deles já está em funcionamento.

Dados da área técnica da agência indicam que fenômenos climáticos adversos, antes restritos ao primeiro trimestre de cada ano, já persistem por até sete meses no ano em grandes centros urbanos, especialmente São Paulo.